Jane e Maximilian deixam o castelo com as mãos unidas, encontrando-se com Alec do lado de fora e chamando a atenção dele para o singelo gesto de seu amor. O vampiro ainda estava perplexo por saber que a gêmea, que nunca gostou de demonstrar emoções humanas, realmente encontrou o sentimento que ele tanto desejava experimentar.
Mesmo que Jane não falasse de seu amor com todas as letras, a prova estava ali, diante de seus olhos, nas mãos unidas e nos olhos que se tornaram mais expressivos, pairando sob a superfície suave de sua pele. Alec sorri diante da cena, porque eles possuíam um histórico semelhante de crueldade e mortes, e, se Jane estava amando alguém, isso significava que ele também conseguiria encontrar o amor, e estava ansioso para que o seu momento chegasse.
Os vampiros caminham juntos pelas ruas escuras de Volterra, analisando-as uma última vez e guardando cada detalhe na memória, pois sabiam que não pisariam ali nunca mais. Ninguém deixou o castelo com a intenção de segui-los ou atacá-los, e Jane ficou satisfeita por ter cultivado uma fama tão letal ao longo dos anos, a ponto de fazer até mesmo o grande Aro Volturi recuar.
— Falta pouco para o amanhecer, não conseguiremos ir para muito longe de Volterra – comenta Alec, atraindo o olhar do casal para o céu e para os indícios de que o Sol logo nasceria.
— Vamos embora, aqui não é seguro! Precisamos de um abrigo fora dos limites da cidade – comenta Jane casualmente, deixando que a súbita tranquilidade de seu interior tornasse sua voz mansa e relaxada.
— Para onde vamos agora? – Era Alec novamente, ansioso para saber o que o futuro reservava para ele.
— O céu é o limite, pequeno Alec, o céu é o limite! – responde Maximilian, bagunçando os seus cabelos e o fazendo resmungar enquanto acertava sua mão com um tapa. – Para quem tem a eternidade a seu favor o tempo é inexistente e o espaço é inconsistente, com infinitas opções de partida e nenhuma perspectiva de chegada. Contanto que estejamos juntos, podemos fazer qualquer coisa e irmos para qualquer lugar...
— Vamos para um lugar onde não tenha tanto verde. O Alasca parece bom pra mim, muita neve e pouco mato – comenta Jane enquanto passavam pelos limites da cidade, deixando a vida de Volterra finalmente para trás.
— Nós poderíamos ir para Forks – sugere Alec com um sorriso maldoso. – Tem muito mato, mas seria legal assustar os Cullens um pouco... Aposto que eles ficarão semanas em desespero quando Alice prever nossa chegada!
— Seria divertido – concorda Jane com um sorriso idêntico, fazendo Maximilian esboçar seu melhor semblante de "eu não faço ideia do que vocês estão falando". – Vamos deixar essa ideia pendente por hora, até termos certeza de que Aro nos deixará em paz...
Todos ficam em silêncio de repente. Era a primeira vez que a vampira se referia ao Volturi sem chamá-lo de mestre e isso não passou despercebido pelos outros dois, que sondaram o seu rosto calmo tentando descobrir – sem sucesso – no que ela estava pensando.
O trio caminha durante vários minutos sem dizer uma só palavra, apenas curtindo o momento da partida enquanto se afastavam de Volterra cada vez mais. E quando Jane julgou que estavam longe o bastante e que precisavam encontrar abrigo, ela parou:
— Alec, veja se consegue um lugar para nos protegermos – sugere ela, fazendo o gêmeo assentir com a cabeça e correr a procura de um lugar seguro, para se abrigarem dos raios solares e da exposição à raça humana.
Jane volta-se para Maximilian em seguida, sorrindo levemente e inclinando levemente a cabeça para o lado esquerdo, fazendo-o sorrir igualmente ao considerá-la uma vampira realmente fofa, não imaginando que aquele adjetivo era a pior escolha para defini-la.
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Coração Gelado
FanfictionFria, cruel e calculista, era assim que Jane Volturi sempre fora conhecida. Por onde passava sua fama a precedia, os vampiros a temiam, sua presença imponente inspirava medo e seus olhos emanavam a morte. Reconhecida por seu mestre como um símbolo d...