Parte 27: Encontro com o inesperado

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Eu já estava cansada de esperar por respostas que eu sei que não viriam tão cedo. Terry parecia desconfortável ao meu lado e Henry, sempre ao lado de Hilary, estava mais que preocupado. Eu, no entanto, continha lágrimas silenciosas que não paravam de cair desde que vira Jhonatan inconsciente no meio da rua.

Estávamos agora no hospital mais próximo de onde ocorrera o acidente. Logo que percebi a inconsciência de Jhonatan tratei de ligar imediatamente para a emergência local. Liguei para Hilary em seguida e ela viera com os gêmeos. Greg resolvera ficar, mas pediu para que o informasse de qualquer novidade.

Estávamos a mais de vinte minutos esperando, de acordo com Terry, mas para mim pareciam horas. Eu permanecia com os olhos fixos no chão a minha frente enquanto Terry tentava sem sucesso me consolar.

Eles me examinaram também, é claro, mas não durara mais que dez minutos. A não ser por alguns arranhões em minhas pernas e costas, não havia nada de errado comigo. Jhonatan, por outro lado, batera a cabeça no asfalto e agora de encontrava desmaiado. O médico afirmara que ele não estava em coma, era apenas um desmaio demorado. Mas isso não tirava minhas dúvidas que por sinal produziam lágrimas em meus olhos.

Hilary e Henry resolveram esperar do lado de fora. Hilary nunca gostara de hospitais e o simples fato de estar dentro de um a fazia passar mal. Terry permaneceu ao meu lado desta vez num silêncio constante. Também olhava para frente sem nada ver.

- Se importa se eu deixá-la por um momento? Vou procurar alguma coisa pra beber. – ele diz desviando os olhos para mim.

- Não, claro que não. Pode ir. – respondo sem hesitar.

- Quer alguma coisa?

- Não.

Terry me lança um breve sorriso antes de se levantar e se afastar a passos lentos pelo corredor. Andava despreocupadamente, mas dava para perceber a tensão em seus ombros.

Suspirei e inclinei-me para frente apoiando os cotovelos nos joelhos e voltando a olhar para o chão. Conseguira conter as lágrimas, mas as antigas agora secavam em meu rosto. Agora todo o medo e preocupação se imprensavam em meu peito e não transbordavam dos meus olhos. E assim mais uma vez respirei fundo para tentar dissipar tantos pensamentos negativos que agora ocupavam minha cabeça.

- Melany? – aquela voz me fez arregalar os olhos. E fez todo o inferno voltar de imediato para a minha vida.

Tive medo de desviar os olhos para o dono daquela voz.

Ele continuava com aquele ar de calouro esportivo pelo qual eu me apaixonara. Mas agora usava um terno claro e a expressão era um tanto chocada ao me olhar nos olhos. Depois de um tempo me observando um sorriso que tive vontade de arrancar apareceu em seus lábios.

- Nossa! Você mudou bastante. – ele comenta.

- O que está fazendo aqui, Eliot? – pergunto me arrastando lentamente no banco para me afastar dele.

Olhá-lo nos olhos me feria quase que fisicamente. Dizer seu nome era uma tortura.

- Eu trabalho aqui há um tempo. – ele diz e, como se por compreensão, continua afastado.

- Resolveu sair da faculdade também? Virou o quê? Não daria tempo de fazer medicina. – digo rispidamente.

- Eu não saí da faculdade. – ele dá uma breve risada. – Trabalho na administração deste hospital.

- Há. – é minha única resposta.

Desvio os olhos para o outro lado. Não aguentava mais olhar para aquele rosto. Ele, no entanto, dá um passo à frente se aproximando de mim.

- Mantenha-se longe, por favor. – me apresso em dizer o olhando de novo.

- É sério? Já se passou um ano. Achei que já tivesse superado. – Eliot tem a ousadia de dizer.

- E superei. Estou feliz agora. Tirando o fato de que meu namorado está inconsciente numa cama de hospital. Para sorte sua, devo dizer, porque se ele estivesse presente aqui esse seu sorrisinho escroto não estaria no seu rosto.

- Andou falando de mim pra ele então? – Eliot pergunta se aproxima ainda mais me fazendo levantar e me afastar subitamente.

- Claro. E ele te odeia, mesmo sem o conhecer.

Eliot dá mais uma risadinha. Depois fica sério.

- Melany, eu sinto muito. – resolve dizer.

- Meio tarde pra dizer isso.

- Mas eu disse. Varias vezes.

- Só isso não basta. Na verdade nada mais basta. – digo.

Minha expressão deve ter sido de total ódio porque ele se afastou um pouco. Mas voltou a se aproximar.

- Melany, eu realmente queria me casar com você. Eu te amava de verdade. Eu queria ficar com você.

- Deu pra perceber da forma que você estava se mexendo em cima da Beth. Também percebi o quanto você me amava enquanto ouvi os gemidos dela. – jogo aquelas palavras em cima dele.

- Melany...

- Já chega Eliot. Isso não importa mais porque a única coisa que eu sinto por você agora é nojo. Eu realmente estou feliz agora e não preciso mais de você pra isso.

Eliot me encara desta vez com uma expressão indecifrável. Depois olha para baixo.

- Se você soubesse o quanto eu me arrependo... – diz.

- Mesmo se eu soubesse não mudaria nada.

Ele volta os olhos para mim e parece realmente angustiado. Me pega desprevenida ao descartar o espaço que ainda existia entre nós e pegar meu rosto com uma das mãos para me fazer olhar para ele.

- Me solta, Eliot! – digo tentando me esquivar dele.

- Talvez as coisas possam mudar. – ele sussurra. – Senti tanto a sua falta.

- Eliot, tire essas mãos nojentas de mim agora! – digo mais uma vez lutando para me soltar de seu aperto.

- Você ouviu o que ela disse. – falou uma voz perto de mim.

Nunca pensei que me sentiria aliviada ao ouvir aquela voz.

- Quem é você? – Eliot pergunta a Terry que agora se encontrava ao meu lado. Em uma das mãos continha uma garrafa de água e os olhos fuzilavam Eliot com fúria.

- Não interessa. Tire as mãos dela. – ele ordena.

Eliot dá uma risadinha com as mãos ainda em mim. Tento me contorcer para me soltar dele e Terry me ajuda segurando Eliot pela camisa e o empurrando para longe de mim.

- Mandei tirar as mãos dela. – Terry diz como um último aviso.

- Quem você pensa que...

A porta ao nosso lado se abre e expõe um médico que parecia cansado. Arregalo os olhos para ele temendo más notícias e ele dá um leve sorriso em minha direção.

- Ele acordou. Quer falar com você. – disse o médico olhando para mim e eu não hesito em deixar Eliot e Terry para trás e entrar no quarto onde Jhonatan me esperava.


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Ai até que em fim! Me perdoem por demorar tanto para postar este capítulo. Confesso que ando meio desanimada com este livro pq já estou com outro em mente. Isso sempre acontece comigo, mas prometo que vou terminar este antes.

Capítulo curtinho, mas acho que esclareci algumas coisas. Viu, a Melany chamou a ambulância pessoal. Agora é só torcer para o Jhonatan ficar bem mesmo.

Bom, curte se gostou e comente com certeza. Quero saber a opinião de vcs sobre o Eliot. A foto lá de cima é dele.

Beijinho e até a próxima. *-*

Amor de amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora