CAPÍTULO 9

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                     ESDRAS LOPES

Ja faz um mês que percebi que Lorena está triste, com olhar distante, nem parece a mesma mulher provocante e atrevida que me fez arrancar fio à fio de minha cabeça. Ela estava muito abatida, com o olhar profundo de quem não dorme por dias. O seu sorriso sem sequer existe.

Como tinha me pedido, não a toquei mas, nem mesmo lhe olhava nos olhos. Mas sempre estava ao seu lado. Sempre. Olhava-a de longe, por entre as lentes da câmera. A protegia de longe.

Mas vê-la agora nesse modo triste, sem brilho nos olhos, sem sorriso no rosto isso me dói tudo. Me deixa atormentado, querendo estar sempre por perto para não sair mais.

— Posso entrar? – ela deu passagem para que eu possa entrar. Entrei. Respirei.

— O que faz aqui? Se estiver querendo fazer suas gracinhas pode dar meia volta. – falou baixinho. Porém, firme.

Sabia que não devia me meter na sua vida, porém, algo maior e devastador gritava dentro de mim. Eu me contive por todo esse tempo, mas não consigo esquecer ou deixar de lado.

Seu olhar passeava por todos os lugares evitando encontrar o meu rosto. Respirei, inspirei. Passei as mãos entre os cabelos e tentei me controlar.

              LORENA MARTINS

Estou muito triste com essa situação em que me encontro, nunca pensei que iria sentir medo novamente. Mas eu sinto, é algo terrível. Que corrói sua alma.

Esdras está aqui em casa, não sinto vontade alguma de falar com ele, muito menos olhar na sua cara. Ele deve querer brincar comigo, mas não estou nem um pouco afim de suas gracinhas.

Estou triste e minha aparência só confirma meu estado, estou vestida apenas com uma camisola verde escuro em seda. A mesma que ele admira com olhos curiosos.

— Não Lorena, não sou e nunca serei homem de gracinhas. – falou firme olhando para o chão.

— Diga o que quer? – a impaciência já estava presente.

— Quero muitas coisas, mas esse não é o momento. Você não está bem. – parecia preocupado. Mas contive a curiosidade em perguntar.

— Já que terminou de falar o que queria pode ir embora. – disse abrindo a porta.

— Ainda não terminei, eu sei que você não quer conversar, mas não aguento mas ver sua tristeza. Sua aflição. Olhe para si mesma. – respirei suavemente.

— Minha tristeza, você disse certo, minha, não te interessa.

— Eu quero te ajudar.

— Não quero sua ajuda, aliás se quer me ajudar vá embora. – falei firme.

— Não posso Lorena, não vou te deixar aqui nesse estado. Eu quero ficar.

— Por que não pode, por que não quer me deixar?

— Esse não é o momento.

— Momento de quê? Pare de enigmas e diga de uma vez. – gritei olhando fundo em seu olhos.

Não houve mas palavras, Esdras me puxou para um abraço forte e carinhoso, me senti tão segura em seu abraço. Não resistir e chorei em seu peito, ele apenas me apertou e alisou meus cabelos.

Ondas de tranquilidade me domaram por segundos. Ele trouxera paz a minhas turbulências?

Ficamos assim por vários minutos, a cada momento ele me passava um sentimento do qual não conseguia decifrar, não agora.

JOGO DE SEDUÇÃO - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora