A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o Sol

Capítulo 19

A casa tremia, Gadriel estava ao meu lado.
- Está tudo bem Luna.
- Morte é você.
- Sim, olhe para mim.
As coisas começaram a cair e o teto a fazer barulho.
Eu estava abaixada no chão com a cabeça nos joelhos.
Ergui a cabeça e vi a figura da morte com seu manto cobrindo todo seu corpo.
- Venha eu vou te ajudar a se levantar.
Ele me estendeu sua mão.
A segurei, era tão fria, ele me levantou.
- Se acalme, faça isso parar.
Fechei os olhos e senti sua mão em meu ombro e Gadriel estava com a cabeça tocando minha mão.
- Eu não consigo. Gritei
Raios começaram lá fora, me assustei.
Morte segurou ainda mais forte em meu ombro.
- Você consegue, estou aqui, tudo ficará bem Luna.
- Vou segurar suas mãos.
Ele ás segurou.
O tremor do chão começou a diminuir até que cessou totalmente.
Abri os olhos e morte estava na minha frente nada estava descoberto além de suas brancas mãos.
Ele soltou devagar minhas mãos.
- O que veio fazer aqui?
- Preciso falar com você.
- O que aconteceu?
- Sua mãe e sol, ainda não é seguro enfrentar nenhum deles, por mais que estejam com seus poderes diminuindo, ainda possuem quantidade mais do que suficiente para derrotar você, eles sabem controlar e usar perfeitamente seus poderes.
Passei as mãos pelos cabelos.
- Tente se controlar mais, estarei aqui se precisar de mim.
- Tudo bem.
- Fique bem.
Ele foi em direção a porta.
- Por que está me ajudando?
- Tenho questões com aqueles dois, questões muito maiores do que seu conhecimento e que não são da sua conta.
Fiquei em silêncio.
- E também te acho uma garota legal.
Ele desapareceu abri um curto sorriso e Gadriel veio ao meu lado.
- Desculpa se te assustei.
Acariciava seus pelos.
- Vou tomar banho.
Passei pelo porta retrato tentando o ignorar, ignorar tudo que sentia quando pensava nele.
Fui até o chuveiro e o liguei, tirei a roupa e tomei o banho.
Me enrolei na toalha e fui até minha bolsa e peguei um moletom o vesti, peguei um pacote de salgadinho e sentei em frente a lareira.
Adormeci ao lado de Gadriel.

[...]

- Vamos garoto.
Peguei o arco e flechas e fui até o lado de fora da cabana.
O segurei ainda desajeitada, mirava em uma árvore, mas acabei atingindo o chão.
- Acho que vou ter que treinar muito se algum dia quiser pegar o nosso jantar.
Gadriel estava sentado na neve com uma manta que havia comprado para ele.
Ergui o arco novamente tentando deixar o dedo quase que apoiado no queixo.
Consegui atingir a árvore não exatamente aonde queria, mas aquilo já era um bom começo.
Imagens surgiram em minha mente se embaralhando com a imagem do lugar que estava.
Conseguia ver Dastan, as imagens ficaram totalmente nítidas e pude ver que ele conversava com uma garota.
A garota estava encostada na parede e tinha um corpo monumental cabelos pretos longos e sorria para Dastan.
Surgi acima deles me segurando na viga do teto, conhecia aquela casa era a casa de Sun.
- A quanto tempo meu amor?
- Tempo suficiente Dalila.
Dalila ela havia me atacado antes que eu soubesse quem eu era havia sido na floresta perto da casa de meus pais.
- Eu senti tanto sua falta.
Ela passou com a mão acariciando o rosto de Dastan.
- Sabia que seria você quem estaria comandando esses ataques.
- Como sempre me conhece muito bem.
Sua mão foi até o peito de Dastan.
- Largou aquela sem sal da sua queridinha a Luna. Ela pronunciou meu nome com um tom de ironia.
- Isso não importa não sou nem um pouco ciumenta.
Aquela...
Meu sangue borbulhava.
Ele estava a poucos centímetros dela.
- O que queria realmente saber é o porque da sua ilustre presença, na verdade não importo é tão bom te ter por perto como antes ainda lembra do gosto do meu beijo, ainda lembra do toque das minhas mãos, se não se lembra posso te fazer lembrar.
Ela foi na direção dele e o beijou.
Não vi mais nada, já estava na frente da cabana com lágrimas nos olhos.
Gadriel veio até mim.
- Eu vi ele, uma garota que tentou me matar beijou ele.
Falava soluçando.
Começou a chover.
Entrei e me joguei sobre o sofá.
Meu choro estava alto e desesperador.
Gadriel encostou com a cabeça na minha perna, ele subiu no sofá e eu o abracei.
A chuva começou a piorar uma ventania forte fazia com que as árvores começassem a chacoalhar.
Gadriel estava ao meu lado.
Ele começou a se afastar saiu de cima do sofá e sumiu do meu ponto de visão.
Um minuto depois ele voltou com o livro o deixando em cima da minha perna.
- Por que trouxe isso? Disse desanimada ainda chorando.
Ele empurrou o livro com o focinho.
- Quer que eu abra?
Ele moveu a cabeça confirmando.
Abri o livro.

