- Me solta Christian! - gritei nervosa, tentando sair.
- Calma. - Christian pediu malicioso.
- Agora! Não estou brincando com você! - berrei dando-lhe vários socos nas costas, por meio disso, ele me colocou no chão.
Odeio brincadeiras de mal gosto, ainda mais quando são contra a minha vontade.
Queria matar Christian, meu cérebro ficou totalmente paralisado, como se meu corpo estivesse tomando o controle automaticamente. Agora sei o que o desespero provoca a um ser humano.
Me imaginei dentro da piscina com uma maré vermelha a minha volta, me senti uma verdadeira alga Pirrófeta, é triste, só de lembrar.- Calma Juh, não precisa ficar assim. - ele se aproximou, tentando se desculpar.
- Não chega perto de mim! - exigi em tom alto, e sai em direção ao banheiro.
"Que idiota! Ele não tem cérebro? Mas como saberia? Problema! Esse palhaço não tem o direito de fazer isso com ninguém sem autorização! Eu podia morrer afogada, ou pior, poderia morrer de vergonha, com ligação dupla, me afogar para não ter que encarar ninguém."
Meu dia havia acabado, talvez sem querer, mas Christian conseguiu destruir o pouco de ânimo que me restava.
Com as mãos sobre a pia, olhos fixados na minha própria imagem, através do espelho, eu não sabia se respirava ou me acalmava. O desejo de matar Christian ainda persistia, me fez refletir sobre uma vantagem a respeito de ser uma alga Pirrófeta, poderia dar um fim naquele idiota com minhas toxinas mortais, ui que forte!
Quando o sol estava pensando em tirar um descanso, estava eu deitada em uma cadeira, me entupindo de nutela."Melhor ficar gorda do que morrer de tédio, pelo ao menos, vou ser uma gorda feliz."
Dizem que sou dramática, ou fui, mas existe tantas coisas "maravilhosas", que contribuem para nós mulheres, amar a necessidade da natureza de nos fazer transbordar, cachoeiras e cascatas todo mês, que eu fico emocionada.
- Juh? - Meiry me chamou cutucando.
- O que foi? - respondi abrindo os olhos devagar, morta na preguiça.
- Você não conversou com a gente o dia todo, só ficou aí ingerindo um mundo de bobeiras. - ela completou.
- Vocês estavam na piscina, não queria atrapalhar. - expliquei.
- Você não atrapalha sua boba. - gritou Kat.
- Ouvindo conversa alheia, que coisa feia. - falei caçoando.
- Para de bobeira e se senta pelo ao menos na beirada conosco. - suplicou Mandy.
- Tenho trauma dessa piscina. - confessei sorrindo e elas começaram a rir. - Ei, não tem graça! - dei um tapa em Meiry que estava mais próxima.
- Ei! - ela gritou a ser pega de surpresa.
No final da tarde todos já estavam arrumando suas coisas para irem embora, minha vantagem, não tive que lavar meu cabelo recheado de cloro, nem me preocupar com roupas e toalhas molhadas.
Christian passou por mim e não disse nada, fiz o mesmo, afinal, o vilão foi ele, não eu, apesar que sempre amo os vilões nas histórias, me iludo e perco meu tempo torcendo para eles, quando os mesmos sempre se ferram no final.
Ao chegarmos em casa, foi uma briga, todos querendo tomar banho, me deitei em minha cama e fiquei observando, não que eu seja "barraqueira" claro.. Só curto um barraco.
Algo não estava normal dentro de mim, parecia que estavam fazendo uma faxina lá dentro, com direito a arrastar móveis e tudo."Não estou bem.. Será a nutela? É por que comi muita besteira? Droga! Só pode.."
Deixei elas desputando o chuveiro, na cozinha tomei um copo de bicarbonato, voltei ao quarto e parece que Mandy conseguiu ser a primeira.
Abracei meus joelhos e me deitei na cama encarando o teto, a dor se tornava cada vez mais forte, minha aflição aumentava de um em um minuto.- O que houve Juh? - perguntou Kat.
- Acho que foi a Nutela. - suspeitei.
- Tem certeza? - interrogou Meiry.
O desconforto aumentou, não havia mais possibilidades de eu me segurar, pressionei a almofada sobre minha barriga, e comecei a apertar como se eu quisesse furar um buraco, aquilo estava insuportável, do abdômen passou para minha cabeça que parecia explodir e girar ao mesmo tempo.
- Meninas por favor me ajuda, eu não aguento mais. - supliquei chorando.
- Calma Juh, vou chamar sua mãe. - disse Kat e se retirou.
Me levantei da cama, tudo estava girando, parecia que eu havia passado a tarde bebendo. Aquilo me comendo por dentro me deixava aflita, minha vontade era de arrancar minha barriga com as unhas.
Mamãe chegou preocupada, e me mandou sentar na cama, comecei a gritar de dor, os remédios não fazia efeito, e a tortura persistia. Mandy saiu do banheiro assustada, acho que Meiry a explicou. Papai sugeriu me levar ao hospital, eu não sabia nem o que fazer, a dor me deixou ainda mais lerda, se isso for possível..
Chegamos no hospital mais próximo, mamãe desceu do carro e voltou dizendo que estava esgotado, chorei tanto que nem perdendo um parente próximo, consigo desperdiçar o tanto de lágrimas que foram embora naquele dia.
Ao chegarmos no segundo hospital, aconteceu a mesma desgraça, realmente eu não nasci com a bunda virada para lua.
Estava me sentindo fraca, com vontade de dormir, porém Meiry me cutucava a cada vez que eu fechava meus olhos, a mando de mamãe, na teoria dela, se eu dormisse, não iria mais acordar, então não tive paz.
Papai me pegou no colo e entramos no hospital, os enfermeiros me colocaram em uma maca, aquele cansaço me venceu, dizem que desmaiei, morrer eu sabia que não, pois não me lembrava de visitar o inferno ou nenhum plano diferente.- Socorro! Me tira daqui! - comecei a gritar ao acordar e perceber que eu estava em um quarto escuro, frio e sozinha.
Algas Dinoflagelados ou Pirrófetas: Possuem flagelos que auxiliam na locomoção, elas são responsáveis pelo fenômeno chamado Maré Vermelha, isto ocorre, devido a grande proliferação das algas, elas deixam a água marrom avermelhada. Estas algas liberam substâncias toxinas, provocando a morte ou a contaminação de peixes, polvos, ostras, camarão, etc, podendo assim contaminar o homem.
Olá flores, muito drama para um cap só, não é? Kkk Psé, eu sei.
E então curtiram? Já sentiram essa cólica menstrual, acompanhada de tontura, dor de cabeça e cansaço? Compartilhe sua "linda" experiência.
Beijão e um abraço bem apertado! Até o próximo. <3
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minha Primeira Menstruação
Genç KurguAfim de uma história diferente? Um tema pouco abordado? Talvez chegando a ser assustador? O que acha de ler "Minha primeira menstruação", curioso, não? Ela é uma garota simples, vivendo sua vida simples, digna de uma adolescente de treze anos. Signo...