capítulo 39: Dastan

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- A palavra jorrar sangue já não é suficiente para descrever a situação do meu nariz. Rosnei
- Foi mais do que merecido o soco que levou. Disse Pedro colocando gelo sobre meu nariz.
- Aí. Gritei
- Só estourou uma veia, não se preocupe seu nariz não está quebrado.
O encarei segurando a bolsa de gelo.
O ancião então riu.
- Isso vai ficar muito inchado.
Olhei para o chão com manchas de sangue.
- Por quê não contou a verdade sobre o beijo para Luna?
- Contar de que jeito, ela mal olhou na minha cara, tentei falar e acabei atirado na parede. Resmunguei.
- Outra vez você mereceu.
- Quer ganhar um desse? Apontei para o nariz.
- Se continuar com as piadinhas pode ter certeza que não vai ser somente eu que vai estar com o nariz inchado daqui a pouco.
Pedro ergueu as mãos em sinal de rendimento.
- O que acha que vai acontecer agora? Ela vai me deixar ficar como seu protetor?
- Pela raiva mostrada hoje dificilmente ela te deixará ficar por perto.
Encarava o chão limpando o nariz que ainda sangrava um pouco.
- Você não vai dizer a ela?
- Não, vou ignorar sua presença.
- Aquilo que disse sobre ela...
- Era para ferir seus sentimentos, se é que eles ainda existem, quero ela afastada sentimentalmente de mim, quanto mais eu a tratar assim mais fácil será.
- Dastan, o que está fazendo é muito arriscado, depois que perder o amor dela se arrependerá e será tarde de mais para poder concertar isso
- Eu acho que não me arrependerei de ter tomado essa decisão.
- Se acha isso, não a nada que se possa fazer.
Levantei andando pela sala os anciões já haviam saído e somente Pedro e eu estávamos lá.
- Vou tomar um banho e depois vou ver se falo com Luna.
- Tudo bem, mas tente dessa vez ser um pouco menos ríspido com a garota.
- Não posso prometer nada. Disse e saí indo em direção ao quarto de Cam.
Entrei no quarto sem bater ( antes tivesse feito isso) Cam estava beijando Melissa e no momento que me viu se afastou.
Melissa me olhou e ficou completamente vermelha.
- Desculpem se interrompi algo. Disse segurando a gargalhada.
Cam se levantou limpando os lábios e Melissa foi ao banheiro sem olhar pra mim.
Olhava para Cam com a sobrancelha levantada.
- Já pode parar Dastan.
- Eu? Olhei para os lados e para trás fingindo que não era comigo.
- Que merda aconteceu com seu nariz? Disse ele encarando meu nariz que devia ter dobrado de tamanho.
- Sua irmã. Disse.
- Bem feito. Cam riu.
A porta do banheiro se abriu e uma Melissa envergonhada foi até Cam e cochichou algo em seu ouvido e depois passou ao meu lado.
- Bom dia. Ela disse rapidamente.
- Vejo que pra vocês é um ótimo dia. Disse enquanto Melissa corria até a porta e depois a fechava depressa.
- Precisava disso?
- Não está usando essa menina pra esquecer de Luna?
Cam me encarou sem dizer nada.
- Foi só um beijo.
- Pra você sim, mas acho que a essa altura Melissa já deve estar planejado que sabor vai ser o bolo de casamento de vocês dois.
- Por quê Luna te fez isso?
- Não sei ao certo qual foi o real motivo pode ter sido por eu ter chamado ela de mimada,tola, vítima e dizer que ela sempre foge.
- Agora que me falou isso, com toda certeza mereceu.
- Eu quero que ela me odeie que ela nem sequer queira olhar para meu rosto.
- Sei que não quer que ela parta novamente, mas como pode fazer isso com ela?
- Estou cansado de fazer ela sofrer e de toda vez sofrer quando ela me deixa.
- E partirá o coração dela para que você se sinta melhor?
Sentei em uma cadeira perto da escrivaninha de madeira escura a frente da cama que estava encostada na parede.
- Você não pode contar a verdade pra ela.
Cam olhou para baixo e cruzou os braços.
- Pode tentar conquistar Luna, você realmente será melhor do que eu um dia já fui, prefiro você do que aquele...
Meu sangue fervia só de lembrar da cena da escada que morte pegou Luna em seus braços a levando novamente para longe.
