Gêmeos - Nada Iguais

Capítulo 11

Estava nervoso, mas era a melhor opção. Era essa ou... Não queria nem pensar. Respiro fundo. Abro mais uma vez minha agenda de couro preta que ganhei no meu último aniversário de Eleonora. Foi engraçada a reação dela quando somei um mais um, era ela quem me dava os presentes de qualquer data comemorativa e eu dava em troca um grande NADA. Simplesmente fui um otário em pensar que poderia ser a Mariana que me comprava coisas tão úteis e super importantes em meu dia a dia. Somente olhos perspicazes e sagazes que poderiam perceber as minhas necessidades mais básicas. Hm... Ok, necessidades aqui na empresa.

Busco pela letra J e digito em meu celular o número em frente ao nome escrito com letras rabiscadas rapidamente e cursivas. Minhas letras.

O telefone chama uma duas três quatro. Na quinta ele atende.

- Jack Sinclair.

- Jack... Preciso te pedir um favor.

- Claro John. O que você precisa?

Engulo em seco e vejo a foto que tiramos na formatura dela em minha frente. Seu vestido azul e com as costas livres para deslizar meus dedos por sua pele lisa. "Perdoe-me, Eleonora. É para nosso bem..."

*

3 meses depois

Hoje John preparou o jantar, mas tenho sérias dúvidas. Coloco um vestido preto básico e cavado, um pequeno decote em U e a bainha se estendia até os joelhos. Saltos vermelhos. Cabelos levemente ondulados, maquiagem leve.

Aperto minha bolsa em minhas mãos e o elevador apita no andar dele. Mal dou três passos em direção ao apartamento dele e ele estava lá, no vão da porta. Com uma calça preta e camisa azul marinho, exalava "estou pronto, pode me atacar." E é claro, acatarei esse pedido com o maior prazer!

Ele sorri e pulo em seu pescoço. Beijo seus lábios com volúpia e ele corresponde.

- Oi. - digo sorrindo.

- Oi. - ele beija minha testa e me leva para dentro do seu apartamento. Will vem miando até a porta e o pego no colo. Ele não reclama.

- Preparei aquele risoto que te falei. Gosta de vinho branco?

Devolvo Will ao chão e noto a mesa preparada. Ele coloca uma pequena travessa preta no centro da mesa e o cheiro que vinha dela era maravilhoso.

- Sim.

- Ótimo. Eu fiz também uma carne assada ao molho madeira, mas não sei se está bom.

Coloco minhas mãos na cintura e o encaro incrédula. - Você que fez isso tudo? Com esse cheiro fabuloso?

Ele ri e tira o lacre da garrafa de vinho. - Sim.

- Achei que ia encomendar a comida em algum lugar.

Ele dá de ombros e despeja uma quantidade nas taças. - Não vou mentir pra você, pensei em comprar sim, mas e perguntei "Porque não?", então fiz e parece que deu certo.

Isso me fez querer beijá-lo mais uma vez. E o fiz.

*

Notava que ele não estava bem. Estava nervoso e todas as vezes que eu o observava e ele notava, John sorria, mas não era sincero.

- O que foi?

- Hm? - diz ele distraído.

- Ok. - jogo meu guardanapo na mesa. - O que está acontecendo?

- Não é nada. - observo atentamente.

- Mentira. Vou perguntar mais uma vez. O que está acontecendo?