Parte 18: Competição

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                                                                                (Jhonatan)

Depois de alguns minutos sentado decido ignorar o resto de dor que ainda me restava e levanto-me a fim de beber um pouco d'água. Terry tentava ensinar as regras do boliche à Melany e eu não estava nem um pouco a fim de me mostrar "ciumento" de novo. Era preferível me afastar.

Ali tinha bebedouros, mas preferi comprar água numa dessas bancadas de fast-food que tinha ali mesmo na área do boliche. Assim não me afastaria tanto do grupo e ainda continuaria com os olhos em Melany. Estava quase torcendo para ela repetir a bolada que dera em mim no Terry.

Alguém pigarreou ao meu lado enquanto eu dava vários goles na garrafa de água.

- Vê se disfarça pelo menos um pouquinho, fofo. – Hilary estava ao meu lado e também olhava na direção de Melany.

- Disfarçar o que? – pergunto. Mal havia percebido sua aproximação.

- Que está apaixonado por ela. – ela desvia os olhos castanhos claros para mim. Não parecia uma mulher de trinta anos.

- Não vou nem te responder. – digo e dou mais um gole na água desviando a atenção dela.

- É porque é verdade. – ela volta a dizer. Depois enfia a mão num dos bolsos da calça e tira um cigarro dali. Do outro bolso tira um isqueiro.

- Não pode fumar aqui, sabia? – aviso enquanto ela botava o cigarro na boca e tentava sem sucesso acendê-lo.

- Foda-se. – ela dá de ombros. Não parecia estar me xingando especificamente. Dei risada com sua atitude.

- É sério. Se você acender vai ligar o alarme de incêndio. As bombinhas de água no teto vão disparar e vai sair todo mundo correndo daqui.

- Até que seria divertido. – Hilary ri, mas guarda o isqueiro e o cigarro.

- Percebi uma certa aproximação entre você e o Henry. Está acontecendo alguma coisa ou é ilusão minha? – pergunto tentando por parte puxar assunto e por parte tentar conseguir alguma informação que possa ajudar Henry mais tarde.

- Ah, aquele é o Henry? Pensei que fosse o Terry. – Hilary se debruça na bancada de fast-food. – Nunca me dei bem com gêmeos. É tudo igual.

- Isso quer dizer que não é ilusão? – pergunto.

- É ilusão sim. Uma ilusão muito criativa. Acho melhor você consultar um psiquiatra. Pode ser um problema sério.

- Ah qual é, Hilary. Qual o problema com o Henry?

- Ele não parou de encher meu saco desde que nos encontramos. Ah, eu quase bati nele na lanchonete com aquele negócio todo de sequestro. Eu realmente achei que eles fossem me sequestrar. E você ainda tá me devendo por esse susto.

- Você é muito dramática. – comento. Ela apenas dá de ombros e põe mais uma vez a mão no bolso para em seguida recuar com ela lembrando que ainda não podia fumar. – E estranha. – acrescento.

- Isso. Acaba com minha reputação e não te dou mais a chave do meu apartamento para você entrar sorrateiramente no quarto de Melany.

- Uma ameaça a essas horas? – sorrio para ela.

- Sim, uma ameaça. E falando nisso, rolou alguma coisa? – Hilary pergunta entusiasmada com o novo assunto.

- Tipo o que?

- Você sabe. Amor, sexo, nheco-nheco.

- Credo Hilary! Ela é minha amiga.

- Esse papo de amiga já está durando a mais de vinte anos. Não já cansou não? – ela pergunta agora desanimada.

Amor de amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora