Hoje Elisa ia embora. Estávamos tristes, pois quase não podíamos nos ver. Ela já estava com as malas na sala, perto da porta.
- Nos vemos no casamento de Emily.
Meus ombros desabam. – Mas é daqui a três anos...
Ela dá de ombros. – Tenho que estudar, Elliot. E você também. Seu curso não é fácil. E o meu tem muitas coisas pequenas para saber e decorar...
- Eu ainda não sei por que escolheu Nutrição.
Ela ri. – Porque gosto.
Minha mãe vem chorando e abraça ela. – Oh, espero que tudo dê certo. Se cuide, ok? Ligue pra gente de vez em quando. Tente vir visitar a gente mais vezes.
- Vou tentar, tia. Amo você.
- Também, Elisa.
Ela solta Elisa e meu pai dá um rápido abraço. – Juízo. Tome cuidado com os caras lá na faculdade. Se eles tentarem alguma coisa, use aquele golpe que ensinei pra vocês quando vocês eram menores, lembra? É só erguer o joelho e...
- Ok! Eu lembro! – ela fica vermelha.
Emily vem correndo e a abraça forte. – Vai ser minha madrinha, junto com Eleonora.
Ela ri. – Claro que serei. Pode contar comigo!
- Você se importa de ser o par de Elliot? A não ser que já tenha algo em mente e terei que juntar ele com Eleonora...
Ela cora mais uma vez. Ela lança para mim um rápido olhar antes de voltar para Emily. – Ainda não tenho ninguém...
- Ótimo! Só falta arrumar alguém para Eleonora. Pode ser um de seus colegas...
Eleonora fica vermelha. – Não tenho nenhum colega tão legal ao ponto de levar ele pro casamento de minha irmã. Acorda Em...
Ela sorri. – Mas temos tempo! Três anos ainda, mas já estou louca correndo atrás das coisas.
- Vai ser perfeito...
- Elisa. – chamo. – Temos que ir. Seu ônibus logo vai passar.
Ela assente. Eleonora pula do sofá e a abraça. – Eu te levo lá embaixo. Temos que conversar ainda.
- Eu também vou! – grita Emily.
- Mas... – eu fico confuso. Que porra tava acontecendo? Reunião das calcinhas? – Eu levo! Eu sou amigo dela e...
Sou interrompido pelo olhar mortal da minha mãe e irmãs. Às vezes eu sonho com esse olhar. Já pensou aparecer esse olhar no escuro? Eu barraria tudo nas cuecas...
- Deixe elas conversarem em paz, Elliot.
- Conversa de garotas, filho... – meu pai revira os olhos.
Relutante eu concordo.
- Tá!
Eu puxo ela para um grande abraço. – Não deixe de mandar mensagens.
- Ok! – sua voz estava abafada contra minha roupa. – Você também.
- Juro. – beijo o topo de sua cabeça.
Ela sorri timidamente antes de beijar minha bochecha. – Se cuide Elliot.
- Você também...
As três saem e recebo um monte de olhares fuziladores. – O que foi? – pergunto pra minha mãe quando elas fecharam a porta.
- Você é igual seu pai... – ela estava com a voz chorosa e melancólica.
- Como assim, pai? – ele suspira.
- Você é cego igual a mim.
- PORQUE NÃO DISSE PARA ELA? – explode minha mãe. Wool.
- Dizer o que?!
Ela pula e pega minha cabeça e me dá um monte de tapas nela.
- MÃAE!!
- Burro! Cego! AAAARH!
Ela grita e vai para o quarto deles.
- O que ta acontecendo?
Meu pai me abraça rapidamente. – Ela só lamenta o fato de você deixar Elisa ir embora...
- Mas ela precisa ir... – digo confuso.
Meu pai bate na sua testa. – Deus, Elliot. É tão difícil ver o quanto ela te adora?
- Elisa? – digo incrédulo. – Ela não gosta de mim. Somos amigos e nada mais. Nunca seremos mais que isso.
- Elliot... – escuto a voz de Emily atrás de mim. Fico estático ao ver Elisa na entrada. Eleonora nega com a cabeça um monte de vezes.
Engulo algumas vezes antes de encontrar minha voz. – Elisa eu...
Ela acena com a cabeça. – Só esqueci minha bolsa... – rapidamente ela apanha sua bolsa no sofá e fecha a porta com um clique.
- Tsc tsc tsc... – meu pai cruza os braços contra seu peito. – Ela agora te odeia...
- Eu não quis soar desse jeito. – digo nervoso. – Ela me entendeu errado. Eu...
Meu pai para na minha frente. – Se você não percebeu o quanto doeu ela escutar isso de você, meu filho... Então somos mais parecidos do que imaginávamos...
Ele caminho em direção ao corredor. Fico ali até escutar a porta do apartamento se abrir novamente.
Eleonora passa por mim e me dá um soco no braço. – Idiota.
Emily fecha a porta e caminha até mim. – Ela gosta de você mais do que pode imaginar...
E com isso ela sai junto com Eleonora para seus quartos.
Elisa nunca mais foi a mesma comigo depois disso. Ela parecia mais próxima de minhas irmãs do que nunca. Ela me mandava poucas mensagens. Meses se passaram. Estava preocupado, mas as provas e trabalhos não deixavam pensar com calma.
Um dia, Eleonora estava na sala e gritou. Viemos ver o que estava acontecendo e ela mostrou uma notificação no Facebook. Era da Elisa.
Em um relacionamento sério.
Meu coração aperta. Do mesmo jeito que eu fiquei quando eu a encontrei depois de tanto tempo e do mesmo jeito que eu fiquei quando eu encontrei com o Colírio perto dela.
Ciúmes? Não podia ser.
Emily toma o celular dela e grita feliz. Minha mãe faz a mesma coisa.
Seria tarde para fazer alguma coisa?
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Gêmeos - Nada Iguais
RomanceSPIN-OFF DE CONTRATO DE CASAMENTO PLÁGIO É CRIME! Depois que seus pais encontraram o Felizes para Sempre, chegou a vez dos adoráveis gêmeos do casal. Eleonora e Elliot encontrarão a felicidade igual seus pais e sua irmã mais velha? Neste conto, El...