18. De volta à Sioux Falls

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O cheiro de bacon impregnava todo o andar de baixo.

Parei no último degrau ao me deparar com Sam no sofá. Ele cochilava num ângulo estranho e seu notebook estava apoiado em sua barriga.

Fazia algumas horas desde que tínhamos deixado Amityville e seus horrores para trás. O plano de Dean seguiu como ele descreveu que seria. James acreditava que o responsável pelo o que tinha acontecido com os Hayes tinha envolvimento com a morte de Olívia, já que ela era a única testemunha. Sam tinha cuidado das câmeras de segurança, retirando algumas horas de gravação e colocando uma antiga no lugar para que ninguém soubesse que havíamos estado lá naquela noite.

O velório de Olívia aconteceu alguns dias depois e Dean me acompanhou quando informei que iria visitar o túmulo de Liv quando a cerimônia acabasse e James não estivesse nos arredores – evitando qualquer tipo de pergunta ou convite da parte dele.

A imagem do pescoço de Olívia contorcido num ângulo estranho surgiu em minha mente. Engoli em seco, afastando essa lembrança junto com o aperto que surgiu em meu peito.

— Isso é cheiro de bacon? — perguntei ao terminar de descer o lance da escadaria.

— Por incrível que pareça, sim. — a voz de Dean ecoou pelo cômodo atraindo minha atenção. Ele estava encostado no batente da porta que levava para a cozinha. — Jody Mills nos salva novamente. — seus lábios se curvaram num sorriso de lado.

Meus olhos brilharam quase que de imediato e passei por Dean igual a um furacão enquanto adentrava a cozinha. Jody pegava alguns pratos enquanto Bobby estava encostado no armário, gargalhando.

Foi inevitável abrir um sorriso para isso.

— Bom dia. — disse.

— Oi Ally. — Jody deixou os pratos em cima da mesa, me abraçando. — Espero que goste de bacon e panquecas.

Soltei uma risada fazendo uma careta em seguida ao sentir uma pontada de dor subir pelo meu corpo.

— Se sente melhor? — Bobby perguntou com uma leve preocupação.

Não preciso dizer que tínhamos omitido a maioria das coisas para evitar um sermão que duraria até que virássemos pó. Isso incluía a minha bebedeira sem limite naquela noite e o fato de termos ficado apenas para encobrir nossos rastros.

— Nada que uma boa noite de sono não resolva.

Jody alternou seu olhar entre nós dois.

— O que aconteceu? — perguntou. — Meu Deus, Allison. — ela segurou meus braços enquanto analisava os roxos que tinham surgido depois de ter sido arremessada por Louise.

— Eu estou bem, Jody. — assegurei, tranquilizando-a. — Só um espírito vingativo fazendo o que eles fazem de melhor: arremessar as pessoas de uma lado para o outro. — brinquei.

Jody suspirou, me soltando.

— Conseguiram resolver o caso?

Ofereci a Jody o melhor sorriso que podia fingir naquele momento.

— Nós sempre conseguimos. — soltei uma piscadela vendo um amontoado de massa de panqueca e cima da mesa. — Precisa de ajuda?

Jody me dispensou com um gesto.

— Vocês cuidam dos monstros e eu cuido do café da manhã, tudo bem?

— Ficamos com a parte mais divertida mesmo. — Dean comentou atrás de mim, olhei por cima do ombro encontrando seu olhar. Eu sei o que você está fazendo. Era o que as orbes cor de jade pareciam dizer.

Only Human (Supernatural)Onde histórias criam vida. Descubra agora