Only Human (Supernatural)

09. Limites

Chegamos ao anoitecer em Sioux Falls, todos cansados e prontos para aproveitar uma longa noite de sono pelo menos fora o que Dean havia dito enquanto subia as escadas com suas malas em mãos e o que tinha sobrado das guloseimas que ele comprara mais cedo.

Subi o lance de escadas com demasiada pressa deixando minha bolsa em cima da cama vendo que tudo permanecia do mesmo jeito que eu tinha deixado, menos é claro: a cama desarrumada.

Bobby tinha arrumado? A cena era hilária.

Soltei um suspiro fundo, fechando a porta do quarto, caminhando em direção ao banheiro. Demorei alguns minutos consideráveis visto que destinei uma grande parte apenas para repassar tudo o que tinha acontecido nos últimos dias.

Peguei uma calça de moletom juntamente com uma blusa enorme que possuía uma estampa com 'I ❤️ PIZZA' escrito na mesma. Prendi meu cabelo, pegando meu notebook.

Desci o lance de escadas até estar na biblioteca. Franzi o cenho me perguntando onde diabos Bobby estaria.

Os meninos tinham avisado ele que estávamos voltando para Sioux Falls certo? Ou era eu que devia ter avisado?

Deixei o notebook em cima da mesa de madeira repleta de livros — livros que eu deveria ter lido, pra ser sincera —, indo para a cozinha. Soltei um suspiro ao ver que não tinha absolutamente nada pra comer ali, pegando apenas uma garrafa de água antes de voltar para a mesa.

Sentei-me na cadeira, ligando o notebook enquanto analisava os livros. Folheei algumas páginas de Monstros Aquáticos enquanto esperava o computador ligar. Desisti de começar a ler aquele exemplar, pegando o CD que Sam tinha me dado antes de colocá-lo no computador.

Meu estômago revirou de ansiedade.

Bebi um pouco de água, clicando no play enquanto esperava o vídeo ser reproduzido. Observei com atenção o homem que deveria estar na faixa de 40/45 anos entrar na delegacia com o típico terno do FBI.

Meu coração pulsava em meu peito.

Era meu pai do outro lado da tela. Era ele semanas atrás.

Eu sentia como se meu coração fosse saltar pela minha boca a qualquer momento.

Sua expressão estava séria enquanto ele conversava com um dos policiais parecendo bem atento ao que ele dizia. O policial deu de ombros enquanto meu pai concordava com um breve meneio, analisando o ambiente assim que o policial se afastou. Não demorou muito para que o policial voltasse com uma pasta em mãos e a entregasse para o meu pai. Ele folheou as páginas não parecendo muito satisfeito. Agradeceu o policial pelo seu tempo, e então deixou a delegacia.

Vi aquele vídeo durante a noite toda e me surpreendia que o botão não tivesse quebrado.

Encostei os cotovelos na mesa, passando as mãos pelo cabelo, soltando um suspiro.

— Não consegue dormir?

Ergui meu olhar com velocidade vendo Dean descer o último degrau da escada.

— Só estava... — indiquei o notebook em cima da mesa.

Dean concordou com um meneio, em silêncio, seguindo seu caminho para a cozinha.

Segui o Winchester com o olhar até o mesmo desaparecer, voltando minha atenção para o notebook em minha frente, colocando a gravação para rodar novamente.

— Meu palpite é que você já assistiu isso, tipo, umas cinquenta vezes. — a voz de Dean me fez soltar um suspiro. — Ou mais, sei lá.

Ele se aproximou virando a tela do notebook enquanto observava a gravação.