CAPÍTULO 8

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                 ENY MOREIRA

Não demorou muito e à ambulância chegou trazendo junto uma viatura da polícia federal. Minhas mãos ainda estavam trêmulas, eram emoções fortes dentro de mim e junto a elas um medo horrível, gritante.

Lorena fez tudo o que podia para reanimar a tal Bianca, mas nada adiantou... O desespero crescia ainda mais. Os médicos colocaram o balão de oxigênio nela e assim deixaram o local.

O meu coração não estava preparado para uma noite agitada de tal forma. Era medo misturados com perguntas sem respostas.

Lorena estava estranha. Perdida.

Ainda não acredito que minha melhor amiga teve essa frieza toda para fazer o que fez, se bem que aquele desgraçado mereceu, ela mudou muito após a morte de seus pais. Tornou-se mais fria. Sombria.

Pelo pouco que observei durante toda a ação feita, percebi que Lorena foi calculista em relação a distância e na forte pancada que deu, fechei meus olhos para não ver o pior. Tenho certeza que ela me esconde algo.

Lena nunca gostou de violência, e vê-la em ação de forma ríspida, firme. me deixou curiosa.

— Lorena, vamos para o hospital. – ela assustou-se com o meu chamado. Seus olhos refletem medo.

— Vai na frente, preciso tirar esse sangue de minhas mãos, relaxar um pouco. – fala sem muito esforço. Não querendo prolongar a conversa.

— Você vai ficar bem? – estou muito preocupada com ela.

— Claro, só preciso de um banho. – agora tenho mas certeza de que me esconde alguma coisa, eu sinto isso, mas agora não é momento para fazer perguntas.

— Tudo bem, te encontro no hospital. – encerro o assunto e a deixo ali.

              LORENA MARTINS

Ver aquela mulher morrendo e não poder fazer nada me fez lembrar do acidente que matou meus pais, perdi a total noção dos meus pensamentos.

Meus sentidos foram substituídos por ondas de fúria. Senti uma revolta interna ao ver tais cenas horríveis. Lembrei de Bruno e o que fizera comigo no passado.

Quando levaram ela me passou todo o meu passado na cabeça, segurei firme todo o meu desespero, tinha que ser forte. Disse a Eny que estava bem mas na verdade estou arrasada. Massacrada por dentro.

[...]

Cheguei em casa e fui direto para meu quarto, abri uma gaveta e peguei o retrato de meus pais, choro muito. Sentindo-me culpada por suas mortes. Mas sei que não sou. Me recompus e fiz o necessário para voltar ao hospital.

Mesmo com a cara inchada, e nariz vermelho mantive a aparência estável. Ao menos. tentei.

[...]

Chego e Eny está na ala de espera...

— Alguma notícia? – o médico chega no momento.

— Ela perdeu muito sangue, tem vários hematomas pelo corpo. Estamos lutando contra o tempo. – minhas mãos gelam. O coração dispara.

— Seja direto Doutor, sem enrolação. – disse já impaciente.

— Precisamos fazer uma transfusão sanguínea o mais rápido possível.

— Qual o tipo sanguíneo? – Pergunto.

— O negativo, e não temos esse tipo de sangue em nosso banco sanguíneo. E o tempo está correndo.

— O meu é O negativo, sou doadora legal, tenho como provar. – Eny diz.

— Precisamos agir rápido, me acompanhe. – Eny me abraça e vai com o médico, só me resta esperar.

JOGO DE SEDUÇÃO - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora