Capítulo 8

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O fato de John conversar com minha família como se fossem velhos amigos me enfurecia. Tá, estou sendo um pouco infantil, mas não ligo. Ele sabia conduzir uma mulher pra sua teia, era uma lábia impressionante. Não me admira que ele tenha conquistado metade de São Paulo com ela.

Caminhávamos pelo saguão do Shopping e admirava as vitrines. Não sabia o que escolher.

- Oh mãe! Olhe aquele vestido! Vamos, me ajude a provar ele.

Observo Emily arrastar minha mãe até uma loja com vários Sale no vidro. Reviro os olhos quando John caminha até mim com as mãos no bolso. Não pude deixar de notar que algumas mulheres davam risinhos quando passava perto dele e ele retribuía sorrindo educadamente. Idiota.

- Então, preciso de ajuda para mim.

Não olhei para ele, fingia ver com muita atenção as peças expostas.

- Eu sei.

De repente sinto um arrepio perto da minha nuca e eu soube que ele estava ali, no meu cangote.

- Porque está fugindo de mim?

Giro sob meu calcanhar e o encaro. Seus olhos azuis estavam divertidos e isso me enfurece ainda mais.

- Porque não me deixa em paz, hm?

Ele estala a língua várias vezes em reprovação, e não pude deixar de observar com fascínio como ele fez isso.

- Quero a sua opinião, já que serei o seu par.

Mordo o lábio inferior. – Ok! – digo de supetão. – Vou avisando, o que eu escolher você vai usar.

- Se for de acordo com o tema do casamento...

- Claro que vai ser de acordo com o tema. Mesmo que eu morra de vontade de te ver com uma fantasia de palhaço.

Ele ri. – Mas convenhamos. Eu seria um palhaço muito sexy, hm?

Nem respondo. Caminho para uma loja de roupas masculinas e ele me segue muito de perto.

Uma funcionária logo vem nos atender. – Olá, no que posso a ajudá-los?

Ela faz uma inspeção em John e reviro os olhos. – Roupas brancas que possam ser usadas em praia.

- Oh! Alguma ocasião em especial?

- Um casamento. – sorrio.

Ela nos indica uma arara e começo a procurar alguma coisa. Ela e John ficam conversando de canto enquanto vasculhavam uma pilha de calças.

- Olá.

Viro-me e encontro um puta homem. Alto, moreno (e sensual) e com perfurantes olhos castanhos, sem falar na barba.

- Oi. – sorrio feito uma boba.

- Quer ajuda? – ele indica com o queixo.

- Suas roupas indicam que não é funcionário da loja. – gracejo.

Ele sorri. – Não mesmo, mas não pude deixar de notar que estava perdida em uma loja masculina...

Gêmeos - Nada IguaisOnde histórias criam vida. Descubra agora