capítulo 49

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- Você deixou Luna dopada, aplicou remédio demais ela já devia estar acordada a horas atrás.
- Dastan, ela está bem. Ouvi a voz de Sebastian.
- Se ela não acordar você vai pagar por isso. A voz de morte ecoou pelo quarto.
Eu estava sentindo meu corpo todo pesado minhas pálpebras se recusavam a abrir.
Havia um leve cheiro doce de rosas.
Tentei abrir os olhos ou mexer meu corpo, mas ele se recusava estava totalmente exausta.
O sono voltava e as conversas ao fundo diminuíram...

[...]

Abri meus olhos e em vez de encontrar alguém acima de mim apenas olhava para um céu azul safira e salpicado com pequenas e fofas nuvens.
Olhei para um lado e depois para o outro e tudo o que encontrei foi uma grama verde.
Olhei para meu próprio corpo encontrando nele um vestido liso, pérolado, com manga longa e um decote em U, ele era colado junto ao meu corpo.
Me sentei e vi o que se estendia muito mais além de mim abaixo daquela grama verde em direção ao horizonte uma bela praia a areia dourada parecia cintilar em contraste com o sol.
Me levantei e notei a enorme cauda do vestido, passei pela grama olhando de um lado ao outro parecia um lugar deserto.
Fui em direção a praia passando com meus pés descalços pela grama macia.
Segurei o vestido enquanto andava, estava a espreita esperando que o pior pudesse acontecer.
Andei devagar e afundei meus pés na areia aquela sensação era tão boa, fui até a água que estava com pequenas ondulações, senti a água em meus pés ela estava fria, entrei ainda mais a água estava em minhas panturilhas, continuei indo cada vez mais fundo.
Encarei o céu ainda andando dentro da água.
A água já estava acima de minha cintura.
Senti um vento e o mar ficou agitado, tentei sair mais uma enorme onda quebrou sobre mim fazendo a água aumentar de nível.
Me levantei e olhei para cima o céu ficou negro com enormes nuvens.
Ao ficar em pé senti como se a areia afundasse abaixo de meus pés.
Ouvi trovoadas me lancei em direção a praia, outra onda sobre mim me fez cair.
Com dificuldade me movimentava fugindo daquela verdadeira armadilha.
O que havia dado em mim? Entrar daquele jeito naquela água era insano.
Me lancei para frente.
Não estava longe da areia, me joguei até a areia e deitei de bruços.
- Luna? Aquela voz era tão familiar.
Minha cabeça estava me pregando peças.
- Luna. Era a voz outra vez.
Olhei para os dois lados da praia e no vi nada.
Então um barulho e um brilho perto de mim, um raio atingiu a areia.
Fechei meus olhos pois eles falharam com o brilho.
Abri os olhos e então vi a floresta e minha antiga casa.
Olhei em volta.
Entrei com cautela e ouvi o grito de minha mãe.
Subi as escadas correndo e então vi ela sendo morta novamente.
- Mamãe. Gritei dando um pulo na cama e escutando os móveis caírem no chão.
- Luna? Era a voz de Cam.
- O que ouve? Jenny disse devagar.
- Foi um sonho, um sonho ruim. Respirei fundo, meu coração estava acelerado.
Vi olhares curiosos de todos no quarto alguns soldados, anciões e outros da família.
Lili e Cloe estavam sentadas na beirada da cama.
Olhei para o lado esquerdo encontrando o olhar de morte que estava em pé ao lado da cama, mas não procurava por ele, procurava por Dastan.
- Como se sente?
- Bem. Disse olhando por entre as pessoas.
- Que bom, podemos ir provar os vestidos hoje?
- Lili, ela mal acordou deixe Luna descansar. Repreendeu Eva.
Me virei na cama para me levantar, mas senti mãos frias segurarem meus ombros.
- Já descansei o suficiente. Disse me puxando das mãos de morte.
E me levantando.
- Algo está errado? Indaguei olhando para aquelas feições tentando as decifrar.
- Nada Luna.
- Então por que me olham desse jeito? Saiam do quarto. Ordenei
