*LEIAM O CAPÍTULO INTEIRO OUVINDO A MÚSICA QUE ESTÁ NA MULTIMÍDIA, POR FAVOR*
Capítulo 22
(Capítulo sem revisão)Chegamos na casa de dona Leonna. Milla me deixou em frente a mansão dela e logo em seguida se despediu.
- Boa sorte! - diz ela.Apenas sorri torto e caminhei até a porta. Suspirei e apertei a campainha.
Ficar sozinha com dona Leonna nunca esteve nos meus planos, mas não tem muito o que eu possa fazer nessa situação. Já enrolei Peter demais com isso, e ele precisa saber por mim. Definitivamente, em terra de burras, eu sou a rainha.
Tive que esperar alguns segundos até a porta finalmente se abrir.
- Olá! - digo para uma senhora baixinha de uniforme, com cabelos grisalhos, provavelmente deve ser a empregada da casa.
- Você deve ser a Katherine, noiva do senhor Peter! - ela sorri e eu assenti. - Dona Leonna está na sala de estar, pode entrar.
- Obrigada! - agradeço e entro.
A casa dela é era simplesmente um sonho para qualquer pessoa. Só na entrada da casa, havia um enorme salão, com alguns espelhos na parede e vasos de flor. Abaixo da escada - que por sinal parecia ser de castelo de filmes de princesa - havia uma porta de madeira escura, e a simpática senhora me levou até lá.
Dona Leonna estava sentada em um sofá. Tudo ali tinha um toque de riqueza, até mesmo o retrato da família pendurado na parede. A moldura parecia ser feita de ouro, e dona Leonna usava um colar de diamantes que chamava mais atenção do que qualquer outra coisa na foto. Peter parecia bem novo na foto, provavelmente é um retrato de quando eles eram mais novos, pois a velha dona Leonna não estava tão velha assim. Peter me mostrou algumas fotos de quando ele ainda estava colegial, mas nenhuma da mãe dele.
- Katherine! - diz assim que tira os olhos de um livro que lia. Essa sorri gentilmente. Isso é encenação?
- Hã... Oi! - digo.
- Onde está Peter? - pergunta ela.
- Ele não veio ainda, combinamos de nos encontrar aqui...
- Ah, que surpresa vocês não estarem juntos, não se desgrudam um segundo.
- Pois é... Eu estava no shopping com Milla, e ele ficou em casa.
Não sei por que estou falando isso, pois ela sabia muito bem que eu estava no shopping.
- Hum, eu estava no shopping também... Para falar a verdade acabei de chegar. - não digo nada, apenas dou um sorriso torto e arqueio as sobrancelhas. - Sente-se.
Dona Leonna apontou para uma poltrona que havia de frente para ela. A lareira de um lado da sala e a enorme televisão do outro, fez eu me sentir perdida. É como diz aquele ditado, me senti um pinto no lixo, mas tava mais para pinto no luxo.
Sentei um pouco desconfortável na poltrona, que por sinal era ótima. Olho para dona Leonna e ela está me fitando.
- Que foi? - pergunto.
- Katherine... Você está me escondendo algo?
- Hã... Não, o que esconderia? - digo tantando ser a mais realista possível.
- Me diga você!
- Mas eu não estou escondendo nada. - nego novamente.
- Então vai me dizer que estava naquela loja de bebê por que sua amiguinha está grávida?
- Não, eu estava lá por que terá um chá de bebê de uma outra amiga minha, da faculdade. - minto.
- Sabe que... Você pode ter vários telantos, mas se tem um que você definitivamente não tem potencial é para o da mentira.
- Oi? - me fingi de desentendida, e permanecerei assim até o fim.
- Eu tive dois filhos, Katharine, além de uma porção de amigas que passaram pela mesma situação, e quem as ajudou? Eu!
- Desculpe, mas eu não estou entendendo onde a senhora quer chegar com isso.
- Descobrimos aqui mais um dom sei. - ela sorri. - Sonsa.
- Olha isso é um absurdo! Não vim até aqui para ouvir ofensas de uma mulher rancorosa e mal amada! - levantei-me, e imediatamente ela fez o mesmo.
- Peter também é outro mentiroso! Não acredito que teve a coragem de esconder isso de mim. - a voz dela se alterou.
A simpática senhora que abriu a porta para mim apareceu na sala, e em seguida colocou uma bandeja de chá na mesinha de centro.
- Mas do que a sonhora está falando? - digo no mesmo tom que o dela.
- Que você está grávida! - ela exclama ainda mais alto, dando um surto não só em mim como na empregada também, que virou um pouquinho de chá fora da xícara enquanto o servia. Depois saiu em passos curtos, mas rápidos.
- Acho melhor a senhora procurar especialistas, a idade está afetando um pouco o seu cérebro.
