Capítulo 25

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- Porque está assim?
Me virei na direção de sua voz.
- E... Eu só estou deitada.
- Me refiro a sua tristeza.
- Não é nada.
Minha respiração estava muito alterada, não havia me recuperado de ter visto Dastan.
Ele me encarava.
Me levantei e ele mantinha seu olhar ainda fixo em mim.
- Não estou perdendo o controle então por que está aqui?
- Não consigo explicar, apenas quis vir te ver.
- Sentiu minha falta? Falei sem pensar e sorri.
- Não garota tola, apenas quis vir ver como você estava.
Me senti envergonhada pelo que tinha dito fiquei totalmente vermelha.
- O que houve?
- Tive um pesadelo com ele. Respirei fundo.
- E por isso foi até o castelo?
- Sim, queria saber se ele estava bem, se o que aconteceu não tinha sido uma visão.
Não podia ver sua fisionomia, seu corpo era totalmente coberto por seu manto.
- Morte... O chamei e caí no chão senti suas mãos frias me segurando.
- Estou aqui.
Imagens surgiram em minha mente eram dos arredores do castelo.
A ilha estava coberta por todos os lados.
- Fiquem de olho em Luna, temos que a encontrar e depois matar ela.
Um homem com a pele branca, com por volta 1,90 de altura, vestindo uma roupa inteiramente preta e rosto quadrado e rígido disse na frente dos outros.
- Disseram que ela dorme na torre.
- Temos que chegar lá primeiro.
Todos eles estavam com espadas em suas mãos, adagas, lanças, punhais e facas.
Haviam mais de trezentos bruxos e bruxas aos arredores do castelo.
Haveria algum exército no castelo?
Eles não conseguiriam lutar sozinhos eu tinha que ajudar, mas só usaria meu poder em último caso.
Eles estavam a espreita.
- Esperem minha ordem para atacar.
Na escuridão da noite seus corpos não eram tão visíveis, suas roupas eram pretas e assim era difícil ver aonde estavam.
Surgi no castelo, senti sua mão fria ainda me segurando.
Ele estava ao meu lado.
- Se prepare eles logo estarão aqui dentro.
- Luna Gladius.
Já fazia tempo que não empunhava minha espada, ela reluzia trazendo um forte brilho.
Tudo estava em silêncio podia ouvir minha respiração ela estava um pouco alterada.
Morte percebeu isso e segurou minha mão.
- Vou lutar ao seu lado.
Sorri.
Ficamos daquele jeito por segundos ou talvez minutos, não era possível contar, mas tudo estava quieto.
Ele soltou minha mão.
- Agora. Era a voz do homem.
A enorme porta do salão foi arrancada e caiu ao chão fazendo um barulho muito alto.
- Rainha? Aquele homem falou e depois me reverenciou.
Todos eles pararam atrás daquele homem.
- O que vieram fazer em meu castelo?
- Viemos te destronar e depois te matar, novo amiguinho? Ele apontou para morte.
- Desculpe por ter que falar desse jeito e por estragar seu plano maravilhoso, que deve ter custado dias a fio pensando nele. Fui irônica com minhas palavras quase que as cuspindo em seu rosto.
- Eu não morro. Disse
Todos ficaram assustados alguns recuaram outros me encaravam.
Suas feições eram de espanto.
Ouvi barulhos vindo da escada olhei para trás e Jeny, Cloe, Eva, Lili, Melissa e os anciões desciam as escadas todos eles empunhando armas.
- Luna.
Jeny desceu mais rápido do que os outros e me abraçou.
- Minha filha. Ela disse em meio a lágrimas.
Ouço então batidas de palmas.
Olho para frente e vejo aquele homem.
- Isso é comovente. Disse ele com uma voz triste e enxugando o rosto como se limpasse uma lágrima.
- Acha mesmo que vou acreditar que não pode morrer, até pra você que é tão poderosa isso soa ridículo.
Ele ria alto.
- Não fujam, sejam leais e não acreditem nessa bruxa mentirosa.
- Como se chama?
Ele me olhou incrédulo.
- Sólon.
- Então esse nome será colocado em sua lápide quando eu terminar com você. Gargalhei alto minha risada ecou pelas paredes do castelo.
- Luna não perca o controle. Ouvi baixinho a voz de morte.
- Vou tentar.
Apertei a espada ainda mais em minhas mãos.
E em meu rosto estampado estava um sorriso.
- Ataquem.
Um choque de adrenalina invadiu meu corpo.
Fui de encontro a Sólon correndo passei com um salto por cima de seu corpo e fiquei atrás dele.
O chutei em suas costas e ele foi ao chão.
Olhei em volta morte encostava a mão na cabeça dos bruxos e eles na hora caíam no chão com seu corpo já sem vida todos incluindo os anciões lutavam, mesmo Gregório e Geneviève lutavam vorazmente.
