Bônus

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Assim que abro a porta do quarto e vejo que ela está parada na minha frente, meu coração pula como em todas as vezes que a vejo. Não importa o fato de vê-la quase todos os dias, é sempre assim. Sinto como se ela tivesse algum tipo de ímã que me puxasse para perto, que se possuía do meu corpo e eu não fosse capaz de controlar a vontade de tê-la em meus braços. Dizem que somos melosos. Eu acredito, mas não me importo. Eu gosto de estar com ela e de ser seu namorado.

— Você vai ficar parado aí me olhando, enquanto seus colegas ficam devorando minhas pernas? — ela pergunta. Dá um largo sorriso e eu a puxo forte segurando sua cintura com uma mão e dando o dedo para os meus colegas de república com a outra. E a beijo. — Oh La La.

Amélia ri e nos beijamos novamente, mas não tanto quanto gostaríamos, porque divido o quarto com um amigo. E ele está aqui dentro.

— Vitor, só hoje! — peço.

— Ah, caras, vocês se veem todos os dias. Poderia eu, mero universitário, estudar para a prova sem barulho de beijo no quarto, por favor?

— Vitor, você é um pé no saco. — Abelha diz e se senta na minha cama. Ele faz uma careta.

— Eu sei que tu e teu namorado aí me adoram.

— Ah, faça-me o favor! — ela diz rindo. É verdade, nós o adoramos. Dou um tapa em sua cabeça e puxo Amélia pelas mãos, levantando-a. Ela reclama por levantar agora, que acabou de sentar, mas sorri mesmo assim e me segue. — Tchau, peste.

Pego a chave do carro de Vitor e a levo para a Lagoa. Estamos no Rio de Janeiro, porque passamos para a faculdade daqui. Por obra do destino, conseguimos passar para a mesma. Estou fazendo Filosofia e cheguei aqui no início do ano, fiquei meio perdido, mas consegui uma vaga numa república e, depois de um mês, consegui me achar na cidade. Amélia havia feito prova para Engenharia para a mesma faculdade que a minha – mesmo sem saber, na época, que seria a minha - e, depois de um tempo, veio para o Rio. Faltava uma semana para nossas aulas começarem, quando ela resolveu que não moraria com seu pai.

Então procuramos por uma república próxima da minha, porém – infelizmente – não encontramos. Mas de qualquer forma estamos na mesma faculdade e nos vemos todos os dias. E isso é incrível.

Estava quase escurecendo e a árvore de natal já estava quase montada. Paro o carro e corro até o outro lado, abrindo a porta para ela, Amélia revira os olhos com um sorriso no rosto. Eu amo esse sorriso mais do que qualquer outra coisa. Entrelaçamos nossas mãos e começamos a caminhar em silêncio  .

— Às vezes eu fico pensando que, mesmo que não tivéssemos nos conhecido no colégio, nós nos conheceríamos aqui. — digo.

— Essa coisa de destino deve existir mesmo.

Sentamos na grama e eu olho em seus olhos. — Meu destino é você.

— Por que você sempre diz as coisas fofas e eu fico com as idiotas?

— Ah, você não precisa, Abelha.

— Vou decorar um poema e você vai ver.

— Tsc. — faço um muxoxo e rio, colocando um fio do seu cabelo atrás da orelha. Ela é um poema.

Seu cabelo está crescendo novamente e suas bochechas estão queimadas. Ela parece uma surfista, mas mal consegue subir numa prancha. Rio comigo mesmo e ela me olha desconfiada. Deus, até assim ela é bonita! Como eu tive a sorte de tê-la em minha vida? Será que sou mesmo merecedor de namorar, amar e ser amado por Amélia Lombardi?


Deito na grama e ela começa a cantarolar uma canção, enquanto se aninha no meu peito. Faço carinho em seu cabelo e a acompanho, mesmo não querendo atrapalhar sua voz na música. Pareço um gato desafinado, enquanto minha Amélia... Ah!.. Amélia tem a voz mais doce que já ouvi.

Sempre que começa a cantar, observo e ouço atentamente, pois é a hora em que meu dia se ilumina de uma forma diferente. Ela sempre faz uma careta quando fico a olhando muito tempo e suas bochechas ficam rosadas, mas eu não me importo mesmo e continuo olhando. Pois agora eu posso. Agora e para sempre, porque, no meu quebra-cabeça, ela é a peça principal.

Todo seu corpo cheira a mel e eu sempre rio, porque quando fico respirando bem perto para poder senti-lo, sei que ela também o faz. Cheiro de bolo, ela sempre diz com aqueles olhos brilhantes. Cheiro seu pescoço quando ela sobe o corpo, ficando com o rosto colado ao meu e deposito beijos até sua boca. Não perdemos a oportunidade de nos beijar, não mais.

— Está fazendo cócegas! — ela diz, rindo.

Começo a provocá-la com as mãos e ela dá um grito, pedindo para que eu pare. A ataco novamente e ela repete o quanto odeia cócegas, mas não para rir nem por um segundo.

— Olha só, vai ter volta. — Amélia me ameaça, levantando-se e se afastando. Acompanho-a, rindo.

— Ah, é?

— É, Apolo Drummond. Fica esperto.


Esquivo uma sobrancelha e ela faz o mesmo, abrindo a boca num sorriso travesso. Abelha dá um passo para frente e ameaça a me atacar, então faço o mesmo. Ela balança a cabeça e sorri perversamente, dizendo:

— Pode vir.

E eu vou.


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Olá, cá estou. OLÁ. Que saudade! Esse bônus não foi postado à toa, saibam disso! E foi realmente um bônus, pois eu poderia muito bem ter só deixado o recado. Mas eu sou uma ótima pessoa, eu sei disso, muito obrigada. 

 Vocês lembram do item 5 dos agradecimentos desta história? Pois bem, agora a autora aqui resolveu sua vida e cá está uma novidade nem tão nova assim: resolvi fazer uma trilogia e O Que Não Fazer Antes de Morrer é a primeira, das três histórias. É uma trilogia pelo fato dos personagens aparecem regularmente nas três histórias, e não porque é uma em três partes. Não sei se deve ter um nome para a trilogia, mas se precisar, que seja a trilogia A's, porque todas as protagonistas começam com a letra A. Que tosco, eu sei.

Vitor, o colega de quarto de Apolo, irá aparecer nas próximas duas histórias. Estaremos acompanhando um novo grupinho formado durante a faculdade. Vai ser BEM legal, espero que vocês gostem. 

Enfim, MUITO OBRIGADA POR TUDO, AMO VOCES!!

PS: desculpa se não respondi os comentários dos dois últimos capítulos, mas a verdade é que o Wattpad me odeia e eu os respondi umas quatro vezes e ele simplesmente não enviou, e aí eu me rebelei. 


Beijos com gosto de chocolate 


O Que Não Fazer Antes de Morrer (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora