capítulo 15

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Batidas na porta me acordaram a luz do sol iluminava o quarto.
Gadriel foi até a porta.
Esfregando meu olhos me sentei na cama.
Outra batida na porta.
- Pode entrar.
Dastan entrou no quarto com uma grande bandeja nas mãos Gadriel aproveitou que a porta estava aberta e saiu do quarto.
- Dorminhoca, bom dia.
- Bom dia. Abri um pequeno sorriso.
- Dormiu bem?
- Sim.
Ele veio com a bandeja e a colocou em meu colo.
- Trouxe tudo que Cam disse que gosta de comer morango,uvas, bolo de cenoura, calda de chocolate, suco de limão e alguns pães.
- Não precisava de tudo isso.
- Me deixe te mimar um pouco.
- Assim eu fico mal acostumada.
- Sempre vou te tratar assim minha Luna.
Ele passou a mão acariciando meu rosto.
Peguei um morango e o comi, Dastan estava com a boca cheia de pão.
Eu comecei a rir.
- Está rindo do quê? Ele dizia com a boca cheia.
- Sua levada. Ele tirou a bandeja do meu colo e pegou a calda de chocolate no dedo e o passou em meu nariz.
Peguei a calda e passei em seu nariz.
Ele estava vindo em minha direção com a mão com chocolate.
Me levantei e comecei a fugir dele que vinha em minha direção.
- Não Dastan.
- Vou pegar você.
Ele corria atrás de mim me pegou no colo e me colocou no chão devagar sobre um grande tapete.
Passou o chocolate em meus rosto e depois começou a me fazer cócegas.
Em meio aos risos pedia para que ele parasse.
- Já chega. Eu ria
- Nunca.
A porta se abriu e pude ver Beatrice ela me olhou e depois sorriu.
- Bati na porta mas acho que não ouviram, resolvi entrar majestade para saber se estava bem.
Dastan se levantou e me estendeu a mão e assim me ajudou a levantar.
Sabia que meu rosto estava completamente sujo de chocolate.
- Adolescentes... Beatrice falou sorrindo.
- Tivemos uma batalha de chocolate.
- Percebesse.
- Dastan vou tomar um banho e logo vou descer.
- Tudo bem.
- Vá para a biblioteca depois do banho querida.
- Pode deixar.
- Venha Dastan eu te acompanho. Beatrice disse para Dastan.
Eles saíram e eu peguei uma uva e a coloquei na boca, senti ela estourar em minha boca e senti o líquido escorrer pelo canto da minha boca, passei a mão para limpar e quando olhei para meus dedos os vi cheio de sangue.
Gotas de sangue caíam ao chão.
Passei a mão pela boca e fui até o banheiro e cuspi na pia mas sangue saía da minha boca ergui a cabeça e olhei no espelho e não havia sangue abri a boca o máximo que pude e não havia vestígios nenhum.
Me afastei do espelho caminhando para trás algo estava estranho com meus olhos.
Me aproximei do espelho e pude ver os olhos de Sun nos meus e o mesmo sorriso demoníaco em meus lábios.
Eu gritei fui até o o espelho e comecei a esmurrar minhas mãos foram cortadas grandes pedaços afiados do espelho caíram no chão.
Peguei um deles na mão e a porta do banheiro se abriu.
- Luna.
Ele veio até mim e tirou o pedaço de minha mão.
- O que deu em você? O que iria fazer?
Fiquei sem reação olhava para ele sem conseguir pronunciar palavra alguma.
Ele segurou meu ombro.
- Luna, olha suas mãos estão machucadas, venha eu te ajudo a levantar do chão.
Ele me segurou e depois me elevou em seu colo me levou até a cama.
- Fique quieta aí volto em um minuto com curativos.
- Não precisa Cam.
- Já volto. Ele saiu e depois de um curto espaço de tempo ouvi passos.
Dastan entrou seguido por Cam com uma pequena maleta de primeiros socorros.
Dastan veio até mim e sentou na cama.
- O que houve?
- Nada de sério.
- Estenda as mãos.
- Cam não precisa, faço isso sumir rapidamente.
- Deixe-me fazer um curativo igual aquele que fazia quando você se machucava.
Me lembrei então de quando ralava os joelhos e Cam vinha correndo com curativos e remédios.
Ele então fez os curativos em minhas mãos e como de costume após fazer um curativo ele beijava em cima.
- Quer contar o que te aconteceu?
Fiquei em silêncio.
- Acho que isso com toda certeza é um não.
- Eu quero dormir um pouco. Algo naquilo que havia acontecido tinha me deixado totalmente exausta.
- Tudo bem.
Me virando para o outro lado fechei os olhos e acabei adormecendo.

[...]

- Se ela descobrir isso estamos perdidos. Era a voz de Dastan
- Totalmente. Cam falou.
- O que não posso descobrir?
Olhei para eles que estavam com cara de assustados.
- Respondam.
- Na...
- Na...Nada Luna.
- Não mintam para mim.
- É que eu contei que seu aniversário está próximo e que deveríamos fazer uma festa surpresa.
Dastan concordava.
Eu havia esquecido do meu próprio aniversário depois de tudo o que aconteceu era impossível me lembrar ou muito menos me importar com meu aniversário.
- Não quero nada, não preciso de mais nada a não ser que saiba como conseguir minha sanidade mental de volta.
- Temos que comemorar.
- Vou bolar algo...
- Se me dão licença tenho que ver se precisam se mim.
Cam saiu e Dastan deitou ao meu lado.
- O que quer para seu dia especial?
- Meus dias são todos especiais desde que você esteja comigo.
- Que tal um baile?
- Acho que não estou em condições de estar em um baile.
- Não pense assim Luna, no seu aniversário vamos comemorar.
- Acho que tenho que ir os anciões devem estar me esperando.
- Só depois de um beijo.
Ele ficou com a palma da mão em minha bochecha e devagar tocou meus lábios com os dele coloquei as mãos em seu pescoço.
Me beijava com paixão e entrelaçavam as nossas línguas.
Ele se afastou rápido abri os olhos, ele tinha levantado da cama.
Aonde minhas mãos haviam estado existiam marcas queimadas.
- Dastan.
Ele estava com muita dor.
- Me desculpe Dastan, eu vou fazer isso passar.
Comecei a me aproximar.
- Não, se afaste de mim, não quero que isso piore.
Sabia que isso aconteceria.
Pude ouvir o assovio do vento aumentando.
Minhas lágrimas começaram a escorrer pelo rosto e ao mesmo tempo a chuva começava a cair.
Dastan andava de um lado ao outro do quarto.
- Dastan me perdoa, não queria te machucar.
Fui em sua direção e ele se afastou e foi em direção a porta, saiu sem ao menos olhar para trás.
Aquilo tinha sido devastador.
Eu havia ferido aquele que mais amava, não podia mais ficar ali deveria ir e nunca mais voltar.
Com um assovio Gadriel apareceu.
- Nós temos que sair daqui.
Eu chorava mais na mesma medida que meu choro ficava desesperador a chuva aumentava.
Peguei uma mala no armário e coloquei minhas antigas roupas e peguei um papel e uma caneta.
Deixei um bilhete e abri um portal.
Com Gadriel ao meu lado atravessei o portal deixando tudo para trás.
- Agora é só eu e você Gadriel.
Ele passou com a cabeça na minha perna.
- Somente eu e você.

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolOnde histórias criam vida. Descubra agora