" Minha filha querida, minha Luna seu futuro pode trazer coisas boas e ruins, mas saiba meu amor que sempre estareremos aqui por você e para você, seu pai e eu somos os pais mais felizes desse mundo, agora você é ainda uma garotinha há coisas que ainda não pode compreender e esse livro será guardado até que a hora chegue.
Nós te amamos Luna.
Esse livro contém coisas que podem te ajudar no futuro, contém páginas importantes de coisas que ainda não pude te contar.
Espero que estejamos eu e seu pai sempre ao seu lado minha luz, minha Luna, mas se não estivermos presentes estaremos para sempre em seu coração.

Com amor mamãe e papai. "

Lágrimas escorriam por meu rosto.
Virei ás páginas nelas feitiços, encantos e poções diferentes estavam.
Passei rápido por um feitiço e voltei ele havia me chamado atenção.

" Use esse feitiço para que a fala de um animal possa ser entendida por humanos usará isso com um amigo especial"

Li o feitiço nele dizia que deveria colocar a mão sobre a cabeça do animal e ler o feitiço.
Coloquei a mão sobre a cabeça de Gadriel que sabia o que estava acontecendo.
- Loquentes animalibus.
Parecia que nada havia acontecido.
- Será que falei certo?
- Acho que sim. Gadriel se assustou com as palavras que foram emitidas por ele.
Sua voz era grossa e combinava perfeitamente com Gadriel.
- Isso é muito estranho.
- Concordo com isso. Ele falou
- Gadriel.
O abracei.
- Eu sempre quis falar com você Luna, sabia dos feitiços de sua mãe.
- Como?
- Eu sou uma espécie de guardião e fui encontrado e dado a você como um presente de sua mãe ela me mostrou o feitiço, mas escondeu o livro, queria ter te mostrado isso ontem mas não pude, pois, vi como havia ficado ao ver o porta retrato. Como era muito pequena quando seus pais morreram e não puderam contar sobre o nosso mundo fiquei esperando por você.
- Aonde?
- Pelas florestas, como os bruxos posso sentir o poder e quando senti o seu poder comecei a buscar por você, encontrei Eveline e ela me reconheceu e falou para Dastan que deveria ser entregue pra você.
- Todos os lobos são assim?
- Não, apenas os que vieram do primeiro lobo da primeira rainha, esse lobo foi enfeitiçado para que fosse o protetor da rainha, eu sou descendente direto desse lobo.
- Mas como vocês sabiam que seria eu?
- Não sabíamos, havia outro lobo também descendente do primeiro lobo ele foi destinado a Sun, mas ele foi morto por Sun porque segundo ele não precisava de um protetor, nunca havia tido dois lobos guardiões na mesma época, mas como dependia da batalha para descobrir quem assumiria o lugar como rei ou rainha, nasceram dois lobos um para o filho do sol e outro para você filha da Lua.
- Obrigado por cuidar de mim.
- Eu vou sempre estar aqui menina.
O abracei novamente.
Minha tristeza tinha diminuído, ali estava Gadriel como se ele fosse um pedaço de minha mãe como seu eu tivesse ela ali como se fosse um elo entre eu e ela ainda vivo.
A chuva ainda persistente não cessava.
- Sei que está triste por tudo que viu e o que aconteceu, mas agora que pode me ouvir, me entender vou amparar você.
- Obrigado Gadriel.
Meu coração tinha sido partido, mas pelo menos dessa vez estaria com parte de minha mãe ao meu lado.