CAPÍTULO 2

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LORENA MARTINS

Já que estava sem sono então decidi assistir algo, há muito tempo que eu não paro para aproveitar os cômodos desta casa, liguei a TV e fiquei procurando alguma coisa de interessante. Encontrei um filme que me chamou a atenção, acho que é de romance.

Gosto de romances, mas sempre são as mocinhas que se ferram no final da história. Sempre ingênuas, apaixonadas, cegas pelo homem que acham ser perfeito. Eu já fui assim.

Que merda! Desliguei a TV quando vi o casal protagonista se beijando. Nada contra, mas é muito mel pra pouca colméia. Pensei, qual foi a última vez que fiz amor? Não sexo, mas amor de verdade? Nem lembro, infelizmente tudo o que consigo lembrar está em um passado chamado Bruno.

Um passado horrível por sinal.

Larguei meus pensamentos e caminhei para o quarto, coloquei meus fones e com pouco tempo senti meu corpo ficar leve.

[...]

Acordei às seis e meia da manhã com um barulho diferente, normalmente escuto carros, motos e até carro dele propaganda, mas dessa vez acho que é latidos. Latidos? Mas eu não tenho cachorro e a maioria dos vizinhos têm gatos, me levantei para olhar da janela já revoltada, é eu me estresso fácil.

Eu não gosto nem um pouco de acordar nesse estado. Fico irritada.

— Da para fazer menos barulho? Tem gente que ainda quer dormir. - não acredito. Sorrio de orelha a orelha.

— Oi senhorita preguiça, você pode abrir essa porta? Aqui está frio. - agora vou surtar de vez.

— Enny. - gritei da janela já eufórica pela surpresa inesperada.

— Eu mesma flor, estressadinha. - disse dando pulinhos.

— Estou indo. - desci os degraus pulando e gritando, abri a porta e fui direto pra um abraço apertado dela, amo essa maluca.

— Você continua a mesma. - diz me avaliando de baixo à cima.

— E você sempre arrasando nas revistas com essas curvas, cabelo e sorriso. - homens cuidado a minha amiga é tarada.

— Tenho babados fresquinhos pra te falar. - diz batendo palminhas.

Entramos e conversamos bastante, com essa daí meu sono já era, quem consegue dormir com tanta fofoca?

Sorrimos. Choramos. E choramos novamente.

[...]

O relógio marcava por volta das dez e quarenta da manhã e preciso me arrumar para o trabalho, Eny vai comigo, ela quer conhecer o estúdio. Vou amar sua companhia durante esses dias que passará aqui.

Enquanto estava à caminho do estúdio, disse à Eny tudo o que me aconteceu durante esse período que estávamos sem contato. Ficou boquiaberta quando falei sobre o Bruno, falei o básico é claro, e seu queixo quase caiu quando comentei que por pouco não matei um homem, que por sinal preciso pedir desculpas, mas desde o acontecido não o vi mas.

[...]

Saímos do estúdio, Eny amou e até ganhou proposta de trabalho caso queira ficar na cidade, quero sair para comemorar nosso reencontro e quando mal terminei de falar a palavra balada e ela já topou.

Sempre foi assim, uma pela outra. Guardando, amando, apoiando. Sempre fomos unidas. Praticamente irmãs.

Chegamos em casa e fomos nos arrumar. Eny está amando o quarto que eu mesma preparei para ela, eu tenho dois quarto a mais, um deles é para outro tipo de uso, por isso é trancado com cadeado e só eu tenho a chave.

JOGO DE SEDUÇÃO - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora