Capítulo cinco - Peter

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Capítulo 5 - Peter
(Capítulo sem revisão)

Como esperado, Katherine não aceitou muito bem esse jantar com a minha mãe hoje. Eu queria muito ter passado o dia com ela, sinto falta de tê-la por perto, mas minha mãe não me deu chance alguma. Quando tentei fugir dela mais cedo, ela fez drama, dizendo que ficaria sozinha, e que pelo menos Katherine tinha Milla. Sempre que eu dava a ideia de chamar Katherine para juntar-se a nós, ela fazia um drama maior ainda.
"Eu sabia que isso ia acontecer, daqui uns anos estarei em um asilo comendo biscoito com sabor de plástico!"
Essa era a frase que ela mais usava, além de resmungar parecendo uma criança de cinco anos.
Agora eu tinha duas opções: a primeira, ir com a minha mãe, mesmo decepcionando Katherine; ou a segunda, ir atrás de Katherine, porém, decepcionaria minha mãe.
Foi sem dúvida uma coisa difícil de se decidir.
Tomei um banho rápido e me arrumei. Olhei-me no espelho e ajeitei a gola da minha camisa preta, peguei a carteira e pus dentro do bolso da calça.
O meu plano para essa noite era simples: agradar as duas mulheres da minha vida!

Primeiro, jantarei com minha mãe, ficarei pelo menos quinze minutos com ela, e depois, inventarei uma desculpa para poder ir na festa com Katherine.
Fazendo isso não magoarei ninguém.
Sai do quarto e tranquei a porta. Minha mãe estaria esperando no saguão.
Ao chegar lá, ela levantou e veio em minha direção. Usava um vestido preto elegante demais para apenas um jantar.
-

Dona Leonna! Está linda. - elogiei.
- Obrigada, filho. - Vamos?
Assenti e estiquei o braço para que ela o segurasse.
- Katherine ficou no quarto? - ela indaga enquanto caminhavamos para o restaurante do resort.
- Hã... Não... Ela saiu.
- Hum. Falta juízo. - mamãe faz uma cara de quem comeu e não gostou.
- Bom, ela não tinha muita opção, a senhora não me deixou convidá-la. - ela deu de ombros.
Entramos no restaurante. Um homem que nos recebeu assim que chegamos nos levou até uma das mesas.
- Vão querer fazer o pedido agora? - ele pergunta.
- Não.
- Sim! - respondo praticamente ao mesmo tempo que minha mãe.
- Nós já vamos comer?
- Sim... Estou morrendo de fome, a senhora não?
- Hã... Tudo bem então... - Minha mãe analisou o cardápio sem pressa. - Quero um Carpaccio, e você, Peter?
- Também. E nos traga algum vinho, o melhor. - falei para o garçom.
- Com licença. - o moço se retirou, deixando-me sozinho com minha mãe.
- Qual é o seu problema com Katherine? - perguntei.
- Não tenho nada contra Katherine. - ela responde ainda analisando o cardápio.
- Mãe, nós já fizemos o pedido. - ela largou o cardápio na mesa, olhava para todos os cantos menos para meus olhos. - Você não me deixou ficar perto dela por nem um instante hoje, e mais, nem sequer falou com ela direito.
- Peter, você já parou para pensar no que os outros pensam sobre vocês estarem juntos?
- O problema é a idade dela? A senhora só pode estar brincando! - revirei os olhos.
- Ela parece ser uma boa moça, mas é uma criança, você vai se casar com uma criança, Peter. - ela explica.
- Katherine não é uma criança, muito pelo contrário, já é uma mulher bem crescida.
- Eu só não concordo com esse casamento. Desde que soube dele já previa desastres e é isso que vai acontecer futuramente.
- Se depender de mim, não. Eu amo a Katherine, você aceitando esse casamento ou não, não vai mudar nada. - falei.
- Eu sei que não vai, você já está bem crescido e sabe o que faz, mas se você acha que eu vou agir normalmente como se estivesse a favor dessa loucura, está enganado.
- E o que a senhora vai fazer? Deixá-la longe de mim como se fossemos crianças? Pois saiba que eu já sou bem crescido e a senhora deixou de mandar em mim quando praticamente me expulsou de casa.
- Retire o que disse Peter! - ela exclamou alto, fazendo algumas pessoas olharem para nós. - Eu não expulsei você de casa.
- "Você não pode viver debaixo das minhas asas a vida toda, está na hora de se virar sozinho!" Nunca esqueci essa frase.
- Você já era bem grandinho.
- Eu tinha dezessete anos, mãe! Eu nem podia morar sozinho, você sabe muito bem quem cuidou de mim.
- Judith soube cuidar muito bem de você, muito melhor que eu se tivesse cuidado.
- Papai foi contra, mas você claro sempre conseguia encher a cabeça dele de minhoca. - ela prendeu a respiração por alguns segundos.
- Você nunca reclamou de mim. - ela se defende.
- A senhora é uma mãe maravilhosa, eu não posso negar, esqueci tudo o que aconteceu no passado e vivi o presente sempre. - repliquei.
- Então por que está jogando isso na minha cara agora?
- Estou apenas lembrando que a senhora não tem mais direito algum sobre mim, você não vai me fazer desistir do meu casamento com Katherine.
- Você não... Ela quem sabe.
- Eu não estou acreditando no que estou ouvindo! - levantei-me da cadeira rapidamente.
- Onde você vai? - ela pergunta quase desesperada. - Não vai comer?
- Perdi a fome.
Sai do restaurante com passos largos.
Eu não podia acreditar que mamãe estava dessa forma por causa da idade de Katherine. Isso é loucura. Todos já aceitaram isso, menos ela. Katherine não é nenhuma criança, ela sabe muito bem o que está fazendo. E eu estou pouco me importando com o que as outras pessoas pensam.
Caminhei até o balcão.
- Com licença. - disse, e um senhor de cabelos grisalhos olhou para mim esperando que eu falasse o que queria. - Poderia me dizer onde está tendo uma festa aqui?
- Na praça comercial, siga a trilha, e encontrará uma boate. - ele responde.
- Obrigado.
Segui em direção a saída do saguão. No pátio, havia apenas uma trilha, o chão era de madeira, e as luzes no caminho deixavam aquilo lindo à noite.
Caminhei pela trilha até chegar em uma praça com algumas lojas, e a boate em que provavelmente Katherine estaria.
Fui até lá.
O segurança estava parado na porta.
- Homem paga trinta dólares. - ele veio logo falando.
Peguei o dinheiro na carteira e entreguei a ele, que me deu uma pulseira verde em seguida.
Coloquei no pulso e entrei. O ambiente era escuro, mas eu conseguia ver claramente algumas pessoas. O som estava alto e os empurrões tomavam conta.
Procurei por Katherine mas nada de encontrá-la.
Me aproximei do bar e sentei em um dos bancos para que eu pudesse ver com mais calma o ambiente.
- Vai querer o que? - o barman pergunta.
- Hã... Por enquanto nada. - respondi e voltei a olhar para a boate procurando por Katherine.
É uma tarefa difícil de se fazer no escuro com uma porção de gente. É um resort em Bahamas e tem gente que vai para uma boate, qual o problema dessas pessoas?
Analisei o lugar por uns minutos, até me tocar que havia um segundo andar.
- O que tem lá em cima? - perguntei para o barman.
- Lá é o camarote, uma área fechada apenas para membros superiores do resort.
O lugar parecia bem mais vazio, porém mais agitado.
Passei os olhos rapidamente por lá, mas algo me chama atenção, um vestido vermelho parecido com o que Katherine usava. O camarote era mais escuro que a pista, então não pude ver claramente quem era, mas acredito que não seja Katherine, até por que é apenas para pessoas importantes do resort.
A moça dançava sem parar com um homem, o que retorna a minha teoria de que não é quem eu procuro.
- Um whisky, por favor! - pedi para o barman que logo tratou de me dar o que pedi.
Eu não conseguia parar de olhar para o camarote, esperando por uma rápida luz que me desse a resposta.
Era ela.
Katherine estava dançando com um homem no camarote. Tomei a bebida em um gole só e caminhei até as escadas que levavam lá para cima.
- Oi. - Uma mulher com cabelos loiros longos praticamente se jogou na minha frente, bloqueando minha passagem.
- Oi! - respondi seco e novamente tentei passar, mas ela não desistia. Eu não tirava os olhos de Katherine para não perdê-la de vista.
- Eu estava te observando ali no bar. - ela sorriu, parecia me devorar apenas pelo olhar.
- Que legal, mas agora eu tenho que subir lá em cima, com licença.
