Parte 24: Café da manhã

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                                                                         (Jhonatan)


O som da TV já se tornava distante enquanto eu, sentado à mesa da cozinha com uma pequena xícara de café nas mãos, lia e relia a frase que Melany me mandara ontem à noite.

Eu também não consigo parar de pensar em você! : ela escrevera.

Descobrir depois de tanto tempo que Melany sentia a mesma coisa por mim era um grandioso alívio. Os anos que perdemos longe um do outro poderiam cair no esquecimento. Mas mesmo que ela mostrasse o quanto gostava de ficar comigo, o quanto gostara daquela noite, ela ainda não admitia o que realmente sentia. Não em voz alta. E isso me preocupava. Por que não é tão fácil para ela admitir que me ama quanto é tão fácil para mim? Eu sei disso porque vejo em seus olhos. Vejo o quanto ela se esforçara para não transmitir aquilo que ela conseguiu transmitir naquela noite. Mas por quê?

Eu sendo melhor amigo dela gostaria de entender o que se passa em sua mente. Só assim, talvez, eu pudesse recuperar o tempo perdido.

Levo um enorme susto quando o celular, que eu ainda segurava, treme em minhas mãos e eu quase o derrubo na mesa. Mas o número de Henry logo aparece na tela e eu respiro fundo algumas vezes antes de atender.

- Alô?

- Estava dormindo não né? Por que se você chegar atrasado hoje de novo Robert vai te matar. – ele se apressa em dizer.

- Não estou atrasado Henry. Diz logo. Vai passar aqui pra me buscar?

- Pode ser. Já está pronto?

- Estou tomando café. – respondo e como que para confirmar dou um gole no café que já esfriava.

- Ah que pena. Eu ia chamar você pra tomar café naquela lanchonete de Hilary. Eu gostei de lá.

O café fica preso em minha garganta quando percebo a que lugar ele estava se referindo. Com dificuldade e alguns pigarros consigo engolir o café e começo a tamborilar meus dedos na mesa.

- Ah, não, tudo bem. Eu vou com você. Estava só tomando café mesmo. Lá posso comer alguma coisa. – digo e pigarreio de novo.

Henry ri do outro lado da linha.

- Tá bom. Eu chego em cinco minutos. – ele diz e desligar.

O sorriso não demora a aparecer em meu rosto quando penso que estarei com Melany em poucos minutos. Talvez eu não possa estar realmente com ela, mas isso pode bastar, por enquanto.


Henry chega cerca de três minutos depois e por sorte eu já estava mesmo pronto. Assim que entro no carro dois sorrisos exatamente iguais se direcionam a mim e logo percebo a presença de Terry. Só que eu não sabia qual deles era o Terry e nem sabia quem iria dirigir.

- Bom dia flor do dia. – um deles diz do banco do carona.

Graças a Deus era Henry quem estava atrás do volante. Entrar num carro com Terry dirigindo é o mesmo que cometer suicídio.

Não me dou o trabalho de responder. Apenas reviro os olhos em direção à janela.

- Por que decidiu ir a aquela lanchonete? – pergunto ainda sem olhar para os gêmeos.

- Já disse, eu gostei de lá. A comida é boa. – Henry responde e dá partida no carro.

- E ele quer ver a Hilary. – Terry continua.

Amor de amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora