Os lábios de Jane eram doces como ele sempre imaginou que seriam, e macios, encaixando-se aos dele como se tivessem sido desenhados um para o outro. E a sensação para ela não era diferente, pois a vampira reconhecia aquela boca e aquele toque de sua última recordação, e apreciou tanto o sabor dos lábios dele que suas mãos automaticamente deslizaram pelos braços masculinos e agarraram sua camisa com força.
Maximilian esperou tanto por aquele momento, por tê-la novamente nos braços e transmitir todo o seu sentimento por ela... E a vampira realmente o sentiu. Jane sentiu o carinho de suas mãos, sentiu o amor através de seus lábios, lembrou-se de sua imagem e o reconheceu como sendo o seu Max. Naquele momento e naquele beijo ela sentiu a dimensão de seu sentimento, percebendo-se verdadeiramente conectada a ele e constatando que também o amava.
Espera... O amava?
A vampira o afasta com um movimento brusco, chocada com os seus próprios pensamentos, recuando abruptamente até que o seu corpo miúdo se chocasse contra uma árvore. Ela amava Maximilian? Não podia ser, não era para acontecer, não era para ser assim...
Maximilian se aproxima novamente, tentando conter a urgência em seu coração, que clamava por mais um pouco daquele beijo e por mais um pouco dela. Ele ativa sua camuflagem mais uma vez, deixando que sua pele ficasse corada e o seu cheiro humano a envolvesse lentamente, inebriando seus pensamentos e a libertando daqueles estranhos questionamentos sobre o amor.
Jane podia sentir o poder de la tua cantante. Tudo nele cheirava bem, tudo nele a atraía e fazia sua pele formigar, e, mesmo que aquilo fosse somente um truque, a vampira não conseguia e não queria mais resistir àquela influência. Vagarosamente, o camaleão ergue a mão direita e toca o rosto feminino com carinho, fazendo-a fechar os olhos instantaneamente e cheirar o seu pulso.
A vampira não ofereceu resistência quando ele a beijou novamente, fazendo seu corpo entorpecer e sua pele se arrepiar com tão intensas sensações. Maximilian, em contrapartida, sente o corpo vibrar, quase como se o seu coração estivesse batendo novamente, tamanha era a sua alegria. Porém, num momento de desatenção, o vampiro permitiu que os lábios de Jane o escapassem, sentindo-a passar os lábios ousadamente pela linha de seu maxilar e descer pelo seu pescoço com beijo suaves.
Ele a amava tanto, que se derreteu com a carícia e não se importou quando Jane afastou a gola de sua camisa com dois dedos, inalando o aroma de sua pele na curva de seu pescoço. Suas mãos lentamente descem pela lateral do corpo feminino e apertam sua cintura com força quando, inesperadamente, ela afunda seus caninos em sua pele, o mordendo. Uma corrente de eletricidade e êxtase percorre o corpo de Maximilian subitamente, deixando um gemido rouco escapar por sua garganta, um som que também fez o corpo dela estremecer.
Jane morde la tua cantante, despertando momentaneamente do poder que a camuflagem exercia sobre si assim que o primeiro gole de sangue acertou seu paladar. Aquilo estava errado, inteiramente errado. O cheiro que o vampiro exalava era la tua cantante, porém, o sabor não o era, visto que nenhuma gota de sangue no corpo de Maximilian era realmente dele, mas roubado de outro ser humano.
Ela se afasta de seu pescoço, confusa com as diferentes informações que seus sentidos estavam captando, mas envolvida demais para afastá-lo novamente, permitindo que a proximidade e o contato corpo a corpo permanecessem.
― O que você está fazendo comigo? – questiona de repente, apoiando a testa em seu ombro e sentindo a confusão abalar-lhe a mente como uma tempestade.
― Estou amando você... Como sempre amei e como sempre vou amar! – Houve um breve silêncio. – No que você está pensando?
― Eu não entendo, não me entendo... – Pausa, sem ter coragem para olhá-lo, sentindo aquela sensação de calor em seu peito novamente. Ela não queria sentir aquilo, nunca quis nada que viesse dele, mas, ainda assim, a sensação continuava ali, crescendo e se fortalecendo com tudo o que vinha de Maximilian.
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Coração Gelado
Fiksi PenggemarFria, cruel e calculista, era assim que Jane Volturi sempre fora conhecida. Por onde passava sua fama a precedia, os vampiros a temiam, sua presença imponente inspirava medo e seus olhos emanavam a morte. Reconhecida por seu mestre como um símbolo d...