JOGO DE SEDUÇÃO - LIVRO 1

CAPÍTULO 4

LORENA MARTINS

Depois de nos satisfazer, seguimos para o centro da cidade, Esdras me enviava olhares indecentes que me faziam corar.

A "viagem" foi tranquila, ele havia feito algumas ligações ordenando algo que nem entendi direito.

Ele tem um "ar" de mistério. O que me deixou ainda mais curiosa, despertou-me um interesse oculto.

Apenas fitei de lado. Só observando.

[...]

Chegando no centro da cidade, olhei para o relógio que marcaba cinco e meia da manhã, parei o carro e ele desce sem me olhar.

Parecia confuso. Irritado com algo. Talvez tivesse pensado em algo que no momento não me interessa.

— Quando vamos nos ver novamente? – só fiz rir de sua pergunta. Encarei séria. Ele mais ainda.

— Nunca mais queridinho, aquilo foi apenas uma diversão, lembra? Momentâneo. – ele me olha revoltado. Furioso. Com olhos soltando fogo praticamente.

— O quê? Você só pode está de brincadeira. – bate na porta do carro.

— Pensei que tivesse sido bem clara com você, querido. – falei, sincera.

— Você gosta de brincar com o perigo, não é mesmo? – ondas e mais ondas de revolta saem de seus olhos escurecidos.

— Escuta bem o que vou lhe dizer. Nunca, nunca repito uma transa com o mesmo homem, odeio rotina, e você não vai ser o primeiro. Faça por merecer, e farei valer a pena. – falei seria e ele bateu na porta mais uma vez. Indignado.

— Veremos Leninha. – deu ênfase ao meu apelido e saiu muito puto. Liguei o carro e dei partida, olhei pelo retrovisor e o vejo chutar uma lixeira.

Não posso fraquejar, seria uma boa maneira dele me usar para satisfazer seus prazeres, como já aconteceu um dia, por aquele desgraçado. Tenho nojo só de lembrar.

Desde então é apenas sexo, sem compromisso. Sem confiança. Só sexo.

               ESDRAS LOPES

Depois de tudo, o mínimo que deveria dizer era apenas um "me liga"... mas não, me deixou plantado com cara de idiota, ela vai ver do que sou capaz, não vou desistir fácil assim, ela está muito enganada se pensa dessa forma, prepare-se Lorena Martins eu prometo que vou foder o seu juíz com tudo o que tem direito.

Saí meio desnorteado, a sensação gostosa da sua pele ainda permanece na minha. Tão intensa que parece ainda estar aqui.

Droga. Droga. Maldita seja.

[...]

Fui para meu apartamento, no sétimo andar. Estou com tanta raiva daquela desgraçada que nem acerto a fechadura da porra dessa porta.

Minha visão parece ter sido coberta por um manto vermelho. Uma raiva com um misto de frustração me atinge em cheio.

Entro já tirando à roupa que só cheira a ela, mulher bandida dos infernos, isso não vai ficar assim, disso pode ter certeza.

Ela gosta de um bom jogo e eu serei o seu melhor jogador. Desde o dia que a vi eu a quis para mim. Não entendi e ainda não entendo essa obsessão por ela, só sei que é forte, arrebatador, intenso.

Fui para o banheiro tomar uma ducha fria, meus pensamentos ainda estão nela, sua pele, seu corpo, seus gemidos, tudo ainda está em meus pensamentos nitidamente.

Termino meu banho e sigo para o quarto. Preciso comparecer a um estúdio de fotografias hoje, apesar de não ter paciência alguma para fazer entrevistas. Mas para quê irá servir o meu diploma e talento se não forem usados. Além do mas, eu gosto de fotografar. Me faz bem.