Capitulo 16

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Subi ate a parte final das escadas parafusadas ao tronco da arvore. Damion abriu a porta com uma chave que trazia ao pescoço e entramos. A casa era muito suave e cheia de claridade, tinha algumas janelas e uma varanda do lado de lá da porta, tudo simplesmente em madeira. Havia uma pequena cama na ponta, um sofá e também uma mesa com alguns armarios ao seu lado. A sala tinha alguns quadros pintados lindos com varias paisagens cada uma paisagem  diferente da outra. O que me surpreendeu foi sem duvida os grandes computadores interligados uns aos outros com os ecras todos azuis com umas pequenas letras.
-Bem-vinda a minha sede Maya.
-Isto é incrível Damion!
Ele corou um pouco e continuou a falar.
-Digamos que este é o meu refúgio. Tudo para mim sem ninguém me chatear.
-Os teus pais sabem disto? -perguntei ainda espantada.
-Nem por isso, eles não têm tempo a perder com as minhas coisas...estao sempre muito ocupados.- disse Damion com um pouco de tristeza no falar mas também nos seus olhos.
-O que construí-tes aqui é fantástico Damion. Devias estar orgulhoso.
- E estou Maya, acredita que estou.
Abracei-o e permanecemos algum tempo assim, bem coladinhos sem sequer dar a chance de passar uma folha de papel no nosso meio. Tinha pena dele,  Damion. Os pais não tinham tempo e ele refugiou-se aqui, pelo que me contou tinha isto há mais de seis anos, o avô tinha-o ajudado a construir para ser o sítio secreto deles mas agora com ele morto este refúgio pertencia-lhe.
-Bem, vê pelo lado positivo.
-Qual é?
-Estou aqui contigo!
Ele esboçou um sorriso e conduziu-me a pequena mesa num canto da casa na árvore.
- Maya, o que te apetece fazer?
-Sabendo que temos este material todo a disposição porque não me contas como tudo funciona.
-Porque havia de fazer isso?
Fiquei um pouco de pé atrás, mas logo respondi.
-Já que estou aqui pensei...
-...pensas-te que agora também fazias parte disto? Do meu refúgio e do meu avô não era...?
Fiquei um pouco espantada e surpresa, Damion nunca me tinha falado assim apesar de o conhecer a pouco tempo ele tem sido bastante agradável e querido.
-...pois bem Maya Robert's pensas-te bem...
Ele começou a ri e ri também com ele ainda de estar um pouco desorientada, fui até ao sofa e mandei-lhe uma almofada a cara ainda a rir. Ele correu até a mim e também ele me atirou com uma almofada a cara. Peguei-a antes de me chegar a cara e direcionei-a para a cara dele onde acertou em cheio. Ambos rimos e ele veio ter comigo prendendo-me e começou a fazer-me cócegas, o meu calcanhar de Aquiles. Fartei-me de rir, ele intensificou as cócegas e quase nem conseguia respirar de tanto rir.
-Por...fa...vor Damion...para.
Em meio de risos também ele respondeu.
-Nem pensar...
-Damion...-supliquei.
Ele aproximou-se mais de mim e parou de fazer cócegas. As nossas bocas estavam quase a fazer contacto como se fossem uma só estando cada vez mais próximas uma da outra.
Um barulho lá fora parecido com um pequeno ladrar. Damion olhou para a janela mas voltou a direcionar o seu olhar para mim.
-Não deve ser nada.
Ele aproximou-se mas afastei-o levantando-me.
-Pode ser algum animal em perigo!
Fui até a janela vendo um pequeno cachorrinho tentando subir a árvore, sem sequer pensar duas vezes com telecnecia subi-o ate mim, olhei para tras para ver se Damion tinha visto alguma coisa é para minha sorte ele não estava sequer virado para aqui. Peguei no pequeno cão e coloquei-o confortavelmente nos braços.
-É um cão...cadela aliás.
-Deve ter se perdido.- disse ele parecendo um pouco desinteressado na pequena cadela.
Olhei para a cadela Rina,  o nome da cadela era Rina. Os meus olhos começaram a lacrimejar, a irmã de Hilde.
-Não devíamos ficar com ela, deve ter dono.
-Não, não tem...eu sei...
-Como?
Não lhe respondi e sentei-me no sofá.
-Arranjas um pouco de água?
Ele assentiu e dirigiu-se ao armário.
Sabia que não era coincidência, não o podia ser simplesmente, Hilde arranjou uma forma qualquer de me avisar de alguma coisa, a única coisa que faltava era a Arca.
"...Ouve-me com atenção tudo o que precisas de saber está na Arca, o envelope, se me acontecer alguma coisa..."
Tinha de a abrir, tinha de ter coragem para dar este passo é demasiado arriscado não saber o que Hilde dizia no envelope. Tinha de ir ao hotel buscar a Arca e abri-lá, foi o último desejo se Hilde tenho de o cumprir.
Continuei a acariciar a cadela enquanto ela bebia água da pequena taça que Damion lhe tinha arranjado mergulhando o focinho praticamente todo lá dentro.
-Tenho que ir embora Damion.
-Agora? Passou tão pouco tempo.- disse ele tristemente.
-Simplesmente tem de ser, preciso de fazer uma coisa que devia ter feito a muito e não posso adiar mais.-respondi-lhe.
Levantei-me e fui até á porta da casa na árvore.
-Espera!
Parei de andar e voltei-me para ele. Ele veio ao meu encontro e ficamos juntos frente a frente.
-Encontramos-nos amanhã?
Assenti.
-Amanha.
-Eu levo-te.
Não deixa estar eu vou a pé.
A sério?
-Claro.
Aprocimei-me para lhe dar um beijo mas ele desviou a cara fazendo com que os nosso lábios quase se tocassem.
Não nos beijamos por pouco pois abaixei-me para cobrir o tornozelo quando uma dor intensa o atingiu , uma luz azulada começou a brilhar no sítio onde doía, não podia ser eles não me podiam ter encontrado,  não agora mas olhei bem apesar da dor e já sabia em parte o que estava a acontecer.

Eu Sou A Número UmOnde histórias criam vida. Descubra agora