Capítulo dezoito

37.9K 2.8K 159
                                    

RECOMENDO LEREM ESSE CAPÍTULO OUVINDO "ONE LAST NIGHT - VAULTS".

Capítulo 18
(Capítulo sem revisão)

- David? - indaguei surpresa. - Hã... Nossa, quanto tempo...
- Pois é, faz o quê? Uns... Três anos? - ele põe as mãos no bolso da calça jeans.
David não mudou muito, apenas parece um pouco mais musculoso, e o cabelo estava maior. A calça jeans preta e a camiseta de uma banda de rock o deixavam com aparência de adolescente, nessa parte ele não mudou muito.
- Pois é... É... Bom ver você.
- Bom ver você também. - ele sorri.
- Hã... Alô, alô, eu estou aqui também... - Milla estala os dedos, chamando a atenção. - Bom ver você, David. Pensei que o tempo ia dar uma força para você, mas vejo que continua o mesmo.
Milla olha David de cima a baixo, obviamente ela queria ofendê-lo.
- Milla! Não mudou nada... Continua asquerosa e estúpida. - retrucou ele com um sorriso sarcástico, Milla apenas revirou os olhos em resposta.
- Ok... - murmurei.
Todos ficamos em silêncio, ninguém sabia o que falar, e isso ficou um tanto constrangedor.
- Katherine, será que podemos dar uma volta?
- Ela já está comigo. - Milla diz rapidamente antes que eu pudesse responder.
- Eu só quero conversar, sem segundas intenções. - David diz, e sua seriedade transmitiu verdade.
- E bater nela? Você vai?
- Milla! - reprimi. - Me espere lá fora, David.
- Tudo bem... - David fitou Milla como se fosse jogá-la pela janela, mas saiu logo em seguida.
- Milla, para que essa grosseria toda?
- Esse desgraçado passou boa parte do tempo te maltratando, ameaçando, transformou sua vida em um inferno, chegou a bater em você, e agora vai dar trela para ele? Muito inteligente, Katherine Cooper!
- Milla, eu não sou a mesma idiota de antes, o tempo passa e as pessoas mudam. O meu pior erro do passado foi não ter chamado logo a polícia, e me afastado dele, mas eu cresci. E se David tentar fazer alguma coisa nesse passeio, pode acreditar que não vai sair barato.
Lavantei e caminhei rapidamente para a saída da cafeteria sem dar chance de ela falar mais alguma coisa.
- Aqui estou! - disse, fazendo David olhar para mim.
- Achei que não fosse vir.
- Por que não viria? - indago.
- Não sei, talvez por que achei que Milla iria amarrá-la na cadeira, ou fazê-la fugir pulando a janela do banheiro.
- Isso não faz muito sentido. - ri.
- Claro que faz... - arqueei a sobrancelha. - Ok, talvez não faça tanto sentido.
Eu não disse nada, apenas ri e comecei a caminhar, ele fez o mesmo. Eu não sabia muito bem o que falar para David. Para falar a verdade acho que não nos falamos mais desde que tivemos aquela conversa na praia quatro anos atrás. Depois disso eu só o vi algumas vezes, apenas trocavamos um "oi". Faz três anos que eu não o vejo mais, talvez por que ele tenha começado uma faculdade, ou se mudado.
- Então... Por que sumiu nos últimos três anos? - pergunto, puxando um assunto.
- Eu me mudei, estou morando sozinho em Nova York.
- Sozinho? E em Nova York? Isso é incrível! - exclamei impressionada.
Morar em Nova York é um dos meus sonhos, certamente se eu não estivesse com Peter hoje, eu estaria morando lá, fazendo uma faculdade, trabalhando, e curtindo as noites agitadas daquele lugar.
- Pois é... É muito bom morar lá.
- E a faculdade?
- Eu consegui entrar para uma, mas não acho que ainda quero me descobrir melhor. Por enquanto só estou trabalhando.
- Trabalhando de quê?
- Sou Striper em uma boate noturna.
- Striper? - questiono, confesso que um pouco surpresa.
- É, eu faço muito sucesso, dá para pagar o aluguel...
- Uau... - murmurei.
- Eu estou zoando com você! - diz ele rindo da minha cara. - Sou só barman, e às vezes faço alguns trabalhos extras.
