Eu não me entendo às vezes.
Ou melhor.
Eu não me entendo.
Sei que o fato de eu ter um pouco de déficit de atenção não ajudava muito também, mas voltando. Elisa estava em tudo.
Em tudo mesmo. Eu não sei o que eu bebi ou o que eu fiz, mas eu estava extremamente consciente da existência dela.
Era estranho e me dava medo. Ia pra cozinha, ela estava lá com seu pijama amarelo extremamente recatado, mas que não ajudou muito minha ereção matinal. E quando ela me dava bom dia com sua voz rouca de sono ainda? Nananinanão.
Ia no meu quarto, e não via mais como meu quarto. ELA TINHA ARRUMADO TUDO! Não que eu fiquei triste, mas PORRA, faz uns três anos que não organizo aquilo tudo e em um dia ela faz tudo ficar lindo.
Minha mãe estava rindo de algo que ela tinha contado. Hoje de noite íamos ao cinema, até que enfim a tão espera férias. Eleonora tinha marcado de ir em algum jantar com o pai. Coisas da empresa. Emily ia encontrar as amigas e minha mãe ia nos levar lá no cinema e depois ia, sei lá, fazer alguma coisa que as mães fazem quando estão sozinhas. Me lembrei da mãe do Chris, mas tudo bem.
Coloco uma calça jeans, um tênis e uma blusa de manga branca. Elisa gritou que já estava saindo. Esperei mais 10 minutos. E ela sai. Não pude evitar arregalar um pouco os olhos.
Ela estava com um short não muito curto, uma blusinha preta de alças finas e o cabelo solto. Quando ela encontra meus olhos, ela sorri. E eu retribuo.
- Vamos?
Confirmo. Grito para minha mãe que estávamos prontos e ela vem toda alegre como sempre.
- Ah vocês estão pront... Ual Elisa! Está linda!
Ela fica vermelha. – Obrigada tia.
Minha mãe joga um braço em cima do pescoço dela e saímos em direção ao elevador.
- Espero que se divirtam. Faz um tempo que não se encontravam. Estou feliz que esteja aqui, querida. É como uma filha, sabe disso sim?
Ela sorri. – Sei, madrinha.
Minha mãe faz um estalo com a língua. Típico sinal de desagrado.
- Tia, e não "madrinha". Não gosto que me chame assim, e sabe disso.
Ela ri. – Mãe... – reviro os olhos.
- Quieto Elliot.
- Sim, mãe.
**
Eu compro as pipocas enquanto ela vai comprar as entradas, é nessas horas que você agradece por estudar. Ganhamos 50% de desconto. Adoro desconto. Não que eu saia aí gritando pela rua "ADORO DESCONTOS!", mas o fato é que não tenho grana toda hora e economizar é o meu lema.
Quando viro com uma pipoca extra grande (adoro pipoca de cinema) e um suporte com dois copos grandes de coca com muito gelo, vejo Elisa conversando com um cara.
E ELA ESTAVA RINDO. E MEXENDO NO CABELO.
O cara parecia ter saído da revista Capricho. Tinha olhos azuis, cabelo loiro e usava aquelas calças que mostram a bunda. As tatuagens eram legais, mas foco na Elisa!
Chego até eles a tempo de escutar ele dizendo que ela era linda. Sobe um nervoso vindo lá dos dedos dos pés.
- Oi Elisa, comprei a nossa pipoca. - Ignoro totalmente o imbecil aproveitador de inocentes.
- Oi Elliot. Esse é o Brian. Ele é... – consigo passar meu braço por cima do ombro dela. O cara acompanha o movimento. Semicerro os olhos e o encaro sem expressão. Ela dá uma travada e depois de uma tossidela ela continua. – ele é modelo.
- Modelo? – ele afirma com a cabeça.
- Hm... Vamos? Tchau Bruno.
- É Brian.
- Foi o que eu disse Bruno... – carrego Elisa e entramos na sala em busca de nossos acentos.
Ela me dá uma cotovelada. – Porque fez isso?
Reviro os olhos. – Ele provavelmente queria se aproveitar de você Elisa.
- E se eu quisesse que ele se aproveitasse?
Eu a encaro. Woool. Onde estava a Elisa insegura de si, que tinha uma auto estima lá embaixo?
- Wol. Ok. Quer que voltamos lá pro Colírio?
Ele revira os olhos e senta em seu lugar. – Pare de comparar ele com os meninos da Capricho. E como sabe tanto disso?
- Olha! O filme vai começar! – enfio o máximo de pipoca possível na minha boca. Entrego seu copo e dobro uma perna para apoiar em cima do outro joelho.
Ela ri e começamos a assistir um lançamento.
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Gêmeos - Nada Iguais
RomanceSPIN-OFF DE CONTRATO DE CASAMENTO PLÁGIO É CRIME! Depois que seus pais encontraram o Felizes para Sempre, chegou a vez dos adoráveis gêmeos do casal. Eleonora e Elliot encontrarão a felicidade igual seus pais e sua irmã mais velha? Neste conto, El...