- Você é muito sínica mesmo! Onde está Peter? Não veio ainda por que não consegue segurar um segredo de mim, né? Mas ele vai ver! Vai pagar caro por esconder uma coisa dessas da própria mãe!
Ela agarra o telefone e começa a discar algum número, quase quebrando os botões com os próprios dedos.
- O que está fazendo? - pergunto franzindo a testa.
- Ligando para ele! - ela ataca e põe o telefone no ouvido.
- Não! - arranco o aparelho da mão dela, desligo e taco ele longe por impulso.
Que merda eu fiz? Ponho as mãos na boca e ela me encara com um olhar confuso.
- Espera... Só tem uma pessoa aqui que está escondendo alguma coisa!
- Não tenho nada para esconder! - me defendo.
- Está mentindo! - dona Leonna retruca.
- Quem está mentindo? - Peter chega na sala sorrindo, e o meu coração quase para. Agora eu estou acabada. Completamente destruída. E eu mesma pedi por isso.
- A Katherine! - dona Leonna certamente vai se aproveitar disso. Eu não acredito que quando finalmente decido contar para Peter, essa velha vai estragar tudo. Mas que se dane, pode não ser o momento certo e perfeito, mas eu mesma vou contar, as palavras "eu estou grávida" sairá da minha boca.
- Mentiu sobre o quê? - Peter pergunta confuso.
O desespero em mim era visível, e eu definitivamente não sabia como contar para ele.
- Olha Peter eu... - começo, mas sou interrompida.
- Acredita que ela disse que as cortinas novas ficaram ótimas? - Dona Leonna diz.
Cortinas? Fito-a com um olhar surpreso e desconfiado. O que ela está fazendo.
- Mas elas estão ótimas mesmo, mamãe. - Peter ri.
- O decorador esteve aqui hoje cedo e francamente, eu as odiei.
- Ficaram... Ótimas. - falei um pouco cabreira. - Peter, eu tenho que falar uma coisa com você, hum, em particular.
- Agora? - Dona Leonna questiona. "Atire-a pela janela, Katherine!", meu subconsciente dizia. - O almoço já será servido, vocês podem conversar depois.
- É, temos o dia todo! - Peter me dá um beijo na testa.
- O almoço está servido! - a senhora de cabelos grisalhos aparece na porta.
- Vamos? - Dona Leonna sorri.
- Claro! - Peter replica, e nós caminhamos até uma outra sala, que ficava ao lado da que estávamos.
- Pedi para Pandora preparar o melhor prato hoje. É um dia especial!
- É? - franzi a testa.
- Claro! - ela sorri. - O casamento está se aproximando, e bom, nada estragou isso, até então.
- Credo, mamãe! Falando assim parece que algo ruim pode acontecer à qualquer momento.
- Mas acontecem mesmo, entretanto acredito que será um belo casamento. - ela novamente sorri, sentando-se em seu lugar, Peter e eu fizemos o mesmo, ele ficou ao lado dela, e eu ao lado dele. - Não, não! Quero que sente aqui aqui do meu lado, de frente para o Peter. Olhar no olho dele, parecem tão apaixonados e fiéis.
Dava para sentir o tom do sarcasmo e sua voz, o que aumentava ainda mais a minha vontade de mergulhar aquela cabeça na travessa quente de molho que estava na mesa.
Olho para Peter e ele assentiu. Certamente ele está tentando fazer de tudo para que a paz reine entre nós e a mãe dele pelo menos até o casamento.
- Tudo bem! - digo, levantando-me e indo até o lugar onde ela disse para que eu me sentasse.
Uma outra empregada entrou na sala - essa era mais nova, devia ter uns vinte e cinco anos -, e transferiu o prato e os talheres para onde eu estava sentada.
Nós comemos em silêncio, isso não é uma surpresa para mim, sempre que dona Leonna está na mesa, parece que o assunto evapora.
Quando todos terminaram, dona Leonna mandou servirem a sobremesa gelada de morango, em outros dias eu certamente ia pirar, pois é a minha preferida, mas hoje, meu estômago desapareceu.
Eu não sei qual é o meu problema. Devia fingir que dona Leonna não está ali e simplesmente contar logo, afinal, para Peter isso seria uma ótima coisa. Óbvio que não é uma maneira agradável de receber essa notícia, mas ele quer tanto, mas tanto esse filho, que nem dará bola para isso, mas com dona Leonna aqui, ela provavelmente já está com um plano arquitetado na cabeça para jogar Peter contra mim. Por outro lado, Peter nunca deu sequer bola para o que os outros dizem, principalmente para a mãe dele. Não tem o por que eu permanecer com esse segredo.
- Peter! - tiro a atenção dele na sobremesa e ele olha para mim, esperando que eu continuasse. - Eu ia esperar, mas não consigo mais.
- O que houve? - questionou ele.
Percebo o olhar dele tanto para mim, quanto para Peter.
- Eu estou...
- Ah! - dona Leonna novamente. - Katherine, eu preciso urgentemente da sua ajuda com uma roupa lá em cima!