- Seu babaca! - ri alto e o empurrei.
- Mas e você? Como está sua vida?
- Bom... Vou me casar com Peter em uma semana.
- Casar? - ele para de andar imediatamente.
- Sim, difícil de acreditar né... - falei, e ele voltou a caminhar.
- Para falar a verdade, não.
- Como assim? Por quê?
- Você e Peter são loucos um pelo outro. Enfrentaram tanta coisa juntos, não desistiram de ficar juntos mesmo quando muita gente era contra. Inclusive eu. Ameacei você por um bom tempo, destruí sua vida. Katherine, eu bati em você, tem noção do quanto eu me sinto mal por isso?
- Tudo bem...
- Não, não está tudo bem! Quero aproveitar esse momento para te pedir perdão por todas as coisas absurdas que já fiz à você. Fui um estúpido, não a respeitei como mulher, me perdoa.
Eu fico meio retraída em acreditar no que ele diz. Confiei nele tantas vezes, e em todas às vezes sai machucada.
- Eu perdôo você... - falei parando de andar e me virei para ele. - Você fez muita merda, quase destruiu minha adolescência, mas acho que se arrepende. Então, eu perdôo.
- Muito obrigado... - ele sorri.
- Está fazendo o que em Santa Mônica?
- Só estou passando alguns dias, visitando meus pais.
- Bom, então vai ser ótimo vê-lo no casamento. Não dá mais para enviar convite, mas saiba que será muito bem vindo.
- Se eu ainda estiver por aqui, eu apareço lá.
- Tudo bem... - sorri. - Bom, acho melhor eu ir indo, está ficando tarde e tenho que preparar o jantar.
- Vejo você por ai então. - diz ele. - Me dê um abraço.
Sem que eu pudesse responder, ele me abraça por alguns segundos. Assim que se afastou, colocou as mãos no bolso e saiu sorrindo.
Caminhei em direção a minha casa. Eu pensei em voltar para a cafeteria para ficar com Milla, mas eu precisava preparar o jantar. Ouço uma buzina e olho para o lado automaticamente devido ao susto. Era o carro de Peter.
Ele para o carro e abre o vidro.
- Quer uma carona? - pergunta ele. Assenti e entrei no carro, mas ele não deu partida. - Está indo para casa?
- Sim... E você?
- Também...
O clima estava pesado, achei que ele fingiria que nada aconteceu quando voltasse, mas me enganei.
- Olha... - comecei, mas fui interrompida.
- Escute, quero pedir desculpas pela minha estupidez de ontem à noite, eu errei muito ao agir daquela forma.
- Não, tudo bem, acho que eu também estou agindo feito uma criança idiota.
- Você não foi criança!
- Fui sim! - retruquei.
- Não foi! Eu só não quero que escolha linhas amizades, a não ser que tenha um bom motivo para eu me afastar de alguém. Caso contrário posso ser amigo de quem eu quiser, tudo bem?
- Tudo bem... Só peço à você que não confie por inteiro em Hayden... Só isso.
- Está bem... - diz ele por fim. - Estamos bem?
- Estamos! - sorri. Peter aproximou-se de mim e selou nossos lábios, como senti falta desse beijo.
Afastou-se de mim novamente e deu partida no carro.
- Mas enfim... O que fez durante o dia? Reveu amigos do colegial? Ex namorados?
- Você me viu com David? - pergunto.
- Sim, o abraço de vocês dois também.
- Está com ciúmes? - ri.
- Ciúmes? Por que eu sentiria ciúmes? Acho que alguma coisa afetou seu cérebro.
- Que fofo! - debochei. - Não se preocupe. David estava com boas intenções, apenas pediu perdão pelas coisas idiotas que já fez.
- Ele não é bobo, quis tirar uma casquinha de você com o abraço.
- Bom, pode até ser isso, mas não mudou absolutamente nada.
- Será? - Peter franze a testa.
- Cala a boca! - ri. - Você sabe que ele não chega aos seus pés. E eu sou completamente louca por você.
Acariciei sua nuca, e pude senti-lo tenso, mas resolvi não falar mais nada. Absolutamente nada do que eu disser vai fazê-lo parar.

Amor Proibido - Livro 2 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora