Alec sempre admirou Jane.
Apesar de serem gêmeos, foi Jane que entrou para a segunda vida dotada de um controle que ele nunca conseguiu atingir. Mesmo que seus poderes fossem equivalentes em força e periculosidade, ele sabia que a irmã era melhor em todas as outras áreas. Jane era forte, controlada e leal, o tipo de vampira que o clã gostava de ter e que confiava cegamente. Enquanto sua gêmea sentia ódio, ele não sentia nada; enquanto ela era feroz, ele era brando; enquanto ela era forte em se desfazer da humanidade, ele não conseguia reprimi-la totalmente; enquanto ela ignorava tudo e todos, ele sentia dificuldade em não criar laços; e enquanto ela estava firme em não se lembrar do passado, ele via coisas o tempo todo, mesmo que nada fizesse sentido.
Ele dependia da irmã para ser o vampiro que era e nunca negou tal fato. Jane era mais do que sua gêmea, era também o seu suporte, a metade forte, controladora e destemida de sua alma, e por isso eles nunca conseguiam ficar separados por muito tempo. Ela o colocou como colíder da Guarda para que estivessem sempre juntos, sempre lhe deu comandos específicos de ataque para que ele pudesse mostrar do que era capaz e para que os outros o temessem também, e, às vezes, o feria com seu dom para que ele não retrocedesse em se tornar aquilo que o clã esperava que ele fosse.
Apesar de Maximilian tê-lo ensinado a lutar e o tornado fisicamente capacitado para o combate, era Jane quem o fazia ser realmente forte e temido. Da sua maneira, ela estava sempre o protegendo e ele reconhecia isso, correspondendo-lhe com obediência e lealdade, e um amor que agora ele se dava conta de que sentia por ela.
Amor. Ele não sabia bem o que pensar sobre aquilo. Durante muitos anos, Alec pensou que era errado senti-lo por ser "coisa de humano", entretanto, tudo mudou naquele chocante momento, quando sua gêmea disse que o amava...
Os Cullens diziam que se amavam. Edward não provou do sangue de Bella, que era la tua cantate, porque dizia que a amava; Carlisle dizia amar Esme; e toda a família ficava junta porque diziam que se amavam. Tudo aquilo era tão confuso... Alec não entendia como tantos vampiros conseguiam ficar juntos, numa mesma casa, sem tentarem se matar. Eles próprios - os Volturis – brigavam entre si e se odiavam, não se matando apenas porque eram proibidos de fazê-lo.
A diferença entre eles era gritante e o vampiro se perguntava se aquelas quatro míseras letrinhas tinham mesmo todo aquele poder sobre um imortal. Se os Cullens fossem colocados como um parâmetro de amor, então estava mais do que claro que os Volturis não amavam ninguém.
Alec para de caminhar assim que a porta de madeira certa aparece diante de seus olhos, batendo duas vezes na grossa madeira e ouvindo um farfalhar de tecidos do lado de dentro. Ela deveria estar deitada... Depois veio o som de passos se aproximando da porta. Ferrolhos começam a ser abertos do lado de dentro, fazendo o vampiro franzir a testa em confusão, já que nenhuma porta daquele castelo deveria possuir trancas.
A porta se abre lentamente, apenas uma fresta que deixou o rosto de Renata exposto. Ela arregala os olhos ao ver Alec Volturi a sua porta, uma visão extremamente incomum e que lhe causava certo pânico.
— Preciso lhe perguntar uma coisa – começa ele, pois, se tinha alguém que poderia lhe falar mais sobre o amor, esse alguém era Renata.
— Pergunte – incentiva ela, ainda incomodada por tê-lo ali e não fazendo menção de deixá-lo entrar, levando o vampiro a olhar para os dois lados do corredor e ficar inquieto.
— Não aqui... Posso entrar? – pede, baixando o tom de voz para deixar claro que estava fazendo algo que deveria ser "secreto".
Renata aperta os lábios nitidamente incomodada, fazendo Alec repensar sua ideia de falar com ela. Contudo, quando ela abriu a porta e lhe deu passagem, o vampiro seguiu em frente e entrou no quarto, deparando-se com um cômodo totalmente diferente do seu, como se a vampira tivesse criado uma realidade alternativa dentro do castelo e, ao cruzar o batente, ele tivesse sido sugado para um universo paralelo.
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Coração Gelado
FanficFria, cruel e calculista, era assim que Jane Volturi sempre fora conhecida. Por onde passava sua fama a precedia, os vampiros a temiam, sua presença imponente inspirava medo e seus olhos emanavam a morte. Reconhecida por seu mestre como um símbolo d...