Capítulo 8

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- Amor, amor... - Zack começou a me cutucar. Posso nem dormir, que caralho.

- Ahn? - Abro apenas um dos olhos e vejo tudo embaçado. Levanto minha cabeça e vejo Zack de terno. Uh, ele tá sexy. - O que foi?

- Vou trabalhar.

- Vai não. A gente tá de férias.

- Você está de férias, eu não.

- Tá. Entendi. - Ele me deu um selinho e saiu de perto de mim. - Zack.

- Oi. - Ele voltou.

- Você me acha bonita?

- É a mulher mais linda que eu já vi. Por que pergunta?

- Tive um sonho estranho... Você me acha estranha?

- Te acho doidinha, mas estranha não. Te amo. - Ele me beijou.

- Também te amo. Vai lá ganhar dinheiro que eu seguro suas coroas. - Ele riu.

- Tchau. Volto no almoço.

E ele foi embora. E eu voltei a dormir. Depois de um tempo, percebo que tem alguma coisa deitada junto comigo. Abro os olhos e é Alasca.

- Oi, Alasca. O que foi? - Ela ficava me encarando. - Quer comida? - Ela colocou a língua pra fora. - Você deve estar com fome, vem cá. Acho que temos que comprar ração pra você, certo? - Ela latiu. - E uma cama mais... feminina. E potinhos! Ah, quer saber, vamos no pet shop!

Me arrumei mais ou menos e fui até a cozinha, pra pegar alguma coisa pra comer e pra dar pra ela. Percebi que tinha um envelope em cima da mesa. Estava escrito que era pra mim. Foi Zack que escreveu, reconheço a letra dele... É uma bosta.

"Amor, estou deixando esse cartão de crédito pra você, caso queira comprar alguma coisa. Beijos, te amo"

Peguei o cartão e analisei. Não vou usar não, eu já tenho um. Bom, eu tenho uma certa quantia, não muito grande, que é de herança dos meus avós, da poupança que meu pai abriu pra mim e também dos meus estágios que eu fiz em alguns lugares. Eu ofereci esse dinheiro pra ajudar o Zack, mas ele recusou. Então, vou gastá-lo com a cachorra e depois com apenas o que precisar.

Saí, a levando junto comigo. Fomos em um pet shop e ela já tomou todas as vacinas que tinha que tomar e tomou banho também. Comprei uma cama preta e branca pra ela, um potinho de água e um de comida, alguns brinquedinhos e uma coleira muito fofinha. Voltamos pra casa e percebi que Zack já tinha chegado. Ele estava na cozinha, fazendo miojo.

- Onde estava?

- Fui no pet shop. Desculpa eu não ter feito comida.

- Tudo bem. Você faria o mesmo que eu estou fazendo: miojo. Porque aqui não tem nada além disso. A coisa tá bonitinha, tomou banho... - Alasca o olhou, com a cabeça deitada para o lado.

- Não a chame de "coisa", ela tem nome. Ela é sua filha agora, Zack.

- Não é não. E a gente tem que marcar um dia com o doutor Ramirez.

- Onde você encontrou esse homem, Zack?

- Ele é amigo do meu pai. Não vou deixar um médico desconhecido cuidar da gestação, né? Não sou idiota. - Ele abriu a geladeira. - Precisamos ir no supermercado. Não tem nem suco nem refrigerante. Não tem tipo... Porra nenhuma.

- Você já fez compra na sua vida, por acaso?

- Eu fiz... há um mês. Daqui a pouco a gente vai. - Ele colocou o miojo em dois potes e me entregou um.

- Você não tem que trabalhar?

- Não. Só trabalho de manhã.

- Ah, sim. Esse miojo é do que? Não tá com gosto de nada.

A Mulher dos Olhos BicoloresOnde histórias criam vida. Descubra agora