Only Human (Supernatural)

01. Rumo a Sioux Falls

Encarei o ferro velho após um longo tempo de caminhada — já que o ponto de ônibus ficava consideravelmente longe do lugar em que o suposto amigo de meu pai morava.

Talvez eu estivesse no endereço errado e fosse dar de cara com algum maníaco, tipo naqueles de filme de terror, sabe?

Tinha assistido todos os filmes da franquia de Scream, assim como a série, para ter um pé atrás sobre visitar um estranho no meio de um ferro velho.

Balancei a cabeça vendo que essa era uma das menores preocupações que eu poderia ter na minha vida. Se fossemos analisar tudo o que eu já tinha presenciado, minha vida daria bons filmes de terror.

Arrumei a bolsa em meus ombros seguindo em direção a porta.

Esperava que essa viagem fosse valer a pena.

Por sorte, eu possuía um ou dois cartões dentro da minha bolsa antes do ocorrido então eles não haviam derretido juntamente com todas as minhas coisas.

Depois do ocorrido, entrei em modo automático, seguindo todo o protocolo já planejado por meu pai caso algo do tipo viesse a acontecer.

Só nunca imaginei que isso algum dia fosse acontecer. Sério Allison?

Era mais do que óbvio para o meu pai que esse tipo de coisa viria acontecer, levando em conta o estilo de vida que ele havia escolhido anos atrás.

Afinal, toda ação tem sua reação.

Após ter sido liberada pelos bombeiros, consegui ir até ao trabalho de meu pai, fuçando suas coisas até encontrar um caderno, uma arma e alguns dólares. Obviamente não conseguiria entrar com aquela arma no aeroporto ou em qualquer lugar, então tive que deixa-la para trás.

Logo depois de revirar alguns documentos, encontrei alguém que ele considerava como contato de emergência. Acredito que o fato do nome de Robert Singer estar circulado em vermelho indicava algo.

Dias depois eu chegava a Dakota do Sul, sendo mais especifica, numa cidadezinha chamada Sioux Falls ou pelo menos era o que a placa enferrujada de boas-vindas indicava.

Os moradores não eram extremamente amigáveis o que acabou dificultando minha busca pelo ferro velho.

A residência do tal Robert era grande com a pintura em azul escuro — que estava desbotando, por sinal —, possuía dois andares e uma caminhonete azul repleta de ferrugem estava estacionada na garagem improvisada.

Olhei o caderno em minhas mãos, apenas para conferir o endereço e ver se estava no lugar certo.

É, o lugar era aqui.

Ao parar em frente à porta, dei três batidas na mesma aguardando pelo dono da residência.

No entanto, ninguém apareceu.

Balancei a cabeça reclamando enquanto dava a volta na casa buscando encontrar o morador.

Quem sabe ele estaria na parte dos fundos?

Enterrando um cadáver, completei mentalmente.

Eu realmente deveria parar de assistir filmes de terror.

Mexi na maçaneta, olhando pelo vidro extremamente sujo em busca de ver alguém, mas todas as minhas tentativas foram em vão. Considerei a ideia pegando um grampo do cabelo enquanto enfiava na fechadura e não demorou muito para que ouvisse um click que indicava que a porta tinha sido destrancada.

Qual é! Qualquer pessoa já quis fazer isso. Era a oportunidade perfeita.

E para a minha surpresa — ou não — dei de cara, literalmente, com a ponta de uma espingarda.