- Você é importante aqui no resort? Nunca lhe vi antes. - ela continuou.
- Não, eu não sou.
- Então não tem o que fazer lá em cima. - ela diz.
- O que você é? Segurança por acaso? - falei revirando os olhos.
- Não, mas eu posso entrar lá... Você também pode, se quiser... - ela colou no meu corpo e ajeitou a gola da minha camiseta.
- Desgruda um pouco. - falei e voltei a olhar para cima.
Tantas pessoas ali, e era justamente ela que estava olhando para mim com uma expressão decepcionada.
Droga!
Katherine correu para algum lugar que não consegui ver.
- Katherine! - chamei e corri pelas escadas.
- Não pode entrar aqui! - o enorme segurança me barra.
- Eu tenho que entrar. - falei tentando passar.
Provavelmente Katherine pensou que havia algo entre a moça e eu.
Estou chegando a conclusão que hoje não é meu dia, está tudo dando errado, nada do que planejei para essa viagem aconteceu, e olha que hoje ainda é o primeiro dia.
- Eu já falei que posso te ajudar. - a mulher insiste aproximando-se novamente de mim.
- Me deixe em paz! - desci os degraus rapidamente e fui direto para a porta de saída.
Como Katherine conseguiu entrar lá? E quem são aqueles filhos da puta? Katherine não é nenhuma adolescente, estamos noivos, ela não pode simplesmente se esfregar em qualquer cara quando brigarmos.
Sai rápido da boate. Eu não tinha muita opção, ficar lá dentro tentando empurrar os seguranças não vai mudar nada.
- Peter! - ouço a voz de Katherine e olho para a direção de onde veio o som.
- O que você estava pensando? - falei bravo caminhando até ela.
- O que eu estava pensando? - ela aponta para si mesma, ainda mais irritada que eu. - Eu vi você com aquela loira!
- Ela estava no meu pé e eu não dei bola, diferente da sua situação lá em cima. Como entrou lá? E quem é o homem que estava lá se esfregando em você? - interroguei em um tom de voz alto.
- Ele é um amigo, Peter!
- Katherine, está tudo bem? - uma voz masculina surge ao lado da boate, era o mesmo que estava dançando com ela minutos atrás.
- Está sim, Steve! Volte para a festa. - ela responde calma. Katherine só pode estar de gozação.
Eu não pansei duas vezes. Algo tomou conta de mim, a raiva subiu a cabeça. Apenas me aproximei do homem e lhe dei um soco no rosto, fazendo-o se curvar para trás com o impacto.
- Peter você está louco. - Katherine corre para socorrê-lo. - Qual é o seu problema?
Katherine olhou para mim, fuzilando-me.
Eu não falei absolutamente nada, fiquei ali parado vendo Katherine ajudar Steve. Eu estava com calor, e tentando me acalmar.
- Olha queridinho vai precisar de muito mais pra me derrubar. - Steve diz.
- Como é que é? - me aproximei novamente levantando a mão para mais um belo soco mas Katherine se meteu na minha frente imediatamente empurrando-me.
- Será que ainda não percebeu que Katherine não é a minha fruta?
Que porra é essa?
- Do que está falando? - questionei franzindo a testa, mesmo já entendendo o que está acontecendo.
- Nossa, amiga! O que ele tem de músculo não tem de inteligência. - ele debocha para Katherine. - Eu sou gay.
- Você é gay?
Steve não aparentava ser gay, ele não se vestia como um, só pelo jeito que dançava lá na festa engana qualquer um.
- Sim, Peter! Ele é gay, e um amigo incrível, ele e Cameron deram companhia para Milla e eu hoje, já que você preferiu passar o dia com sua amorosa mãe. - pude sentir o tom sarcástico de Katherine.
- Quem é Cameron? - perguntei.
- Meu namorado. - Steve respondeu.
- Como você entrou lá Katherine? - questionei.
- Steve e Cameron sabiam de uma "entrada secreta". Quem era aquela loira?
- Eu já falei para você que ela que estava pegando no meu pé se insinuando.
- A culpa é sempre das mulheres...
- Você quer apanhar de novo? - ameacei Steve após seu comentário desnecessário.
- Não, não! - ele se afasta. - Vou atrás de gelo antes que esse ogro me deixe mais roxo.
Steve saiu, ficamos só eu e Katherine.
- Katherine, eu juro que não fiz nada com aquela mulher!
