Parte 33: A viagem

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Deem uma olhadinha no capítulo anterior please. Acho que algumas pessoas ainda não leram.

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A semana passou mais rápido que eu esperava. Mal vi Melany durante esses poucos dias. Estava muito enrolada na lanchonete com Hilary. Eu, no entanto, continuava no mesmo ritmo em meu trabalho sabendo que iria entrar em recesso dentro de alguns dias.

Henry e Terry não pararam de me infortunar por aquela noite em que Melany ficara no meu apartamento. Estava começando a ficar de saco cheio de seus comentários. Pelo menos com Henry eu tinha algo para argumentar também. Hilary.

Eu ligara para Melany todas as noites e conversávamos por horas até ela cair no sono. Sua vida estava muito corrida por causa da viagem e eu não a culpava por não poder me ver.

Tanto que agora estávamos todos juntos no aeroporto.

Henry tentava convencer Hilary, sem sucesso, que os aviões geralmente não caíam. Depois de um tempo sem frequentá-los e depois de ver tantos casos de quedas de aviões ela parecia nutrir um medo de voar num deles. Mas foi uma boa distração ver Henry segurando suas mãos e olhando em seus olhos lhe dizendo frases consoladoras.

Não a única distração.

Melany estava sentada num dos bancos ao meu lado e segurava uma de minhas mãos. Seu pé começara a bater impacientemente no chão e ela olhava para vários lados do aeroporto. Parecia estar nervosa.

- Mel? – tento chamar sua atenção. – Amor para de bater o pé. – peço pondo uma de minhas mãos em seu joelho cessando o ritmo de seu pé.

- Desculpe. É que ta demorando muito.

- Relaxa. Uma hora ele vai chegar. – digo acho que pela terceira vez. – Por que está tão nervosa?

- Não sei. Acho que é por rever sua família. Há tanto tempo eu não os vejo. Parece que vou conhecê-los de novo.

- Vai contar a eles que estamos juntos? – pergunto na defensiva.

- Não, conta você. Mas não conta no primeiro dia. Ou não conta, sei lá. Nos éramos vistos como irmãos pelas nossas mães. Deve ser estranho pra ela.

- Ela vai adorar.

- Bom, você que sabe. Mas não no primeiro dia. – ela pede.

- Ok. – concordo sorrindo.

Ainda com o sorriso no rosto aproximo meu rosto do dela e dou-lhe um beijo na bochecha, no canto de sua boca. Ela sorri também, mas volta a bater o pé e a olhar para todos os lados.

Suspiro.

- Onde está Greg? – ela resolve perguntar. – Não me admira Terry ter sumido, mas Greg?

- Acho que ele foi comprar nachos. – respondo puxando sua mão para mim e fixando meus olhos em Henry e Hilary sem realmente estar prestando atenção.

- E Terry? – Melany volta a perguntar.

- Ninguém nunca sabe onde o Terry está.

- Acho que agora eu sei. – ela diz indicando com o queixo o local atrás de mim.

Viro-me para trás. Terry estava a uma distância encostado a um balcão de um fast-food segurando uma lata de cerveja – não faço idéia de onde ele arranjara aquilo – e conversava animado com duas garotas. Uma loira e uma morena. Ao perceber nossos olhares ele nos lança uma piscadela. Se para mim ou para Melany eu não sabia.

Amor de amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora