07. Problemas no paraíso

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O primeiro parágrafo do exemplar Anjos e Demônios ecoava em minha cabeça à medida que o lia pela quarta vez. Um suspiro deixou meus lábios ao perceber que nada fazia mais sentido. Que bagunça era aquela em que tinha me enfiado?

Ainda tentava entender como Castiel com um simples encostar de dedos em minha testa podia descobrir meu nome, idade e outras coisas que torcia que ele não tivesse conseguido ver em minha mente; não estava pronta para lidar com o drama que estas trariam.

Desde quando anjos existiam? Era a pergunta que rondava a minha mente desde que tinha acordado naquela cama nada confortável do motel em que estávamos hospedados.

Não parecia possível seres celestiais existirem e ainda assim, deixarem todo o caos comandar o nosso mundo.

Meu pescoço ainda estava dolorido por mais que não houvesse nada lá, nem mesmo uma cicatriz — cortesia do amigo alado dos Winchester. E conseguia sentir aquele veneno circular por cada parte de meu corpo, impossibilitando que me movesse e chegasse até Isaac. Balancei a cabeça brevemente afastando esses pensamentos.

— Tem mais alguma coisa que eu precise saber? — perguntei encarando os rapazes sentados em minha frente.

Dean deu de ombros enquanto Sam parecia ponderar se faltava mais alguma coisa a ser dita. Dos dois, o Winchester mais velho era o que mais se divertia à medida que eu arregalava os olhos diante das revelações do caçula, vez ou outra ele intervia para acrescentar alguma observação.

— Teve uma vez que... — Dean soltou uma risada quando Sam o empurrou pelos ombros, forte o bastante para que ele tombasse para trás.

Sam revirou os olhos para o irmão.

— Pretende sobrecarrega-la com tantas informações? — Sam rebateu, seu semblante estava sério. — Ela tem tempo o suficiente para descobrir sobre essas coisas, Dean.

Franzi o cenho.

— Não me digam que o País das Maravilhas é real também.

Dean pareceu engasgar com uma risada.

— Pelo menos não devo me preocupar caso um Coelho Branco com um relógio apareça em meu quarto. — brinquei, dando um sorriso fraco. — Castiel foi expulso do céu?

— Basicamente. — Dean respondeu, apoiando-se nos cotovelos. — Outros anjos caíram também, a maioria não voltou.

— E Deus decidiu tirar férias? — indaguei com cautela. — Não pensei que Ele fosse egoísta a ponto de deixar todos à mercê dos terrores que assombram a terra.

Senti meu estômago revirar. Uma pequena parte repleta de ingenuidade ainda acreditava que forças maiores trabalhavam para evitar que tudo de ruim acontecesse. Mesmo com todos os motivos para não acreditar nisso, existia uma parte nas profundezas do meu ser que acreditava até agora.

Um sorriso repleto de significado moldou os lábios de Sam quando ele encarou o irmão. Dean desviou o olhar, remexendo-se de maneira desconfortável.

— O que eram as criaturas que me capturaram? — decidi ignorar o que quer que fosse que Sam tinha se lembrado e que o irmão se esforçava para deixar de lado.

— Eram vetalas. — Sam respondeu. — São criaturas que caçam em duplas, provavelmente a garota atraía as vítimas e a garçonete fazia o resto.

Assenti lentamente. Eu tinha visto Alexis com a última vitima horas antes de ele desaparecer também.

— E como vocês me encontraram? — ainda lembrava do desespero que tinha tomado conta de cada célula de meu corpo imaginando se eles estavam a minha procura.

Only Human (Supernatural)Onde histórias criam vida. Descubra agora