O Sol brilhava de maneira especial em Volterra naquele fim de tarde, como se algo importante estivesse prestes a acontecer. O céu tingido de laranja prendia a atenção do rapaz, que esperava ansioso para fazer seu tour pelo castelo.
Os cabelos pretos brilhavam com a luz fraca do pôr do Sol e, depois de esfregá-lo uma ou duas vezes, o garoto de aparência jovem e gentil adentra a recepção do castelo, onde um grupo de pessoas também aguardava o passeio.
Algumas turistas soltaram risinhos em suas costas, entusiasmadas com seu porte elegante, sua barba por fazer e sua aparência de motoqueiro dos tempos rebeldes. Ele também era apenas um visitante naquelas terras e por isso lhes solta um sorriso maroto, acompanhado de uma piscada de seus olhos cor de chocolate.
― O tour pelo castelo já vai começar - diz a recepcionista, chamando a atenção dos turistas. - Por favor, mantenham-se sempre juntos.
A porta alta e pesada se abre de repente, revelando a imagem de dois homens imponentes, visualmente perfeitos e de vestes pretas, com um enorme "V" pendurado no pescoço por uma grossa corrente.
― Estes são Demetri e Felix, serão seus guias durante o passeio!
As mesmas mulheres soltaram mais risinhos, enviando descaradamente beijinhos e piscadelas para os dois homens, que não se deixavam abalar por suas belezas humanas.
Os dois vampiros dão um passo, cada um para um lado, abrindo passagem para que as pessoas começassem a seguir caminho. Assim que cruzavam a porta, ficava nítida a diferença de época na construção, na recepção reinava o aspecto moderno, com mesas, cadeiras de espera, quadros, vasos de plantas e um computador. Mas no corredor onde o grupo já se encontrava, o ambiente era antigo, rústico, com paredes de pedras frias, sinistras, e de iluminação baixa.
Conforme andavam, Felix puxava o ar profundamente, se deliciando com o aroma dos humanos que teriam para jantar. O grupo era realmente grande e talvez desse de dois à três humanos para cada integrante da Guarda Volturi... Aquilo sim é que era um banquete!
Os olhos vermelhos do vampiro pareceram se intensificar com seus pensamentos, mas nenhum mortal ali presente notara, estavam ocupados demais admirando o ambiente.
O final do percurso estava chegando, outra enorme porta já se tornava visível. Os turistas logo se entusiasmam e, quando estavam a um metro de distância, as portas se abrem como num passe de mágica.
― Incrível! Que coisa linda! Tem até personagens da época! - exclamavam os pobres humanos empolgados, achando que tudo não passava de uma peça teatral.
Felix e Demetri aceleram o passo, ultrapassando o grupo. Logo atrás vinham Renata e Alec, os responsáveis por abrirem e fecharem as estrondosas portas do salão, posicionando-se perto dos três tronos.
Os vampiros permaneciam em silêncio e Aro apenas aguardava a euforia humana terminar para começar a falar. Enquanto esperavam, o cheiro dos vivos se espalhou pelo grande salão, e com um cardápio tão cheiroso, eram impossíveis os vampiros não começarem a escolher seus "pratos prontos".
Jane, que estava ao lado direito dos três tronos, inalava profundamente, identificando os cheiros que gostava e selecionando suas possíveis presas. Ela sabia que Alec escolheria os mesmos humanos e um olhar divertido de desafio é trocado entre eles.
― Se eu pegar a morena de mechas loiras primeiro, você limpa o meu quarto! - sussurra ele, impondo a prenda do jogo que tanto gostavam.
A loira abre a boca para responder, mas trava quando um aroma tentador lhe invade as narinas, um cheiro adocicado de sangue com uma pitada de algo que não conseguia distinguir o que era. Jane sentia sua boca salivar com o pensamento daquele sangue descendo por sua garganta, seus olhos percorrem os turistas freneticamente, de onde vinha aquele cheiro tão maravilhoso? Os odores se misturavam e era difícil encontrar o dono daquele paraíso.
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Coração Gelado
FanfictionFria, cruel e calculista, era assim que Jane Volturi sempre fora conhecida. Por onde passava sua fama a precedia, os vampiros a temiam, sua presença imponente inspirava medo e seus olhos emanavam a morte. Reconhecida por seu mestre como um símbolo d...