Não havia percebido o silêncio que se tornouapós algum tempo. O único barulho que ainda preenchia o quarto era ointerminável som do meu choro. Agarrada ao mesmo travesseiro eu me atrevi aolhar ao redor para ter certeza de que estava mesmo sozinha. A campainha soou novamente. Voltei a por otravesseiro no rosto.-Melany? - ouço a voz vinda de fora após três leves batidas na porta.Nãoera a voz de Jhonatan. Obrigo-me a levantar da cama e ir em direçãoà temerosa porta. Hesitei por um instante ainda olhando a maçaneta a minhafrente e lembrando as ardilosas palavras de Jhonatan.-Melany? Está aí? - Terry pergunta mais uma vez. Abro a porta. Terry arfa ao ver meu estado ainda com a mãoestendida para bater mais uma vez na porta.-O que aconteceu? - pergunta alarmado deixando cair a mão. Perco o total controle sobre o meu corpo.Terry não hesita em estender os braços para mim enquanto desabo sobre ele maisuma vez em lágrimas. Ele me abraça e desliza a mão em meu cabelo.-O que aconteceu Melany? Por que está chorando? - volta a perguntar enquanto meempurra para dentro do apartamento fechando a porta atrás de si.-Ele veio aqui. - respondo entre os soluços intermináveis de minha garganta. Terry suspira e me conduz até o sofá. Sesenta à minha frente e segura minhas mãos com as suas.-E então? Vocês conversaram? - pergunta.-Não. Eu nem abri a porta. Terry despenca os ombros e desvia os olhosdos meus parecendo indignado. Respira fundo e volta a me olhar.-Qual é o seu problema?-Eu não tive coragem. Ainda não quero falar com ele. Ainda estou muito magoada.Você está vendo o meu estado.-Tudo bem, eu entendo. Mas ele só veio e foi embora?-Não. Ficou dizendo asneiras atrás da porta. Disse que me amava, que não podiaviver sem mim. Não acreditei em nenhuma palavra que ele disse. Terry assentiu e olhou para baixo aindasegurando minhas mãos.-Quer dizer então que ele voltou de São Francisco? - pergunta.-Ainda não teve nenhum contado com ele?-Espero não ter tão cedo. - diz ainda encarando o tapete no chão.-Como assim? - olho-o sem entender.-Ele te magoou Melany. Acho que estou meio zangado com ele por isso.-Por favor, não fique. Não importa o que ele tenha feito, ele continua sendo seuamigo. Não quero interferir em nada.-Não é culpa sua. Terry parecia mesmo com raiva. Fuzilava otapete de tal forma que imaginei se o objeto entraria em chamas. Suspirei. Terry pisca e volta a me olhar. A raiva seesvaindo. Ainda segurando uma de minhas mãos passa a outra em meu rosto detendouma última lágrima que ainda caía com o polegar.-Vamos esquecer isso, tá? Temos muita coisa pra fazer para o feriado.-O que me lembra que você chegou atrasado. Por que chegou atrasado? Logo hoje? Você disse que estaria aqui em umahora.-Ham... Eu me enrolei com algumas coisas.-Se estivesse chegado na hora acho que se encontraria com ele.-E não daria muito certo. Então acho que foi bom eu me atrasar. - ele diz eafasta a mão de meu rosto. Se levanta em seguida me puxando pela mão. - Vamos?Minha mãe pediu para passarmos no mercado na volta. E a lista que ela me deu éimensa, não entendo metade das palavras que ela botou. Por isso preciso devocê.***Terryme fizera rir mais que tudo no mercado. Ele caminhava pelos corredoresempurrando o carrinho enquanto eu o preenchia com as coisas que estavam nalista de compras. Terry tentava ler cada rótulo e sempre perguntava para quêaquilo servia.Eletambém fora paciente ao me esperar quando voltei para o apartamento para mearrumar para o jantar. Apontava e fazia caretas para cada roupa que eu mostravaa ele. Até que, de saco cheio, resolveu dar uma volta alegando que iria levaras compras para a mãe. Disse que não suportava coisas de mulher, como porexemplo, escolher uma roupa para sair. Quando o questionei ele respondeu quegostava de vê-las bonitas, mas não gostava de ver o processo para se tornarembonitas. Erguendo uma das sobrancelhas decidi apenas dar de ombros ao invés dediscutir seu machismo egocêntrico.Éclaro que ele me elogiou quando nos reencontramos.Nacasa de Terry me surpreendi ao me deparar com Hilary num vestido vermelho justocom uma taça de champanhe nas mãos. Henry estava ao seu lado com uma das mãosem suas costas.O"jantar" mais parecia uma festa comemorativa. O pequeno espaço coberto por umafina camada de grama á frente da casa estava infestado de pessoas sorridentes ecom taças nas mãos. Uma enorme mesa com o que parecia ser um banquete estavadisposta no centro do espaço e eu me perguntava para quê a mãe de Terryprecisada das coisas que trouxemos do mercado se tudo parecia já estar pronto.Algumas flores, em sua maioria rosas, contornavam o local o que me fez deduzirque aquilo poderia ser o jardim.Eunão reconhecia nenhum rosto ali, exceto os gêmeos e Hilary.-Nossa! Vocês demoraram. - Henry repara.-É. - Hilary concorda com uma expressão não muito boa. - Posso falar com você umminutinho? - pergunta se dirigindo a mim.-Claro. - assenti.-Ah, Hilary, você tá uma gata. - Terry diz observando seu corpo com um sorrisosafado nos lábios.-Dá um tempo, Terry. - Hilary responde enquanto este ao mesmo tempo leva um tapade seu irmão. Hilary me arrasta pelo braço passando poralguns arbustos no jardim e seguindo para trás da casa.-Ai, Hilary, afrouxa mais o aperto, por favor. - peço e puxo o braço de sua mão.-Desculpe.-O que você quer? - pergunto. Hilary hesita como se estivesse sepreparando para uma batalha.-Fala logo. - insisto.-Olha, eu sei que está magoada com o Jhonatan. Sei que quer esquecê-lo e querseguir em frente, mas...-Eu não estou com o Terry se é isto que está pensando. - respondo de uma vez.-Não? Ah, isso é bom.-É bom por quê? Qual o problema se eu estivesse?-Melany, o Terry não presta. Ele não é bom para você.-Como sabe?-O Henry me contou umas coisas...-Não se baseei no que o Henry diz. Você nem conhece o Terry direito, aliás, nemo Henry também. Tente conversar com Terry antes de tirar conclusõesprecipitadas.-Tá, você tem razão. Mas você tem certeza mesmo? Vai mesmo abandonar o amor dasua vida? Vai desistir assim tão fácil? -ela põe as mãos em meus ombrostentando ao máximo me convencer.-Ele desistiu primeiro. Hilary suspira e baixa os olhos para o chão.-Tudo bem. Faz o que você quiser então. - diz e se afasta.-Hy.-O que? - ela volta a me encarar.-Eu não estou com ele, tá? Não é a minha intenção, e nem a dele. Ele só estásendo o meu amigo. Hilary suspira parecendo aliviada. Logo emseguida me surpreende ao percorrer a distância que nos separava e envolver meupescoço com os braços num abraço apertado.-Hilary? O que aconteceu com você? - pergunto desconfiada.-Você está passando por tanta coisa... - ela diz em meu ouvido e depois seafasta ainda com as mãos em meus ombros. - Mas eu sei que você vai superar,Melany. Você é forte, sempre foi. E, mesmo sem ter o amor da sua vida ou suaalma gêmea, saiba que você sempre terá uma amiga.-Estou começando a ficar preocupada. Cadê os palavrões e as ordens? - perguntoerguendo uma das sobrancelhas. - É sério, Hy. O que ta acontecendo com você?-E, relaxa garota. E já falei pra não me chamar de Hy. - ela diz de cara feia eme puxa de volta para a festa. Eu nunca disse tanto "Oi, é um prazerconhecê-lo (a)" na minha vida. Terry fez questão de me apresentar para todos osseus familiares. Meu maxilar estava doendo de tanto sorrir. Também estava cansada de ouvir frases como "Atéque enfim em garoto" ou "Ela é muito bonita, Terry" e "Vê se leva a sério dessavez" de cada pessoa que eu conhecia. Terry teve que repetir a todos que nãoéramos um casal. Isso foi sufocante. Por fim a mãe de Terry, Lídia, a pessoa queeu tive mais prazer em conhecer, nos chamou para o tão esperado jantar eobrigou a todos a juntar-nos as mãos em oração. O silêncio da oração foi umalívio e assim pude fechar os olhos para me deixar levar também pelaespiritualidade. Porém logo as vozes surgiram reatando conversas interrompidase renovando as risadas animadas. Mal percebi que eu era uma das que estavamdando risadas e minha conversa fluía com diversas pessoas que eu mal lembrava onome. Toda aquela união, o barulho de conversas indistintase de diferentes vozes, a forma como todos comiam animados quase me fez parecerparte da família também. E o mais importante, quase me fez esquecer Jhonatan.
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Me desculpem mais uma vez pela demora pessoal, mas desta vez a culpa não foi minha. Estou sem internet! Este capítulo já esta pronto a um tempão e tive que vir na casa de um amigo postá-lo. É, ta brabo.
Eu sei que a foto lá de cima e da Elena (linda, maravilhosa) e do Stefan (lindo tbm, mas prefiro o Damon) da série The vampire Diaries (a melhor série até a Nina Dobrev sair), mas tentem imaginar que é a nossa querida Melany e o nosso gatão Terry por favor.
Ah e para os que não estão entendendo nada só ignorem rsrsrs.
Bjs e até a próxima se Deus quiser!
Gente o site ta bugado. Ta saindo tudo embolado e eu não to conseguindo concertar. Tentem ler aí de alguma forma e eu vou tentar organizar esta merda de novo.
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Amor de amigo
RomanceÉ claro que uma garota e um garoto podem ser amigos! E é claro que existe amor nesta relação. Amor de AMIGO. Mas e se eles passassem um tempo separados? E se ficassem anos sem se ver? Será que, ao se reencontrarem, o amor ainda seria de amigo? Ou nã...