Parte 38: Entre lágrimas e risos

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Gente o wattpad ta meio doido então deem uma olhadinha no capítulo anterior por favor. Só pra saber se leu ou não.

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Eu estava mais uma vez de cabeça erguida para o céu tentando enxergar as tão lindas estrelas que aos poucos apareciam em meio às nuvens. A chuva dera uma trégua de quase uma hora. Bom, esse era o tempo em que eu estava sentada aqui.

Eu estava numa praça vazia em plena meia-noite sentada num dos bancos onde alguns mendigos costumavam ocupar pela manhã. Por sorte não havia nenhum por ali há esta hora, porém o medo de pessoas estranhas e maléficas estarem rondando aquela praça ainda me tomava.

Quem em sã consciência sairia do conforto de sua casa para o frio de uma praça solitária a meia-noite? Dizem que esta era a hora que as coisas ruins costumavam acontecer do lado de fora das paredes de nossas casas. Estaria eu querendo ser morta? O sofrimento era tão grande ao ponto disso?

Eu cogitava voltar para casa a cada dois minutos. As luvas de lá não estavam sendo o suficiente para esquentarem minhas mãos. Um vapor branco e gélido saía de minha boca a cada respiração. Apesar de vestir três casacos pesados e uma blusa eu ainda sentia frio.

Então para tentar esquecer tanto o frio quanto o medo me limitei a observar a reação da natureza. As árvores balançando de acordo com o vento. As nuvens percorrendo o céu rapidamente. Alguns pássaros que voavam fugindo da tempestade que eu sabia que retornaria. O balanço do parquinho das crianças se movimentava como se alguém o estivesse utilizando. Aquilo me causou um calafrio.

Estava tão absorta em detalhes desimportantes que mal percebi a presença de uma pessoa ao meu lado observando o mesmo que eu. Não escutara seus passos se aproximando e não notara quando ele se sentara ao meu lado.

- Você é mesmo doida. – Terry disse ainda olhando o balanço-fantasma.

Estava recostado no banco, suas pernas esticadas à frente, e continha ambas as mãos nos bolsos do casaco.

- Me desculpe. Eu sei que não é uma boa hora. Na verdade uma péssima hora.

- Tudo bem, não estava fazendo nada interessante mesmo. – ele dá de ombros.

- Me perdoe por tê-lo acordado. Ainda mais que você trabalha amanhã. – peço novamente.

- Ah, eu não estava dormindo. Estava num bar não muito longe daqui. O pessoal estava começando a me irritar e eu estava indo para casa quando você me ligou.

- Você não está bêbado, está? – pergunto erguendo uma sobrancelha.

- Não. – responde com uma risada. – Bom, eu acho que não. – e ri de novo.

- Seria melhor se estivesse.

- Por quê? – Terry pergunta e finalmente desvia os olhos para mim percebendo de imediato minha falta de animação. A angústia deveria estar estampada em meus olhos porque sua própria animação desmoronou quando me viu. – O que aconteceu, Melany? Por que me chamou aqui?

Sem hesitação, talvez um pouco mais rápido que o necessário, me aproximo dele e ponho ambas as mãos nas laterais de seu rosto.

- Você me acha bonita, não acha? – pergunto.

- Acho.

- Sente atração por mim?

- Não sei. Talvez. – ele parecia confuso com minha atitude, mas não desviou o olhar.

- Então me beija? – peço.

- Não. – ele responde como se sua resposta fosse óbvia.

- Por quê? Você mesmo disse que sentiu atração no primeiro dia que me viu. Por que não sentiria agora?

Amor de amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora