Nunca havia sentindo o que senti naquele momento, acho que eu realmente estava "começando" a gostar do garoto escroto. Foi uma sensação nova, como se o mundo estivesse ficado transparente e só havia nós dois visíveis no meio do nada. Ficamos em silêncio por alguns segundos, Vinis com aqueles olhos fixos aos meus, daquele modo em que enxergamos através da carne, até voltarmos a terra, e o encanto acabar.
- É... Eu.. - disse Vinis ao gaguejar, se afastar e coçar a cabeça. - Eu.. É.. O casaco! Isso, o casaco! - ele completou aliviado.
"Sério isso? Não, espera, sério mesmo isso!? Eu não vou comer o seu casaco amor."
- Ah claro, o seu casaco... Desculpa, eu me esqueci, acontece... Você entende, não é? - respondi com ironia, enquanto pegava a droga do casaco na sala, onde mamãe já havia lavado para devolver. - que bom que você entende amor... Toma aqui o seu casaco! Obrigado, até mais! - completei com a mesma ironia jogando o agasalho no rosto dele e fechando a porta.
Depois de praticamente expulsar o Vinis da minha casa, respirei fundo e fui para o quarto igual aquelas crianças com o demônio no corpo, que apronta todas e depois finge que nada aconteceu, chegam sorrindo e se fazem de santas. Pois é, essa foi eu, porém não vem ao caso agora, não tenho nada a declarar sobre a minha infância "sofrida."
- E o Vinis? - perguntou Mandy maliciosa, com aquele sorrisinho besta.
- O quê que tem ele? - respondi tranquilamente, enquanto me sentava na cama e começava a deliciar um chocolate.
- Cadê? - completou Meiry curiosa, louca para invadir meus pensamentos.
- Cadê o quê? Ah... O Vinis? Ele foi para casa "horas"... onde mais ele estaria? - falei me deitando na cama de bruços, com os cotovelos apoiados sobre o colchão, enquanto balançava meus pés lentamente e comia aquele pedaço dos Deuses.
- Mas não rolou nada? - interrogou Kat indignada e votou a dobrar os edredons.
- Claro que rolou... - dei uma pausa e voltei a falar empolgada com a reação e curiosidade delas. - vocês não vai acreditar, o vento estava tão forte que acabou derrubando o vaso preferido da mamãe, que por pura sorte não quebrou e saiu rolando pelo chão. Meu Deus! Naquele momento o meu coração soltou do lugar, sorte que eu tenho pele, então ele foi segurado. - ironizei com sarcasmo e não consegui segurar a risada ao ver aquelas caras de decepção.
- Idiota! - gritou as três e travesseiros voadores do além vieram em minha direção.
- Nossa, magoou.. - levantei da cama devagar e fui até o banheiro escovar meus dentes, já que estava sendo ignorada e fingindo acreditar que certas pessoas se encontravam dormindo.
Voltei para o quarto e pulei na minha cama efeito ninja, pois até meu sangue deve ter congelado. Pelo ao menos eu teria uma vantagem, adeus vela de filtro até a nevasca passar.
Ao efetuar o meu pulo magnificamente "perfeito", aquele que não se parecia nem um pouco com uma perereca desesperada, quase massacrei a cabeça de Meiry com os pés, que dormia tranquilamente na auxiliar. Enquanto Kat e Mandy dormiam em colchões sobre o chão.
Segurei a respiração na intenção de abafar minhas risadas, assim eu não acordava ninguém, mas dava espaço o suficiente para uma foca entalada baixar em meu corpo. Minutos depois, consegui por fim me controlar, então me confortei em minha cama e adormeci profundamente.- Olha a promoção da galinha! Olha a promoção da galinha! - pulei assustada sobre a cama, já na manhã seguinte com um ser gritando na rua, certo ser que me tirou do meu sono.
- Olha a procissão das galinhas! Olha a procissão das galinhas! - repetia minha priminha de cinco anos berrando. Prima que me fez acordar rindo litros ao ouvir uma coisa dessas.
Sentei sobre a cama e o dia estava lindo, era possível ouvir os pássaros cantarem, algo que é mais fácil acontecer em filmes.
Olhei a minha volta, ainda um pouco sonolenta. E as meninas não estavam mais no quarto, as mantas e tudo parecia estar arrumado. Levantei meu edredom e quando realmente abri os meus olhos me deparei com uma "linda" reação da natureza, mais conhecida como menstruação.- Droga! Eu não acredito, que nojo! Que raiva! - gritei nervosa com aquela situação. A raiva foi tanta que por alguns segundos me esqueci que não morava sozinha.
"O que faço agora? Como vou limpar esse colchão? Como vou tirar essa mancha? Eu não mereço isso!"
Coloquei meus pés sobre o chão e comecei a procurar uma toalhinha no guarda-roupas, encarei a jarra de água com aquele olhar tipo; "você é a minha salvação".
Encontrei outro pijama e a quarta versão das calcinhas vovó, logo após corri até a cama e escondi a mancha causadora de problemas. Cheguei perto da porta e comecei a espiar, aquela adrenalina foi tão forte que me senti em um filme terrorista. Como não havia nenhuma suspeita de movimentos na área, aproveitei para correr até o banheiro.
Ao terminar de me trocar, voltei para o quarto desesperada, achei a toalhinha "milagrosa" e usei um pouco da água da jarra para deixá-la úmida. Comecei a esfregar a mesma sobre a mancha, porém não estava adiantando muito, na verdade acho que não estava adiantando nada."Vai... Funciona! Toalha idiota!
Enquanto eu quebrava a cabeça procurando uma solução, certa doce alma, resolveu bater a porta. Atitude que quase me levou ao infarto mirim, o desespero para esconder chegou a ficar descontrolado.
- Já, já vai! Um minuto. - gritei pulando na cama rapidamente e me cobrindo junto com aquela coisa "maravilhosa". - pode entrar. - avisei.
- Bom dia princesa. - disse Vinis ao entrar sorridente com uma bandeja nas mãos.
- O que você está fazendo aqui? - perguntei depois de disfarçar o meu quase engasgo.
- Vim cuidar de você, está doente, se esqueceu? - ele completou se sentando aos pés da minha cama.
- Você pirou garoto? Bebeu o quê? - falei aumentando o meu tom de voz.
- Calma Juh... Não pode se esforçar desse modo. - disse Vinis enquanto eu tentava imaginar o que colocaram na ração dele, não espera, corrigindo, na comida dele. - olha seu edredom, metade está sobre o chão... Deixe que dou um jeito nisso.
- Não! - gritei. - não precisa... - repeti abaixando o tom de voz e dando um pequeno sorriso falso.
- Relaxa, tudo bem, não custa nada eu estender para você novamente. - completa Vinis levantando o edredom.
Olá minhas meninas, olha, eu sei que vcs estão com uma certa vontade de me matar. Mas olhando pelo lado bom, eu tenho dois motivos especiais para vcs n cometerem essa enorme barbaridade.
O primeiro deles e que se isso acontecer, nunca saberão se Juh e Vinis irão ficar juntos hihihi.
O segundo é que hoje é meu aniversário! *-* \o/
Se caso n tenham mudado de ideia, pelo ao menos aguardem o meu último dia feliz. Um beijão, até o próximo cap, prometo fazer o possível para sair rapidinho. <3
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Minha Primeira Menstruação
Ficção AdolescenteAfim de uma história diferente? Um tema pouco abordado? Talvez chegando a ser assustador? O que acha de ler "Minha primeira menstruação", curioso, não? Ela é uma garota simples, vivendo sua vida simples, digna de uma adolescente de treze anos. Signo...