- Onde está sua mãe? - ela muda de assunto.
- Não sei, eu a abandonei no restaurante.
- O quê? Por quê? - Katherine indaga.
- Discuti com ela. Meu plano era ficar uns minutos lá e depois passar o resto da noite com você, mas tudo deu errado.
- Por que discutiram?
- Ela não aceita nosso casamento por causa da idade. Katherine, agora mais do que nunca precisamos ficar juntos.
- Pois siga seu próprio conselho então, Peter. - ela replica.
- Como assim? - franzi a testa.
- Você tem que passar mais tempo comigo do que com ela. Você me abandonou completamente hoje, eu vim para essa viagem para ficar com você, não com meus pais ou com a Milla.
- Eu só não estava preparado, eu prometo que as coisas serão diferentes a partir de hoje. Confia em mim. - me aproximei dela.
- Vai mesmo dar prioridade a mim? - ela insiste.
- Sim! Nem mesmo o papa vai me tirar de você agora.
- Se você pisar na bola comigo de novo eu juro que pego um avião de volta para a casa no mesmo instante. É comigo que você vai casar, não com sua mãe! - Katherine reforça e me da um selinho. - Vamos!
Ela caminhou em direção ao mesmo lugar de onde veio, que por sinal era muito escuro.
- Ei! - fui atrás dela e a empurrei contra a parede. - Devemos aproveitar um pouco, não acha?
- Ainda estou brava com você. - ela retruca.
- Eu dou um jeito nisso.
Esperei alguns segundos e a beijei. Minha mão direita acariciava com vontade seu pescoço e cabelos, e a mão esquerda tratava de segurar firme sua cintura bem definida.
Interrompi o beijo.
- A propósito, você está linda com esse vestido. - comentei e ela me puxou para mais um beijo, mas logo se afastou e me empurrou.
- Vamos, ogro! - ela ri e sobe as escadas.
- Engraçadinha.
Segui Katherine. O lugar era muito escuro, pus minha mão na cintura para que ficasse tudo mais fácil.
O som ficou mais alto e as luzes coloridas tomaram conta da minha vista.
- Uhul, fizeram as pazes. - Steve comemorou.
- Peter, este é Cameron, namorado de Steve. - Katherine apontou para o rapaz que bebia alguns drinks e analisava-me de cima a baixo.
- Prazer te conhecer, Peter! - ele diz.
Tanto Cameron quanto Steve não pareciam ser o que são. Sorri e olhei para Katherine.
Milla também estava ali, só que bêbada.
- Peter seu babaca, você chegou! - ela falava escandalosamente.
- Ih meu amor, já chega de bebida por hoje. - Steve tira o copo da mão de Milla. - Acho melhor irmos embora antes que essa louca comece a chamar pelo Taylor.
- A gente ajuda vocês. - Katherine diz.
- Não mesmo mocinha, você e o ogro ficam.
- Vai me chamar de ogro até quando? - bufei.
- Até me provar do contrário. - Steve esnoba. - Até mais gente, divirtam-se.
- Tchau Steve, Cameron, Milla... - Katherine se despede e acompanha eles com o olhar até sumirem na escuridão de onde viemos.
- Até que eles não são tão ruins. - confessei.
- Espera passar um dia todo com eles, rimos o tempo todo. - ela ri.
- Posso fazer uma pergunta?
- Claro. - Katherine replica.
- Tem uma lua maravilhosa lá fora, uma praia linda com areia fofinha, e o que estamos fazendo aqui dentro de uma boate? - ri.
- Pior que eu não sei. - ela responde rindo. - É meio sem noção né, é um resort e nós presos aqui.
- O que acha de dar uma volta, ou sei lá... - Katherine sorriu maliciosamente.
- Eu acho uma ótima ideia.
- Vamos! - peguei a mão dela e segui para a rua.
Até que para um dia horrível, estou tento uma noite boa, pensei que seria muito mais difícil com Katherine, mas acho que já passamos por tantas coisas ruins que isso não é nada comparado à elas.


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Olá amores! O capítulo ficou pequeno por que tive que reescrevê-lo e perdi muita coisa. Outra coisa, quem quiser entrar no meu grupo no WhatsApp é só deixar o número *COM O DDD POR FAVOR, OU NÃO TERÁ COMO ADICIONAR* nos cometários ou mande na mensagem particular. Beijos!

Amor Proibido - Livro 2 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora