A areia aquecia meus pés enquanto observava as ondas quebrando a menos de 10 metros de distância. Inclinei minha cabeça para trás observando o céu enquanto diversas estrelas brilhavam pela extensão azulada.
Fechei os olhos, respirando fundo enquanto deixava o cheiro da maresia abraçar o meu corpo num aperto reconfortante. Casa. Ou pelo menos, onde costumava ser.
— Estou feliz que você esteja aqui. — a voz de Dylan soou baixa. — Sei que... sei que voltar para cá está no final da sua lista de prioridades no momento.
Abri os olhos, voltando meu olhar para a água.
— Não é como se eu tivesse tido alguma escolha. — murmurei. — Will sempre deixou claro o quanto os riscos eram altos caso eu decidisse ser imprudente. — neguei com um meneio. — Veja onde isso o levou.
Por mais que eu tivesse implorado, chorado e me debatido não fora o bastante para que não deixássemos a Califórnia para trás. Era muito nova para morar sozinha e meu pai jamais permitiria que eu morasse com Dylan por causa de Justin.
Afastei o aperto em meu peito quando memórias antigas ameaçaram invadir minha mente.
— Anos. — Dylan suspirou. — Anos e nunca encontramos uma solução.
Dei de ombros.
— É difícil encontrar a solução de algo que não existe. — minha voz soou abafada pelo canto das gaivotas. — Mas... eu sinto falta daqui, da vida que tínhamos. — desviei o olhar para o rosto de Dylan. — De você.
Abri um sorriso fraco, segurando seu rosto com uma de minhas mãos.
— É tão injusto que você tenha que pagar pelos erros de seu pai.
Assenti lentamente, trancafiando a sensação de que meu peito parecia estar sendo esmagado.
— Tal pai, tal filha. — acariciei sua bochecha. — Não se martirize por isso. Não há nada que você possa fazer.
Dylan curvou os ombros para frente, soltando um suspiro.
— Obrigado por vir.
Dylan Blake era a única família que havia me restado e o único e mais antigo amigo que eu possuía. Por mais que as vezes cruzássemos certos limites... ele ainda era a única família que eu tinha. E que eu sabia que podia contar para absolutamente tudo, tinha sido assim desde que éramos pirralhos correndo pela vizinhança.
Ele encarou o horizonte, ainda com a mão sobre a minha.
— Alguns corpos foram encontrados completamente desfigurados. — ele disse, apertando minha mão. — Marcas de mordidas e arranhões.
Franzi o cenho.
— Lobisomens?
Dylan negou com um meneio.
— No começo, achei que fossem os licantropes buscando irritar o clã de Justin. — ele suspirou. — As marcas e mordidas não são de lobisomens, Ally. — senti o aperto em minha mão aumentar. — Depois do que você me disse, sobre as vítimas terem vendido suas almas anos atrás...
Fechei os olhos momentaneamente ao perceber do que se tratava. A bile subiu em minha garganta e o esforço para mantê-la afastada fez meus olhos encherem de água.
— Cães do inferno. — minha voz não passava de um sussurro rouco.
Dylan concordou lentamente.
— No total foram 6 pessoas. — ele disse. — Você sabe quantas pessoas...
Engoli em seco.
— 6 pessoas desaparecidas em Illinois.
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Only Human (Supernatural)
FanfictionCapa por GorroVermelho | Capas Tênue Com o desaparecimento repentino do pai, Allison Chermont não hesita antes de se envolver em uma caçada para descobrir o que aconteceu. Mesmo com mais obstáculos do que tinha imaginado, ela conta com os Wincheste...