Continuava a ignorar a existência de John na minha empresa. Quem ele pensava que era pra me sorrir daquele jeito? Fico morrendo de vontade de me jogar por cima da mesa e tirar aos tapas aquele sorrisinho cretino da cara dele. Concentro-me na reunião a minha frente. Apresento minha opinião, pondero sobre as chances de alguma ideia surtir efeito nas ações da empresa, evito John, argumento com o diretor chefe de uma possível empreiteira para uma nova filial no exterior, escuto opções, evito os olhos azuis de John me observando com tanta intensidade que sinto os pelos da nuca se arrepiarem. Uma longa, longa tortura e estresse. Olho no relógio na parede da frente da minha cadeira, se passaram quase uma hora.
Quando finalmente a reunião acaba, estava acabada tanto emocionalmente como físico, meus músculos estavam tensionados e doloridos, e minha cabeça parecia que estava prestes a explodir.
Despeço de todos e os levo até o elevador. John ao meu lado. Minhas narinas se expandem em reconhecimento do seu cheiro E raiva. Muita raiva.
- Até mais, senhores. - eles acenam com a cabeça quando as portas do elevador se fecham.
Giro em meu salto agulha e caminho em direção a minha sala. Ignoro o temporal que se formava pelas janelas do grande lobby do meu andar. Escutava os sapatos dele no piso amadeirado me seguindo calmamente. Apresso meus passos até minha sala e pego minha bolsa. Estava no fim do dia já. Vanessa não estava mais em sua mesa e o computador dela estava desligado.
Ele ainda estava atrás de mim, até porque a sala dele era na primeira à direita e a minha era mais pra frente. Não tinha nada mais ali, a não ser que ele queria ir ao banheiro da Vanessa ou na sala de reuniões ou pegar a escada, o que era o que estava fazendo.
Retiro meus saltos em minha sala, os chuto na verdade, e coloco minhas sapatilhas. Estava escurecendo rapidamente e o primeiro raio ilumina minha sala. O estrondo não demora a vir.
Corro para as escadas. "Corro", minha saia idiota me impedia de dar um passo muito largo, só se eu quisesse dar de cara com o chão, aí tudo bem. Mas como não era o que eu queria.
A porta pesada cinza de metal range quando a abro. Desço o mais rápido que posso até o estacionamento. Estava no terceiro lance quando escuto a mesma porta se abrir. Desgraçado! Ele estava me caçando! Não corria imediatamente até mim, mas estava esperando eu cansar para atacar. Filho da mãe.
O idiota sabe que eu corro na esteira e bicicleta ergométrica, não sabe? Mas a emoção dessa idiotice faz minha respiração ficar mais rápida, meu coração bater mais forte, a adrenalina a mil.
Outro estrondo. As luzes se apagam. MARAVILHA.
As luzes de emergência se acendem. A próxima coisa que vou sugerir na reunião de Melhorias do Prédio, será colocar luzes de emergência em todos os lances e não só nos patamares. Até porque os lances não eram pequenos.
Depois de mais ou menos 50 mil lances, chego ao estacionamento ofegante.
Corro até meu carro. Ele corre também.
- PARE JÁ COM ISSO! - grito sem olhar pra trás. - SEU PSICOPATA!
Sinto sua mão prender meu braço e como estávamos correndo, quase caímos. Mas ele foi mais rápido e nos jogou contra um dos pilares de sustentação. Suas costas fazem um barulho abafado quando se choca com o concreto.
Estávamos perto. Muito perto mesmo. E ele sorria.
- Quer me soltar? - sacudo meu braço.
- Não.
Enfureço. - Não? Você fez eu correr por todo o prédio, e é provável que eu fique sem ir na academia alguns dias, por qual motivo?
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Gêmeos - Nada Iguais
RomanceSPIN-OFF DE CONTRATO DE CASAMENTO PLÁGIO É CRIME! Depois que seus pais encontraram o Felizes para Sempre, chegou a vez dos adoráveis gêmeos do casal. Eleonora e Elliot encontrarão a felicidade igual seus pais e sua irmã mais velha? Neste conto, El...