Sem nem me dar chance de falar, ela agarra meu braço e me carrega para fora da sala. Quando Peter não está mais no meu campo de visão, me atrevo a falar algo.
- Me solte! Já chega dessa encenação ridícula, eu vou contar logo para Peter sobre a gravidez e esquecer toda essa baboseira. - digo mas ela continua subindo as escadas feito uma louca. - Isso é ridículo!
Quando chegamos no andar de cima, ela me levou até seu quarto.
- Você está mesmo grávida? - ela questiona com a voz calma, pena que eu não esteja tão calma assim como ela.
- Não está na cara? - digo com a voz um tento alterada.
- E o que estava fazendo lá em baixo?
- Eu que pergunto! Que palhaçada era aquela, se quer me ferrar e estragar com a surpresa faça isso logo, não precisa de fazer de boa sogra.
- Eu estava tirando um verde, e claramente funcionou. - fuzilei ela com o olhar, queria muito poder jogá-la da varanda de seu quarto agora mesmo, até reproduzi a cena na minha cabeça. - Você é tão burra quanto eu imaginei mesmo.
- Ah, já chega de insultos! A senhora é uma velha infeliz mesmo, não se contenta com a felicidade de ninguém. Sempre quer estragar tudo! Nem sequer deu a chance de eu mostrar que Peter e eu podemos sim ser felizes juntos, e que eu não sou a pessoa que você acha que eu sou! - disse quase fôlego.
- Será que dá para parar de ser idiota? Se eu quisesse contar para ele já teria feito isso! Apenas queria que você admitisse para mim que está grávida.
- Qual o propósito disso? - pergunto, já esgotada.
- Você deve ter um bom motivo para querer esconder isso de Peter. Afinal sabe muito bem que depois que Christian morreu o que ele mais quer é um filho. Por que esconder uma coisa tão maravilhosa dessas. - Dona Leonna estava calma, e eu não consegui entender muito bem a jogada dela.
- Muita aconteceu, você não sabe nem da metade! Se passasse menos tempo me odiado e tentasse ao menos ser gentil, saberia.
- Você não entende mesmo, né?
- Não! Eu definitivamente não entendo nada. Como agora, não entendo onde está querendo chegar.
- Katherine, sente-se, por favor. - ela pede, apontando para sua cama.
Com toda essa confusão não parei para analisar o quarto dela. Deve ser o maior cômodo da casa. Além de muito aconchegante. Fotos de família por todos os lados mostram o quanto ela é muito ligada à isso, ou apenas se faz. Pude perceber que a cama extremamente confortável assim que me sentei nela.
Dona Leonna sentou-se de frente para mim, como se fossemos duas amigas revelando segredos. Completamente assustador.
- Desde que soube que Peter ia casar com uma garota mais nova, meu coração apertou. Perguntei à ele "Mais nova quanto? Cinco anos à menos?" e achei que já era demais. Mas quando ele disse quinze, quinze anos mais nova. tem noção da preocupação que eu senti?
- Peter já é grandinho, e eu jamais o magoaria. - falo.
- Não era com ele que eu estava preocupada, Katherine. - hã? Eu estou falando com a dona Leonna ou com a minha mãe? Pois para mim parece ser a mesma. - Você era jovem demais. Tinha uma vida toda pela frente, sair, conhecer outros garotos que pudessem te fazer feliz por muito mais tempo.
- Não entendi isso ai não. - franzi a testa.
- Peter vai envelhecer, e também nem é só isso... Tem a questão da experiência. Peter teve uma adolescência como qualquer outro garoto, curtiu, criou juízo e responsabilidades, casou, teve um filho. Você era uma criança, pulou todas as etapas da sua vida para e prender um homem. Não achei certo.
- Não achou certo eu correr atrás de um homem que eu amo?
- Você nem sabia o que era amar, Katherine, eu levei anos para entender e saber o que é amar de verdade um homem.
- Existe apenas um porém. - disse. - Eu não sou você. Se eu estou com Peter até hoje é por que eu realmente o amo, e o mesmo serve para ele. Eu sei que não vou me magoar.
- Seria triste ver mais um coração partido, não se entregue tanto. - não respondo nada para ela, afinal não tinha mesmo o que dizer. - Eu vou deixar você com seu segredo, você sabe a hora certa de falar para ele sobre a gravidez.
- Contarei hoje mesmo!
- Bom, boa sorte então...
Fiquei alguns segundos apenas olhando para ela, e em seguida voltei para o Peter.
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Amor Proibido - Livro 2 (COMPLETO)
Literatura Feminina*Não permito adaptação ou qualquer tipo de plágio, por favor, respeitem o trabalho dos outros! E lembrem que plágio é crime, se eu tiver problema com isso de novo vou direto para a justiça!* Sequência de Desejos Proibidos. Passaram-se dois anos de...