11. Olá Califórnia

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A Califórnia nunca parecera tão ensolarada quanto agora. O céu reluzia numa coloração azul alegre e estava livre de nuvens. Algumas famílias passeavam pelas calçadas provavelmente desfrutando as longas semanas de férias de verão que teriam.

Sentia falta de Los Angeles e o aperto continuo em meu peito desde que havia colocado os pés ali comprovava isso.

Arrumei a mochila em meus ombros ao parar em frente a uma residência de dois andares com janelas e portas de vidro; o que possibilitava uma boa vista dos cômodos interiores. Um jardim magnífico contornava a casa.

Passei pela cerca, subindo a pequena escadaria antes de tocar a campainha. Não demorou muito para que "já vai" ecoasse pelo interior.

Falhei miseravelmente quando senti que meu rosto partiria em dois assim que o rapaz de cabelos pretos como nanquim e olhos azuis hipnotizantes entrou em meu campo de visão. O semblante tranquilo foi substituído por sobrancelhas franzidas e uma boca escancarada em surpresa.

— Oi Dyl. — praticamente me joguei em seus braços, puxando-o para perto. Fechei os olhos inspirando seu perfume, o cheiro de limão fresco e lavanda invadiu cada parte do meu corpo me deixando desnorteada.

As mãos de Dylan rodearam minha cintura e me aconcheguei naquele aperto tão familiar.

— Queria ter te buscado no aeroporto. — ele murmurou contra os meus cabelos. Soltei uma risada baixa ainda com o rosto contra a curvatura de seu pescoço. — Por que não me avisou?

— Só queria fazer uma surpresa. — me afastei minimamente, inclinando a cabeça levemente para trás para poder encarar o rosto de Dylan. — E se eu dissesse que estava vindo provavelmente estragaria isso.

Dylan balançou a cabeça com um sorriso que refletia o meu.

— Senti tanto a sua falta. — declarou, apertando minha cintura levemente antes de erguer o meu corpo contra o seu. Meus pés deslizaram deixando de tocar o chão e todas as minhas tentativas de me soltar de seu aperto foram inúteis.

— Dylan! — protestei ao ser arrastada para dentro da casa com a porta de vidro fechando logo atrás do meu corpo. — Eu também senti a sua falta.

Ele parou no meio do corredor e meus pés tocaram o chão novamente. Inclinei a cabeça para o lado sentindo seu olhar percorrer cada parte do meu corpo.

Engoli em seco.

— Você não mudou nada nesses últimos anos. — observou enquanto uma de suas mãos acariciava minha bochecha e a outra se mantinha firme em minha cintura.

Franzi o nariz.

— Não sei se isso é algo bom ou ruim.

Dylan balançou a cabeça acabando com a distância mínima que havia entre nós dois.

— Quando se trata de você... não existe nada de ruim. — ele sussurrou, abaixando a cabeça e então seus lábios esbarraram nos meus. Apoiei uma de minhas mãos em seu ombro enquanto a outra subiu para a sua nuca, acariciando os cabelos curtos que haviam ali. Sua língua invadiu minha boca acariciando-a com suavidade como se pudéssemos passar o restante de nossas vidas emaranhados um no outro.

Me afastei brevemente, respirando fundo. Ergui o rosto encontrando o olhar de Dylan.

— Se eu estiver sonhando por favor não me acorde. — brinquei, rindo em seguida. O olhar de Dylan permanecia em meu rosto, analisando, buscando por algum ferimento, não saberia dizer. — O que foi? — perguntei baixinho.

Ele negou com um meneio, retirando as mãos de minha cintura.

— Suponho que esteja exausta.

— Gostaria de negar isso. — olhei ao redor. — Mas estaria mentindo.

Only Human (Supernatural)Onde histórias criam vida. Descubra agora