06. Apenas a minha imaginação

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Era como se eu tivesse passado as últimas horas rodando sem parar e logo em seguida batesse minha cabeça contra o meio-fio com força. Meus olhos ardiam quando os forcei a se manterem abertos; podia jurar que pequenas partículas de areia estavam presas ali.

Minha garganta estava seca como se nos últimos dias não tivesse consumido a quantidade ideal de água que meu corpo necessitava. Pisquei numa lentidão absurda tentava obter alguma imagem nítida do local em que me encontrava.

Um desespero súbito tomou conta de minhas células quando percebi que não conseguia enxergar com clareza.

O café.

Pisquei mais uma vez, sentindo meu estômago embrulhar. Me esforcei tentando encontrar alguma saída próxima, alguma arma que pudesse utilizar quando minhas captoras decidissem vir ao meu encontro. Trinquei o maxilar com força quando virei minha cabeça numa tentativa de ver o que havia atrás do meu corpo e a dor em meu pescoço quase fez com que eu desmaiasse. Lágrimas molharam minhas bochechas.

Senti a risada ressoar por todo o meu corpo quando alguém se aproximou as minhas costas. Tentei me debater, mas minhas mãos e pernas estavam presas contra a superfície de madeira da cadeira.

Outra risada. Minha cabeça tombou para trás com violência quando seguraram meu cabelo com força, deixando meu pescoço exposto.

— Não tente lutar. — a voz soou baixa e me perguntei se meus sentidos estavam me traindo novamente. Algo pontiagudo lacerou a pele de meu pescoço me fazendo estremecer. — Logo tudo irá passar.

A sensação de torpor tomou conta de cada parte de meu corpo e mesmo que eu quisesse berrar e me debater, não era capaz. Desmaiei antes mesmo que a garota em meu pescoço fosse embora.

Abri os olhos de uma vez, arfando em busca de ar com a sensação de estar me afogando novamente. Meu corpo estremeceu por conta do movimento brusco.

Fechei os olhos com força devido ao lampejo de dor quando os abri encontrei uma pessoa amarrada ao chão. Uma parte de meu cérebro parecia já ter visto aquele rosto antes, mas era necessário um esforço que eu não conseguia fazer agora para reconhece-lo.

— Se elas se alimentarem mais uma vez de você. — a pessoa disse. Sua voz ondulou — Você morre.

Senti meu corpo ficar leve... leve demais.

— Sou Seth.

Balancei a cabeça tentando manter minha concentração para que não fosse arrastada para o que quer que me aguardasse do outro lado.

— A-allison. — um sussurro deixou meus lábios. — O que elas são?

A sensação de torpor me embalou novamente e antes que Seth pudesse responder a avalanche de dor quebrou sobre mim. O ruído em meus ouvidos se tornou insuportável; como se um mosquito batesse as asas dentro de minha cabeça buscando uma forma de alcançar a liberdade.

Um garoto de cabelos escuros me encarava com atenção. Estreitei os olhos ignorando a pontada em minha cabeça.

Meu coração pulsou em minha garganta.

Isaac? — a incredulidade era presente em minha voz.

E como fumaça ele sumiu.

Repuxei o ar, sentindo meus pulmões arderem.

E então abri os olhos. Isaac estava bem ali.

Vasculhei em minha mente — ou pelo menos tentei — todas as criaturas monstruosas que possuíam dentes pontiagudos, desistindo minutos depois ao perceber que não conseguiria tendo em vista que a lista era gigantesca; não acreditava serem vampiras, não, seus olhos eram de um amarelo intenso.

Only Human (Supernatural)Onde histórias criam vida. Descubra agora