Viajamos até uma pequena cidade ainda na Malásia. Desta vez Hilde escolheu uma pequena cabana dentro da floresta a poucos minutos da aldeia. A cabana não tinha muito espaço quase não havia espaço para as duas camas. Havia também ao lado da cabana um pequeno anexo que supostamente era a casa de banho.
Enquanto Hilde estava a arrumar as coisas dentro de casa eu comecei a exercitar o meu Legado a abrir algumas fissuras no chão e cubrindo-as com ramos e folhas para se os Mogadorianos chegassem alguns cai-sem ou perdessem tempo a desviarem-se...pelo menos o meu Legado ajudaria em algo. Quando terminei comecei a ajudar Hilde lá dentro, a arrumar tudo apesar de não haver muito para arrumar devido ao pequeno espaço.
-Devias descansar...- disse com um tom de preocupação vendo as olheiras que se formaram á volta dos olhos da minha Cêpan.
-Depois disto tenho de verificar a Internet, para ver se há alguma publicação sobre nós ou sobre os outros.
-Eu posso fazer isso.
-Nem pensar... eu faço.
-O problema é esse Hilde, não podes fazer tudo sozinha !- disse um pouco irritada.
-Tu não sabes nem de longe vasculhar a internet como eu faço, e precisas de muito tempo de prática para aprender o que eu sei e agora a nossa prioridade é o teu treinamento físico e o treinamento dos teus Legados.
Disse que sim mas com um tom muito pouco convincente e fui lá para fora, sentando-me nos degraus da pequenas cabana.
Comecei a pensar em tudo, nos nove Anciãos, na lógica de mandarem nove Guards com os seus respetivos Cepan's para um planeta totalmente despreparado e novo para nós. Qual a lógica de termos um feitiço nos tornozelos que nos liga a todos para que ninguém nos mate a não ser pela ordem...um feitiço que só continua ativado se nos mantivemos afastados sem poder fazer algum tipo de contacto, como é que nos íamos preparar e treinar todos juntos para enfrentar os mogadorianos se não o podemos fazer? Começei a pensar e a pensar e só uma coisa passou pela cabeça, uma coisa que devia ter todas as respostas a que procuro.
A arca...Fui até ao carro e abri a porta do passageiro, peguei na arca e sentei-me no banco do passageiro ia para abrir mas lembrei-me que não consigo. Não há nenhuma abertura, nenhum espaço nem cadeado para poder abrir a Arca nem se quer com a minha força abre, sei disso porque ja experimentei abri-la antes, já tentei abrir a Herança que os Ancioes me deram mas nada, Hilde diz que só a podemos abrir quando eu estiver preparada e depois do meu primeiros Legado . Desisti ,se eu quisesse abrir a arca tinha de convencer Hilde a abri-la comigo o que seria muito difícil.
Fui para dentro da cabana com a Arca meio escondida nos meus braços.
-Hilde acho que precisamos de falar- disse firmemente.
Ela olhou para mim de forma desconfiada até que percebeu o assunto da conversa quando me viu com a Arca nas mãos. Ela ainda hesitou mas logo respondeu.
-Talvez sim, hoje quase íamos sendo descobertas e não podemos arriscar perder a Arca ou eu morrer sem te explicar o seu conteúdo.
Odeiava essa hipótese mas era bem possível na vida que levamos, mas não tenho a mínima dúvida que preferia morrer em vez de ver a Hilde a ser morta, ela era como uma mãe para mim e apesar de todos os nomes que adotamos em cada país diferente às vezes em vez de chamar Hilde pelos nomes que adotamos, eu na minha cabeça a chamo de mãe.
Assenti contente por finalmente abrirmos a Arca.
-Anda senta-te aqui.- chamou ela.
Sentámos-nos num tapete junto á entrada da cabana.
-Põe aqui a tua mão e preciona.
Fiz o que ela me mandou vendo-a fazer o mesmo mas no outro lado. Os nossos dedos entralaçaram-se e de repente a arca fez um clique. A arca só se abria se nos as duas a abrisse-mos juntas! Por isso é que era importante o laço que nos mantém juntas.
Ela chegou a Arca para ao pé dela impossibilitando-me de ver o seu conteúdo. Tirou de la um objeto muito parecido com um microfone e voltou a fechar a Arca.
-Nunca percebi muito bem para que servia este objeto mas depois de te ouvir cantar no outro dia percebi.
-Como assim? - perguntei entusiasmada.
-Lembras-te do Legado que eu te disse que a Anciã original tinha? Bem tu deves ter o mesmo Legado, conseguir produzir uma canção com o efeito de encantar ou hipnotizar uma pessoa ou várias quando o Legado estiver bem desenvolvido.
-E achas que eu tenho esse Legado?
-Não tenho a certeza mas quando cantas-te no outro dia aquela canção tive essa sensação.- explicou-me elaborar.
-Bem...só à uma maneira de verificar. - disse eu entusiasmada.
Hilde deu-me o "microfone" para a mão e comecei a cantar, primeiro um bocado baixo mas depois a minha voz foi começando a ganhar força.
-Muito bem Um! Foi magnífico. Claro que ainda precisas de melhorar um pouco mas foi um bom começo.
Corei um pouco.
-Como é que vai ser útil cantar contra os mogadorianos?
-Podes hipnotizar alguns enquanto cantas...não vai ser muito fácil tentar faze-lo por isso vamos ter de treinar o teu canto.
-Vou ter de cantar enquanto uso o meu outro Legado?
-Sim, exatamente! É esse o objetivo.
Fiquei de olhos arregalados, como é que era suposto usar todos os meus legados ao mesmo tempo, é impossível. Hilde pareceu ouvir o que estava a pensar.
-Sabes os Guard's como tu têm de aprender a conciliar todos os Legados naturalmente. Em Lorien todos os Guard's desenvolviam os seus poderes até aos 25 anos altura em que os seus Legados já estavam todos desenvolvidos. Vais conseguir fazer as duas coisas não te preocupes.
Assenti.
-O que mais está dentro da Arca ?- perguntei curiosa.
Hilde afastou ainda mais a Arca e fechou-a.
-O resto ainda não estás pronta para ver até desenvolveres mais Legados.
Barafustei.
-Tínhamos dito que não havia mais segredos -disse.
-Não são segredos, mas o conteúdo da Arca...ainda não estás pronta.
Ela levantou-se, arrumou a Arca na mochila e saiu.
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Eu Sou A Número Um
Science FictionCriado apartir de Legados de Lorien A história fala da vida da número um antes de morrer ( alterei alguns factos, nomes e lugares) " Só me lembro de chegarmos a um grande descampado e de nos esperarem nove homens, cada um com uma muda de roupa e en...