Dez - Derrube Pipoca no Dançarino

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BANG! Dei meu tiro certo em vocês. 

Vamos aproveitar esse maravilhoso tempo que as operadoras nos proporcionaram de dois dias sem o WhatsApp, para fuxicar a vida de Amélia? Vamos! Sejam felizes e muito obrigada por lerem, votarem e comentarem (eu amo quando vocês comentam).

Beijos com gosto de chocolate,

Beula

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Estamos entrando num auditório enorme e lotado, com pacotes enormes de pipoca. Por sorte, Cecília havia guardado o restante da fileira para a gente - a primeira fileira, inclusive. Olho ao redor e é tudo muito estranho, o ar é diferente. É o ar do Rio de Janeiro, ar de um local cheio de cariocas. Os murmurinhos acabam assim que as cortinas abrem, começando uma série de luzes nos atores-dançarinos.

O musical é sobre um garoto que quer ser um astro do rock e, por falar nisso, esse garoto é o namorado da filha da namorada do meu pai. Ele é bem bonito. E o menino que contracena com ele também. Na verdade, ele parece um cachorrinho de tão fofo. E dança perfeitamente bem. Eu amo garotos que dançam. Me sobe até um calor estranho e eu não devia estar comentando sobre isso.

A plateia vai à loucura quando a peça acaba, porque eles simplesmente arrasaram. É sério. Esse tal de Nicolas poderia realmente ser um astro do rock. Nós nos levantamos e vamos até a saída dos atores-dançarinos, para parabenizar o Namorado. Remo está completamente agitado. Tento acalmá-lo, mas sou empurrada por um ombro e acabo derramando meu pote de pipoca todo nele. Olha, sinceramente, ver sua comida cair no chão ou em alguém é uma das piores dores possíveis. Ainda mais quando você ama comida. Ainda mais, quando essa comida é pipoca.

- OI? – falo um pouco alto demais para o dono do ombro.

- Desculpe. – ele se vira.

Estou envergonhada, eu quem deveria me desculpar. Minhas bochechas coram mais ainda quando percebo que é o menino do cabelo enrolado, que dançava super bem. Mas ao invés de ficar com raiva por estar cheio de pipoca, ele sorri e come uma das pipocas que ficou presa em sua blusa. Ai meu Deus, que boca linda. Estou babando ao vê-lo mastigar. Acorda, Amélia! Desfaz essa cara de bocó, pelo amor de Deus!

- Oh... Desculpa. – digo. Ele sorri e assente, indo embora.

Sou apresentada ao namorado hiper gato de Cecília e aos seus amigos. Enquanto eles conversam, vou até o lado de fora - onde vendem pipoca - para repor meu estoque. Sem minha pipoca que não vou ficar, não sou boba. Parece que todas as pessoas tiveram a mesma ideia que eu, pois o lado de fora do auditório estava completamente lotado. Entro numa fila enorme e fico vigiando Remo, dentro do teatro, provavelmente perturbando Cecília. Coitada.

- Você não está me perseguindo, está? – ouço uma voz e me viro, deparando-me com o dançarino. - Parece que alguém gosta mesmo de pipoca.

- Preciso comprar mais, já que ela se jogou toda em cima de alguém. – respondo. Desde quando me tornei tão abusada? Amélia, controle-se. O menino dos cabelos enrolados ri e balança a cabeça. Faço uma careta e reviro os olhos.

- Poderia saber o nome da senhorita? – ele põe as mãos nos bolsos, curvando as sobrancelhas. Deus, ele é fofo demais. Mas eu perdi pipoca por causa dele, preciso manter a pose e não respondo, focando minha atenção na Tia da Pipoca, que está completamente enrolada. Ele balança novamente a cabeça e então vira, para pagar. Logo é a minha vez e, depois de cinco minutos, recebo um novo pote.

Mas essas pipocas estão com leite condensado. Que ótimo, ela trocou o pedido. No mesmo instante, o dançarino vem em minha direção e percebo que ela trocou as nossas pipocas. Ele me devolve a de sal e fica parado me olhando. Eu não me movo.

O Que Não Fazer Antes de Morrer (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora