20. Em que posso ser útil?

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Dylan tinha enviado mais do que apenas as gravações revisadas que Sam tinha conseguido em Illinois, havia uma pasta inteira só com as gravações de trânsito de todos os lugares próximos que Will Chermont tinha visitado. E surpreendentemente elas continham informações reveladoras.

Alcancei meu celular digitando uma breve mensagem de agradecimento para Dylan, a resposta veio em poucos minutos depois.

Dyl: Conheço pelo menos umas 10 maneiras diferentes que você pode usar para me agradecer depois. Me mantenha informado e se precisar de alguma coisa, estou aqui.

Meu estômago revirou de ansiedade quando flashes da semana que eu tinha ficado na Califórnia invadiram minha mente. Relutantemente mandei essas lembranças para longe, deixando o celular jogado no braço do sofá.

Uma mini van roxa com um adesivo gigantesco que brilhava na parte traseira do veículo com caligrafia impecável com os seguintes dizeres 'LUAR NEGRO' tinha aparecido em pelo menos 3 das 10 gravações que tínhamos assistido. Após algumas pesquisas acabei descobrindo que se tratava de uma loja de ocultismo em Nova Orleans.

Meu olhar estava preso no teto enquanto o tic-tac do relógio ecoava ao fundo enquanto sentia meu corpo vibrar em ansiedade. Bobby parecia estar feliz por termos descoberto algo novo, mas não tão animado quanto imaginei e eu entendia o porquê. Ele estava com medo do que a decepção de não encontrar nada podia fazer comigo.

O velho Singer e eu tínhamos estabelecido um vínculo no último mês, fora bem difícil nas primeiras semanas. Principalmente porque eu queria sair as cegas e tinha até mesmo tentado fugir em alguns momentos. Bobby tinha sido paciente com todas as minhas tentativas estúpidas e irresponsáveis até que eu decidisse que isso não me levaria a lugar algum e optasse por passar essas semanas entrando em forma.

As batidas na porta arrancaram-me de meus devaneios.

— Pode entrar. — murmurei.

— Acorde e brilhe, dorminhoca. — a voz de Dean me fez sentar na cama de uma vez.

A animação exagerada em sua voz me deu ânsia de vomito.

— Desde quando você bate na porta? — Isso era novidade considerando o fato de que Dean não tinha o hábito de anunciar sua chegada ou ter qualquer tipo de comportamento adequado.

No instante seguinte o quarto foi preenchido pela luz solar e quase de imediato fechei os olhos numa tentativa falha de não ficar cega.

— Perdeu a noção? — pisquei algumas vezes até focar meu olhar no Winchester parado ao lado da janela com um sorriso nos lábios. — O que você quer, Dean? — perguntei impaciente.

— Bobby pediu para que eu te acordasse já que Sammy está ajudando a Jody e as garotas. — disse. — Mas pelo visto você nem chegou a dormir.

Assenti lentamente ainda meio atordoada com a claridade repentina.

— Noite difícil?

Dei de ombros.

— Acho que é isso que acontece quando se toma mais da metade de uma caixa de energéticos.

Dean ponderou.

— Isso ou um ataque cardíaco.

— Fico feliz que não tenha sido a segunda opção. — levantei da cama, indo em direção a penteadeira. — Precisa de mais alguma coisa? — perguntei vendo o reflexo de Dean pelo espelho.

Dean negou com um meneio.

— Bobby está te esperando nos fundos.

— Já estou descendo. — disse observando Dean caminhar em direção a porta.

Only Human (Supernatural)Onde histórias criam vida. Descubra agora