Eu tentava fazer meus pensamentos ficarem o mais longe possível de Luna, mas ela era como um imã me fazia querer ficar por perto, ao seu lado.
Eu a amava com todas as forças que tinha, mas esse amor era nocivo e perigoso pra ela.
Ela sacrificou tantas coisas e agora era minha vez de fazer isso.
Sacrificar meu amor em prol de Luna não sofrer iria doer no começo tanto para ela quanto para mim.
Seria uma dor difícil, mas seria a última.
- Eu já a feri várias vezes e me arrependo de cada uma delas, mas eu não posso fingir que nada aconteceu e voltar atrás, cansei de ser o motivo das lágrimas dela caírem.
- E se isso só fizer tudo piorar, ela te ama como nunca amou ninguém.
- E é por isso que tenho que fazer que ela me odeie.
- Luna já perdeu muitas pessoas que amou, não seja mais um.
Me levantei da cadeira e fui até a porta seguido pelo olhar de Cam.
- Não magoe Melissa.
- Acho que estou gostando dela.
- Não banque um de Dastan com ela, assim como Luna, Melissa não merece sofrer.
Saí encostando a porta devagar.
Eu queria voltar no tempo e impedir que Luna me conhecesse.
Impedir aquele primeiro olhar, o sorriso e o sofrimento que causei a ela.
- E aí padrinho? Espera o que ouve com o se nariz? Perguntou Roland me tirando de meus pensamentos.
- Roland a história é longa.
- Preciso de você.
- Pra que?
- Calma é só pra ensaiar o casamento.
- Tudo bem vamos logo.
Descemos as escadas e chegamos até o salão que estava iluminado pela luz do sol.
Cam veio logo em seguida e encontrou Melissa que evitou me olhar.
Avistei Lili e Cloe vestidas com longos vestidos, Lili usava um vestido de um ombro só e roxo, Cloe usava um vestido de finas alças, vermelho.
As duas sorriam.
- Venha aqui. Cloe disse.
Fui até ela, seu olhar foi para meu nariz.
- Nem pergunte.
- Tá bom...
- Estão lindas.
As duas sorriram.
- Você vai ficar aqui. Cloe falou.
Ela me posicionou em um X no chão.
Sabia que os pais de Cloe haviam abandonado ela quando era uma criança e que seus tios pais de Melissa eram seus cuidadores, mas não se importavam com nenhuma das duas.
Ela já era como da família desde que conheceu Roland.
Meu pai entrelaçou os braço com o de Cloe, Eva fez o mesmo com Lili.
Jeb e Roland estavam um pouco mais a frente de mim.
Minha mãe e Vosdred estavam do lado de Jeb.
Eva e Vosdred estavam juntos agora, eles esconderam por um tempo, mas todos já sabiam.
Vi Cloe acenar e me virei para trás e encontrei Luna.
- Até que enfim chegou, venha aqui.
Ela me notou e saiu subindo as escadas logo em seguida.
- Luna. Lili gritou.
Cam que estava no canto do salão ao lado de Melissa, correu pelas escadas atrás de Luna.
- O que deu nela?
Me encolhi.
Todos olharam pra mim é depois disfarçaram.
- Já sei meu lugar, posso sair daqui?
- É... Pode sim. Roland falou.
Subi as escadas devagar e fui até o quarto, me joguei na cama e amaldiçoei minha existência...
Ouvi uma batida na porta.
- Não tem ninguém. Gritei
Ouvi a porta sendo aberta e olhei para trás e vi Cam.
- O que ela disse sobre mim? Disse desinteressado.
- Nada, nem falou comigo.
Olhei para Cam me sentando na cama.
- Ela se trancou na torre.
Ouvi um trovão e olhei para a janela havia começado a chover.
O céu escureceu nuvens pretas tomaram o lugar do belo céu azul.
- Já pensou em alguma coisa pro aniversário de Luna?
- Qual parte do estou tentando fazer ela me odiar você não entendeu?
- Ela não precisa saber que foi você.
- Ela iria gostar de uma festa a fantasia? Indaguei.
- Acho que sim, ótima idéia.
- Agora saia do meu quarto!
Cam sem relutar ou falar mais nada saiu me deixando sozinho, me fazendo voltar no que tinha parado amaldiçoar minha existência...

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolOnde histórias criam vida. Descubra agora