Senti um chute em minha perna e caí de joelhos ao chão.
Sólon estava em pé e com sua espada empunhada em minha frente me levantei.
Nossas espadas se encontraram várias e várias vezes o barulho do encontro delas ecoava nas paredes.
Haviam ainda muitos para serem derrotados.
- Luna Gladius, Luna Gladius, Luna Gladius... Repeti várias vezes fazendo com que o brilho da espada se intensificasse.
Sólon não conseguia ver nada além do brilho e isso fez com que ele colocasse a mão sobre o rosto.
Ouvi um grito era Cloe, fui sem pensar duas vezes até ela, tinha sido atingida na perna. Atravessei com a espada o corpo da garota que a tinha atingido.
Peguei Cloe em meu colo.
- Tudo vai ficar bem tá bom?
O ferimento era muito grande e jorrava sangue.
- Eu tenho que estancar seu sangue antes que perca muito.
- Tudo bem. Ela falou devagar.
- Leve ela lá para cima nós cuidamos disso. Morte falou.
A ergui e subi os degraus o mais rápido que pude e a levei até o quarto.
A deitei sobre a cama, fiz que minha espada sumir e olhei para a perna de Cloe.
- Seu ferimento está muito fundo o feitiço vai demorar demais para te curar, então vou estacar seu sangue.
Ela vestia uma calça jeans com cinto e sua camisa branca estava cheia de sangue puxei seu cinto e fiz um torniquete para que então estancasse seu sangue.
Ela gemia de dor.
Ouvi a porta sendo arrancada das dobradiças.
Puxei ainda mais o torniquete, só deu tempo para terminar de puxar, fui arremessada contra uma das paredes batendo com a cabeça, todos os quadros das paredes caíram.
Eu estava meio zonza me levantei e tudo girava tentei me manter em pé.
Sólon vinha em minha direção ele me deu um soco e eu achei que iria desmaiar, tudo ficou embaçado e desfocado ouvi a voz de Cloe, Sólon me soltou e ia em direção a ela.
Me levantei me apoiando nos móveis.
- Não toque nela. Disse devagar
- Ainda não desistiu?
- Eu nunca desisto.
Não conseguia ver um palmo a minha frente, mas juntei todas as forças que tinha e fui para cima dele.
Com uma enorme força ele me jogou ao chão e prendeu meu pescoço contra o chão com suas mãos.
Ele me ergueu no ar me sufocando.
Cloe gritou.
Estavam fora do chão e chutava para que ele me soltasse.
Seria a hora certa de usar meus poderes, mas não tinha forças para isso.
Em meio ao sufocamento consegui pronunciar algumas palavras:
- Tudo...Vai...Ficar...bem...
O ar dos meus pulmões estava acabando e ao mesmo tempo minhas forças se sumiam.
- Volto pra te matar. Ele disse a Cloe.
Soltou um pouco meu pescoço, minha visão não tinha voltado ao normal.
Senti algo grosso escorrendo por meu rosto, sabia que era sangue.
Ele me jogou e eu rolei até o topo da escada.
Em relance vi um portal sendo aberto, mas não conseguia mais identificar quem sairá dele.
Eu estava deitada no chão a poucos centímetros dos degraus.
Sólon me pegou pelo pescoço outra vez.
- Luna. Ouvi o som da voz de Cam.
- Se chegar mais perto mato Luna.
- Eu...Não... Posso... Morrer. Disse baixo e com dificuldade.
- Se não morre vou te cortar em pedaços todo seu corpo e enterrar em lugares diferentes do mundo. Ele riu.
- Solte Luna. Era a voz de Dastan autoritária e com um pouco de desespero.
Sólon me ergueu ainda mais.
- Hoje dou fim a teu reinado e reivindico em nome de Dalila e aqui tiro sua vida.
Ouvi alguns gritos e sabia que eram de seus seguidores.
Escutei sua espada primeiro cortando o ar.
Fechei meus olhos e disse quase que inaudível.
- Luna Gladius.
Virei com a espada para trás e ao mesmo tempo que me atingiu eu o atingi.
Senti uma dor imensa.
Estava de pé, mas não conseguia me manter por muito tempo.
O corpo de Sólon caiu ao chão e rolou as escadas.
Coloquei a mão entre minhas costelas e com a visão um pouco embaçada vi o sangue na ponta de meus dedos.
Eu ia cair.
Fui envolvida nos braços de alguém.
Minha visão me enganava não conseguia ver quem estava comigo em seus braços.
Tudo começou a escurecer e por um breve instante foi como se o mundo inteiro ficasse em silêncio, uma luz forte invadiu meus olhos até que tudo escureceu novamente...


A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolOnde histórias criam vida. Descubra agora