A Origem do Verdadeiro Poder

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Jane corre em direção a Maximilian em seguida, percebendo que ele continuava no mesmo lugar e na mesma posição em que Andrômeda o deixara. O ferimento em seu pescoço jazia aberto e sangrando, e a vampira não conteve o princípio de desespero que a atingiu.

— Maximilian, olhe para mim! – chama autoritária, encarando as pupilas ainda dilatadas do camaleão e percebendo que a morte da nômade não fora o suficiente para libertá-lo de sua última influência. O sangue manchava-lhe grande parte da blusa e Jane sabia que aquilo era um péssimo sinal. – Se perder toda a sua reserva de sangue, vai morrer! Cure-se agora mesmo! – ordena, sentindo o desespero criar raízes em seu interior.

A dor seria a única forma de libertá-lo da ilusão que cegava seus sentidos e tentava arrastá-lo para a morte. Jane não queria feri-lo, não naquele momento, mas o faria se essa era a única chance de fazê-lo voltar a si. Ela já atacara Alec inúmeras vezes durante sua segunda vida, para impedi-lo de fazer alguma bobagem ou para mantê-lo na linha que os Volturis queriam que ele estivesse. Não era uma tarefa tão difícil, no fim das contas, então, por que ela sentia que aquilo iria doer tanto nela quanto nele?

Jane se ajoelha à frente de Maximilian, tocando o seu rosto com a ponta dos dedos e colando suas testas. Ela fecha os olhos e se prepara para o som que viria a seguir, atravessando a mente do camaleão com uma pontada forte e sentindo o corpo estremecer quando ele gritou. O golpe mental foi rápido e preciso, como da última vez em que precisou fazê-lo, apenas o suficiente para desfazer todo a influência de Andrômeda e trazê-lo de volta a si.

Maximilian arca o corpo para trás e tomba sobre a neve, abrindo os olhos depois de cinco segundos inteiros e encarando o céu azul como se ainda tivesse dúvidas de que ele fosse real, sentindo-se letárgico e fraco. Ele sente alguém tocar em sua mão e levá-la até o ferimento em seu pescoço antes da voz feminina alcançar os seus ouvidos:

— Regenere-se agora mesmo! – manda Jane, aflita, chamando a atenção do vampiro para o fato de que ela estava ali, ao seu lado.

— Jane... Você está viva? – questiona perplexo.

— É claro que estou! Agora feche esse ferimento agora mesmo ou eu vou machucar você! – ameaça, sabendo que estava soando mais desesperada do que ameaçadora.

— Eu amo você, Jane – sussurra ele, lembrando-se de tudo o que viu e sentiu antes de despertar daquela influência, não conseguindo se desligar daquelas sensações, mesmo sabendo que nada daquilo era real.

— Eu sei! – lança no mesmo tom, contorcendo o rosto diante da possibilidade de perdê-lo para algo tão estúpido quanto um ferimento. – Eu já sei de tudo isso, agora me obedeça e feche esse ferimento logo!

Maximilian assente com a cabeça, concentrando-se no próprio ferimento e guiando parte do que lhe restava de sangue até ali, regenerando os tecidos e selando o buraco aberto pelas presas de sua criadora. O vampiro se senta novamente, ignorando as roupas molhadas pela neve e manchadas de sangue, focando unicamente no rosto ao seu lado, que parecia finalmente aliviado por tê-lo inteiro novamente.

Jane toca o rosto dele, percorrendo com as pontas dos dedos as linhas da expressão triste que ele ainda esboçava e reparando nos olhos quase negros pela falta de sangue. O camaleão fecha os olhos e inclina a cabeça em direção a sua palma, ignorando a queimação em sua garganta e desejando sentir o toque dela um pouco mais, como se aquela fosse a sua última chance.

— O que ela mostrou a você? – pergunta Jane com um sussurro, observando o rosto dele contorcer-se novamente. – Ela está morta... – alerta enfática, sentindo que ele precisava saber daquilo para conseguir falar sobre o que viu. – Andrômeda está morta e não pode mais afetar você. O que ela te mostrou?

Coração GeladoOnde histórias criam vida. Descubra agora