Jantar, Vovó Jauregui e Não Toque Na Minha Mulher. (Chapter 36)

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Aquela notícia chegara numa péssima hora, eu estava preocupada e tensa. Sei muito bem do que a mídia é capaz, ela te manipula, te molda, como se fosse um boneco de cera. Você é obrigado a namorar por fama, você é obrigado a ser quem você não é. Tudo para que a sociedade pense que você é perfeito. Ingenuidade sua meu caro, pensar que vida de famoso é fácil.

Homossexualidade ainda era um fato a ser discutido. Principalmente para nós cantores e atores. São sempre as mesmas justificativas para você não assumir o que você realmente é.

"Você precisa ser o exemplo para eles"

"Vocês tem fãs de todas as idades"

"Eles precisam de uma boa influência"

Só de pensar que no passado eu fiz parte desse tipo de gente, que não aceitava qualquer tipo de amor ou relacionamento, me dá náuseas. Eu tenho nojo de mim mesma por quase ter jogado minha carreira no lixo, por culpa de um preconceito idiota.

----- Lauren? -- Perguntou Camila colocando as mãos macias e delicadas em meus ombros.

O cheiro adocicado de seu perfume invadiu o banheiro, fazendo-me fechar os olhos e aspira-lo.

----- Sim.. -- Falei baixo.

----- Ainda pensando naquilo? -- Perguntou mexendo os dedos, em uma massagem.

Assenti apoiando minhas mãos na pia, para então abrir os olhos e me encarar no espelho.

----- Relaxe Laur.. -- Parou a massagem para então levar as mãos até minha cintura.

Mesmo por cima do tecido preto do vestido, podia sentir o calor de seus dedos.

Relaxei meus ombros e respirei fundo, afinal tínhamos um problema ainda maior à enfrentar.

Meus avós.

Sorri para seu reflexo no espelho e respirei fundo.

----- Eu te amo.

Camila apertou ainda mais minha cintura, fazendo uma onda de eletricidade passar por meu corpo, arrepiando os pelos de minha nuca.

----- Eu também te amo. -- Respondeu carinhosa.

Sorri largo. Aquela frase fez minhas pernas bambearem.

Quem diz que amor é bobagem, não sabe o que está dizendo. Ou nunca sentiu algo assim. O é como o ar, você não vê, você não toca nele, mas você o sente, você sabe que ele está lá. E eu me sentia assim com Camila.

***

Estacionei o carro em frente a grande e extravagante mansão Jauregui, alguns carros e fotógrafos estavam parados em frente ao local, isso me fez ficar tensa.

---- Um pequeno jantar. -- Ouvi Camila murmurar -- Se isso é pequeno para você...

Ri e fitei seu rosto, meu olhar caiu involuntariamente para sua boca. Eu queria beija-la, mas na situação em que nos encontrávamos, esse não era um ato aconselhável e eu me sentia frustada por isso.

Com esse pensamento suspirei e abri o porta luvas, precisava dos meus óculos escuros.

Ao revirar as coisas, sem querer uma foto minha e de Daniel, ainda quando crianças, caiu no chão do carro.

Camila apanhou a foto de cenho franzido, meu coração acelerou e eu engoli seco, odiava me lembrar dessa foto, odiava me lembrar dele.

---- Quem é ?

---- Meu irmão, meu irmão mais velho... -- Murmurei com certo pesar na voz, mas era quase palpável a amargura presente nela.

Camila abriu e fechou a boca várias vezes, seu cenho franzido e a boca levemente aberta revelavam o quão surpresa ela estava.

The Contract || Camren ||Onde histórias criam vida. Descubra agora