Capítulo 1

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Chegamos a uma pequena casa nos arredores de Kuantan, Malásia. A casa tinha um andar de baixo que só tinha a cozinha, a sala e a casa de banho o andar de cima tinha so um grande quarto que devia ter sido um sótão uma vez.
-Já arrumas-te ?- Hilde perguntou.
-Não!
Agora estou a arrumar as coisas no piso de cima, pus a minha cama do outro lado do quarto enquanto a de Hilde ficava no canto contrário, isto enquanto estava a limpar a grande cômoda que já lá estava. A minha telecnecia já está muito desenvolvida e só passou uma semana desde que ela apareceu pela primeira vez ainda na Tailândia. Passei o tempo todo da viagem de carro a pensar como fui estúpida, estúpida ao ponto de termos de nos mudar, outra vez, tudo por causa de um " mero rapaz" segundo Hilde. Agora compreendo as suas palavras mas à poucos dias atrás não. Havia um rapaz que conheci quando fui para a escola, William, era louro e tinha os olhos azuis, como eu. Ficamos grandes amigos, podia lhe contar tudo e ele a mim. Quando Hilde não estava por perto era a ele quem eu confiava os meus segredos e esse foi o meu grande erro. Contei-lhe tudo, sobre Hilde, sobre Lorien meu planeta natal, sobre os outros escondidos pelo mundo e sobre os meus Legados até agora só telecnecia. Ele ficou muito admirado mas prometeu-me que não ia contra nada a ninguém. No dia seguinte quando fui para a escola toda a escola me olhou de lado e quando olhei para William ele me virou as costas e só então percebi que atrás dele no jornal da escola estava um texto sobre mim. Tudo o que eu lhe tinha contado estava tudo ali, tudo sobre mim sobre Hilde e sobre Lorien. Fui a correr para casa a chorar a maior parte do caminho e quando cheguei Hilde estava em frente do computador...o jornal da escola virtual, se antes tinha dúvidas que podíamos ou não ir embora agora tinha a certeza, ela abraçou-me primeiro pois apesar da raiva e desilusão por eu ter contado tudo sentia pena, pena por ter confiado num "mero rapaz" mas também pelo peso nos ombros que eu carregava comigo para onde fosse. Eu sou a primeira, a primeira dos nove, a primeira a morrer segundo o feitiço que o Ancião Loridas me marcou e pela qual eu e os outros Guard's temos uma cicatriz no lado esquerdo do tornozelo, estamos ligados uns ao outros.Se alguém tentar matar a número dois quem morre é o atacante, com o mesmo ferimento que poderia ter causado a morte da número dois. Se eu morrer já não é assim, todos os outros Guard's vão ganhar uma cicatriz no seu tornozelo direito, o meu símbolo e depois quando tentarem matar a número dois já não vao fracassar. So podemos ser mortos por sequência e isso deixa os outros oito a salvo por enquanto, mas eu não, se alguém me espetar uma faca no coração morro e deixo a número dois vulnerável, se ela morrer deixará o número três vulnerável e por aí fora. Eu não posso morrer.
O abraço de Hilde demorou apenas alguns segundos, depois começamos a arrumar as coisas e por tudo na carrinha. Tínhamos de ir para outro lugar, la já não era mais seguro foi então que bateram à porta. Fui abrir e antes de perguntar quem era já tinha aberto a porta , era um mogadoriano a raça que destruiu meu povo. Ele me agarrou pelo pescoço mas no segundo a seguir era só poeira.Hilde atacou-o pelas costas e matou-o sem demonstrar piedade. Esqueçemos o resto das coisas e pegamos apenas na minha Arca Lorica, a herança que os Anciãos nos tinham deixado, uma para cada um de nos , os objetos de la de dentro devem ajudar a ressuscitar o meu planeta agora coberto de cinzas.
-Dás-me uma ajuda?
Não dei pela presença de Hilde que está parada junto a porta.
-Em que?
-Preciso de limpar a sala que está muito suja e preciso que levites os sofás e os armários para eu aspirar.
-Tem de ser agora? - perguntei. A minha voz já não soava a mesma mas sim aquela voz que eu fazia sempre que estava triste. Hilde também se apercebeu.
-Podemos ir á cidade comprar alguma coisa para o jantar. O que é que dizes?
Sorri tristemente.
-Desculpa.
-Não tens de pedir desculpa.Cometes-te um erro e quase fomos apanhadas, mas demos a volta e agora estamos aqui certo?
Assenti.
-O meu dever é proteger-te custe o que custar, até pela minha própria vida. Devemos-nos espalhar nunca ficar no mesmo sítio para que os mogadorianos não nos encontrem. Isso é essencial, vocês nove são o futuro de Lorien, por alguma razão os Anciãos escolheram vocês.-continuou ela- Nós não...
-....estávamos só no sítio certo à hora certa- continuei.
-Sim exatamente, já à algum tempo antes da emboscada a Lorien acontecer, os Anciãos tinham nos convocado a todos nós. Ficamos bem preocupados mas tínhamos de manter segredo de toda a gente. No dia da invasão as nossas pulseiras de identificação começaram a emitir um sinal, todos nós sabíamos o que significava, tínhamos de encontrar os nossos Guard's e irmos todos para a pista de pouso. Encontrei-te com facilidade e todos os outros também, vocês nove estavam apavorados. O teu pai já não lá estava, tinha ido ter com os outros Guard's adultos para todos juntos combater. Foi a tua mãe que te me entregou, estava a chorar e tu estavas ao seu colo, posso dizer-te que tives-te uma infância muito feliz em Lorien. O teu pai foi ter connosco a pista de pouso para despedir-se de ti. Estavam lá todos os outros Guard's e Cepan's menos um. O rapaz que chegou tarde veio ser o número nove, Loridas incluiu no feitiço de proteção, bem a tempo de partirmos, já estávamos quase sem esperanças pois por alguma razão tinham de ser nove. Foi uma viagem bem longa, nos Cepan's ficamos aterrorizados por estar longe do nosso planeta, ficamos em órbita à espera de voltarmos para o nosso planeta, mas não houve sobreviventes e então partimos para a Terra. Parecia que nada vos afetava ,bem como podiam vocês eram tão inocentes.
Era a mesma história que eu ouvia sempre.A destruição do nosso planeta, nós nove e a nossa viagem para a Terra.
-Bem então escolhemos sushi o que te parece? -perguntei um pouco mais animada.
-Boa escolha.

Eu Sou A Número UmOnde histórias criam vida. Descubra agora