- Mas Luna... Cam me olhou assustado.
O interrompi.
- Saiam. Gritei o que fez todos se afastarem.
- Nós vamos sair.
Ainda surpresos por minha reação todos saíram e Cam me olhou como se outra pessoa tivesse tomado meu lugar.
Morte me encarava.
- Luna, o que há de errado com você?
- Nada, apenas quero ficar sozinha.
Morte me olhou por mais alguns instantes, evitei seu olhar.
- Tudo bem. Disse ele e em seguida desapareceu.
Algo estava errado, por que tratei todos daquele jeito, foi como se eu não pudesse contar as palavras elas apenas saíram.
Me sentei na ponta da cama.
Passei os dedos pelos cabelos e encarei o chão.
A porta então se abriu ligeiramente dei um salto da cama ficando em pé.
Vi Gadriel entrando e me abaixei.
- Você está bem?
- Estou, eu acho, na verdade eu não sei.
- Alguma coisa em você está me deixando intrigado.
- Eu tive um pesadelo com uma praia e depois com minha mãe, eu a vi morrer.
Gadriel ficou em silêncio.
- Eu estou com medo.
- O que te faz temer?
- Eu disse coisas que não quis dizer, eu acho que estou me perdendo.
- Olha pra mim Luna.
Olhei em seus olhos azuis.
- Você não vai se perder, tem que lutar, eu não vou te deixar fugir dessa vez.
O abracei.
- Eu não vou fugir, Gadriel preciso de sua ajuda.
- Faço tudo por você Luna.
- Descubra algo pra mim, algo que Dastan e os anciões escondem de mim.
- Você faz idéia do que seja?
- Eu ouvi eles debatendo se era melhor que eu soubesse ou não sobre algo.
- Eu vou descobrir Luna.
- Vá logo preciso saber o que é.
Gadriel me olhou seu olhar me fazia pensar o que eu estava transmitindo.
Ele saiu porta fora me deixando sozinha com minha possível loucura com uma pitada de irritação, misturada a um poder incontrolável gerando assim em um futuro próximo uma bruxa poderosa e assassina à sangue frio.
- Preciso falar com você Luna. Morte surgiu ficando próximo de mim e me tirando de um pensamento do futuro.
- Essa não é a melhor hora. Disse me afastando.
- Luna, hoje quando acordou não era à mim que procurava era ele? Era Dastan?
- Morte, eu...
- Espere deixe eu terminar.
- Tudo bem continue. Me sentei em uma cadeira.
- Você ainda o ama?
- Eu... eu...eu. Gaguejei
- Não minta Luna, seja sincera comigo.
- Eu ainda o amo, não é fácil esquecer alguém mesmo quando esse alguém comete terríveis erros.
- O que sente por mim? Ele indagou se aproximando.
- Morte eu não queria ter que te dizer isso, mas tenho que ser sincera, eu quero ficar sozinha, por um tempo, o que sinto por você é algo novo, mas não é amor, estou confusa, perdida e não quero te magoar.
- Isso quer dizer que irá voltar para os braços dele?
- Não, eu quero um tempo para refletir, não posso esquecer o que Dastan fez, assim como não posso esquecer o que nós vivemos, quero que me entenda, as coisas mudaram muito rápido e ainda não sei o que fazer eu tenho muitas coisas para me preocupar, não posso me dar o luxo de perder tempo com o amor.
Morte levou minhas palavras como um bofetada.
- Se é isso o que quer, só não me peça que eu me afaste, porque não quero fazer isso.
- Não vou pedir.
Ele me abraçou e me beijou a testa.
- Volto logo Luna.
- Eu sei. Abri um curto sorriso.
Morte era diferente, era alguém com quem eu podia contar, ele não me abandonaria, mas Dastan ainda mexia comigo e isso me deixava confusa suas ações me deixavam confusas, em certos momentos ele parecia o mesmo de antes, mas em outras me tratava com frieza e rispidez.
Será que ainda me amava?
Isso não importava agora, não por enquanto, havia coisas muito mais importantes do que isso eu tinha que controlar meus poderes e nada mais me atrapalharia nem Morte e muito menos Dastan.

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolOnde histórias criam vida. Descubra agora