Cap.15-Baile

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"-E agora, cavalheiros e damas, dêem as boas-vindas aos nossos convidados especiais.-Minerva anunciou empolgada após o discurso do diretor. A mesma porta que havia me denunciado antes se abriu, revelando uma multidão de pais e amigos próximos dos alunos. Eu sabia que minha mãe e meu pai não viriam então nem me dignei a olhar para aquela direção, preferindo me concentrar nas flores flutuantes que decoravam a nossa mesa.

-Olá querida.-Disse Molly, me assustando. Ela deu beijos na bochecha de todos antes que se sentasse ao lado de Rony, que parecia feliz em ver a mãe.-Antes que pergunte, o Sr. Weasley não pôde vir, Rony. Sabe como é, o trabalho está exigindo muito dele. E é uma pena Ginny não estar aqui, ela iria adorar tudo.-Ela disse e eu senti Gina rindo sob os meus ombros.-Olha quem veio te ver, querida.-Disse Molly apontando para a entrada, onde Vítor Krum entrava com toda o seu charme. Ele pareceu meio perdido por um instante, mas assim que viu nossa mesa, ele sorriu e veio até nós.

Molly ficou corada quando Vítor beijou sua mão e Rony se recusou a cumprimentá-lo, logo recebendo um tapa da mãe. Ele veio até mim por último e olhou fixamente nos meus olhos enquanto repetia o gesto que tinha feito com Molly.

-Pena que não tem mais cadeiras, Vítor.-Harry disse parecendo verdadeiremente se sentindo culpado.

-Sem problema.-Ele disse, com a sua voz grossa.-Hermi-oni, acho que vi uma mesa do outro lado do salón. Gostarria de me acompanhar?-Eu assenti, me despendindo de todos e o segui.

-Você veio em missão, não é?-Perguntei quando nos sentamos.

-Claro que você descobriria.- suspirou. Parecia cansado e eu notei que seu sotaque búlgaro havia suavizado e tendido levemente ao britânico. Isso significa que ele está há algum tempo em Londres.-Estou aqui em uma missón para Dumbledore.

-Ah, suponho que seja secreta.-Eu disse e ele concordou com a cabeça.-Certo. Espero que não seja o que eu estou pensando.-Murmurei, me referindo à possível ascensão de Voldemort.-E quanto ao baile?

-Dumbledorre pensou que eu poderria me divertir esta noite.-Ele disse sorrindo. Eu também sorri, mas de preocupação. Há alguns dias esse súbito reaparecimento de Voldermort martelava em minha cabeça, mas decidi que não me distrairia por nada essa noite. Afinal, Vítor estava lá, com aquele sorriso encantador, esperando que eu o ajudasse a relaxar.

-Foi por isso que vi Edwiges rodeando o castelo mais cedo.-Eu disse, minha voz tingida de compreensão.-E eu pensava que ela estava ferida. Quase pedir à Hagrid para tratá-la.-Comentei, e ele apontou para a pista de dança com os olhos desejosos. Quem sou eu para deixá-lo com vontade?

Dançamos muito ao som das Esquisitonas. Foi como voltar ao passado, na época do Torneio Tribruxo, em que nossos problemas eram coisas microscópicas. Vítor estava feliz, eu pude sentir isso quando dançamos. A sua energia foi contagiante e até mesmo Rony começou a dançar, com Lilá infelizmente. Estávamos felizes. Todos nós. Mas não dizem que a calmaria antecede a tempestade? Foi assim que nos sentimos quando o diretor decretou que gostaríamos de mostrar uma valsa aos convidados. Talvez alguns quisessem. Eu não.

Nos posicionamos em frente ao nosso parceiro e quase ri quando Draco inconscientemente apareceu com uma marca de batom no canto superior de sua boca. Ele notou o meu divertimento silencioso e se manteve rígido, quase irritado, enquanto se limpava.

Quando começamos, seu corpo relaxou. Ele tinha jeito, tive de admitir. Em pensamento, óbvio, jamais diria isso em voz alta.

-Pelo visto, o búlgaro veio te ver.-Ele disse e eu pude sentir que jogava verde para colher maduro. Como um legítimo Comensal.

-Sim, é um grande amigo.-Eu disse, tentando controlar uma pequena faísca de fúria que surgia dentro de mim. O que tinha ele a ver com o que Vítor fazia?

-Para a direita, Granger. Será que nem isso consegue fazer direito? É tão burra que nem as direções sabe diferenciar?-Ele sussurrou com acidez em sua voz. Parecia querer descontar a minha falta de colaboração em sua pequena investigação provocando minha inteligência.

-Acho tão ridícula essa sua mania de julgar os outros. O que te faz melhor que eu? Ou Harry? Ou até mesmo Neville?-Ele abriu a boca para responder, mas eu o impedi de continuar.-Seu dinheiro, seus contatos, seu sobrenome? Você não é nada sem eles, Malfoy. Nada.-Eu disse, com os olhos ardentes. Iria chorar, mas não na frente dele. Ele estava boquiaberto, como se tudo que eu dissesse tivesse produzido algum efeito em si. Eu queria tirar suas mãos de mim, e sabia que ele aceitaria isso de bom grado, mas só o fiz quando a dança terminou. Ele me soltou e eu corri. Totalmente sem direção."

Obliviate | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora