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Emma: Ai, desculpa, eu nem perguntei. Eu posso ir?

Emma tá conseguindo me convencer de tudo. Mas pensando bem, é melhor do que eu ficar em casa sozinha não é?

Maya: Pode... Pode sim.

Emma: Ai sério? Oba! - me abraçou - Nós vamos dormir bem tarde, ok? Você gosta de alguma cerveja? Olha, eu posso levar e...

Maya: Não! - interrompi ela - Eu não posso ingerir bebida alcoólica.

Emma: Não pode? Por que não pode?

Quem toma anti-depressivos não pode tomar bebida alcoólica. Agora, como vou falar isso pra ela? Ela vai me achar louca, se ela já não me acha isso né.

Maya: Não... É que... Eu posso, só que eu não gosto. Já experimentei e não gostei muito. Você pode levar pra você, mas eu vou ficar no refrigerante.

Emma: Ah, ai não né? Eu não vou ficar bebendo sozinha, é sem graça. Então vamos beber refrigerante. - sorriu - Eu vou pegar minhas coisas e ai vou pra sua casa, já que você me disse onde mora.

Eu assenti com a cabeça e paramos de falar quando vimos os meninos voltando. Agora, eles conversavam animadamente sobre hoje a noite. Emma estava tentando se concentrar na nossa conversa, mas eu sabia que alguma coisa irritava ela.

Maya: Tá assim por quê?

Emma: Assim como?

Maya: Dá pra ver que você tá meio irritada.

Emma: To com um pouquinho de ciumes, mas só um pouquinho. Eu confio totalmente no Mason, mas eu não confio é nas piranhas que vão estar lá.

Maya: Tá com medo dele fazer alguma coisa errada?

Emma: Não... Mason é totalmente fiel a mim, sei disso, mas, sei lá, as vezes ele cai na pilha dos meninos sabe? E também sempre tem aquela gostosona que fica dando em cima.

Maya: Mas você não tem que se preocupar com isso. Está na cara que Mason te ama, e se você sabe que ele é fiel a você, não tem nada de errado.

Emma: É, só qu...

Josh interrompeu Emma. FINALMENTE! Eu não fui interrompida dessa vez!

Josh: Vamos embora, gatinhas?

Ele tem que ser assim? Minha vontade é de dar um soco na cara dele. Quero distância máxima desse ser humano.

osh: Tá me olhando por que? Quer me beijar? - deu um sorriso malicioso

E ai que eu percebi que ele estava falando comigo e que eu tava olhando pra ele. Bufei e revirei os olhos.

Maya: Não chega perto de mim. - me levantei e peguei meu short e minha blusa - Distância máxima!

Josh: O que eu fiz? - perguntou pra Emma

Ela deu de ombros. Sabia porque eu estava assim, mas não ia falar.

Josh: Eu hein, louca.

Louco vai ser o chute que eu vou dar em você, seu ridículo. 

Eu preferi ficar quieta, não ia levar isso a diante. Não valia a pena. Me vesti e Emma fez o mesmo. Nós fomos embora e eu tive que ser a última entregue. Tudo bem, pelo menos não sentei no banco da frente de novo. Pelo menos minha educação falou mais alto e eu agradeci. 

Cheguei em casa e fui direto pro banho. E ai eu comecei a pensar coisas ridículas, tipo: será que Josh tem alguma doença?

Tem uma grande possibilidade dele ter. Uma pessoa que faz sexo com outra sem ao menos saber o nome... é suspeito. Será que isso acontece diariamente? Tipo, será que hoje ele vai fazer isso com outra pessoa na boate? Como ele consegue?

Por que eu estava me preocupando mesmo? Ele faz o que quiser da vida dele. Eu nem ligo se ele tem alguma doença, ou sei lá.

Terminei meu banho e vesti uma roupa folgada. Me lembrei que Emma viria pra cá, então fui até minha mãe.

Maya: Mãe, uma amiga minha vai vir dormir aqui, tem problema?

Elizabeth: Claro que não. - sorriu - Então a garota que você está começando a andar tá vindo pra cá? 

Maya: É, ela mesma.

Minha mãe deu um sorriso gigante. Era nítido o como ela estava feliz por mim. Meu pai trabalha no hospital, então as vezes fica de plantão. É normal, já estou acostumada.

A campainha tocou e eu rapidamente fui atender. Encontrei ali uma Emma vestindo uma roupa confortável, com uma bolsa gigante que parecia que ia explodir de tanta coisa e um saquinho com um monte de filmes. Ela entrou em casa - sem ainda ser convidada - e encontrou minha mãe. Elas se simpatizaram na mesma hora. Começaram a conversar e rir como se já se conhecessem a muito tempo. Chegava a ser um pouco engraçado.

A noite não poderia ter sido melhor. É impossível não gostar do jeito louco da Emma. Ela se encaixa em qualquer lugar, faz o que quiser e não liga para o que vão achar dela. Parecia que a gente se conhecia a anos, porque nunca me senti tão a vontade perto dela como me senti hoje. Talvez por estarmos na minha casa, sem os garotos, isso aconteceu. Fomos dormir só quando estava amanhecendo.

No dia seguinte, mesmo sendo domingo, Emma não deixou de ficar elétrica. Minha mãe simplesmente adorou ela. Na verdade, as vezes minha mãe interagia mais com ela do que eu mesma. Eu odeio confessar isso, mas Emma tá conseguindo me "conquistar". Tudo bem que isso ficou um pouco lésbico, mas eu pensei que não ia ser tão fácil da parte dela por causa do que aconteceu entre Alexis e eu. Pensei que eu estaria mais fria, mas pelo jeito me enganei. 

Na segunda, eu me interagi mais com todo mundo. No intervalo, com quem eu mais falei foi Emma e Mason. Ryan um pouco e Josh eu evitei muito. Ainda não consigo esquecer o que vi sábado na praia, por mais que não tenha sido nada demais. Talvez seja exagero meu, mas o que eu posso fazer? É assim que eu me sinto, acho um absurdo. Eu não vi o que fizeram, mas já posso imaginar. E eu sei que não estou errada, é só olhar pra cara dele.

Os dias foram se passando. Quando eu ficava em casa, há um ano atrás, o dia passava tão devagar. Eu não desejava que chegasse o amanhã. Eu queria morrer, literalmente. Não achava que tinha necessidade de eu continuar aqui. Eu não tinha vontade de viver. Sentir isso é a pior sensação do mundo. Por mais que minha mãe e meu pai demonstrassem preocupação, eu achava que ninguém mais precisava de mim. 

O tempo passou tão rápido que é até difícil de acreditar. Emma e eu estamos bem próximas, uma coisa que eu não imaginaria quando dei um fora nela no primeiro dia de aula. O que eu conto agora é bem, bem, bem estranho. Ryan e eu nos aproximamos MUITO. Sei que ele continua sendo o canalha de sempre, mas de repente ficamos tão próximos...


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