Sabia o que significava aquele olhar. Aquele grunhido horroroso e perturbador, Hilde já me tinha falado sobre isso sobre aquele grunhido, para nossa infelicidade este pertencia as bestas.
Monstros mogadorianos enormes que matam qualquer um, foram eles que mataram praticamente os lorianos todos na invasão, foram eles que mais contribuíram para a destruição do nosso belo planeta. Um novo medo assombro-me, a mim e pelos visto a Hilde também. A sua postura tinha mudado, já não era de confiança como a minha a apenas alguns segundos.
Pela primeira vez à besta era visível e um enorme número de mogadorianos também a acompanha. Hilde matou os dois restantes mogadorianos e correu para junto de mim. Encostamos as costas uma à outra.
-Um?! Lembras do que te disse?
-Não, não por favor não. -Novas lágrimas começaram a cair dos meus olhos.
-Um, tu tens de ir agora, eu depois vou ter contigo, tens de partir.
-Não te vou deixar sozinha, não posso, ias morrer.
Os mogadorianos e a besta aproximaram-se rapidamente. Tentei empatar a besta com telecnesia, consegui durante alguns momentos, Hilde começou a disparar contra alguns mogadorianos matando-os instantaneamente. Ao ver que não consegui impedir mais a besta com telecnesia comecei a formar vibrações no solo impedindo o avanço dos mogadorianos e um pouco da besta, o que eu não estava à espera era que esta levanta-se voo. A besta vinha a voar na nossa direção, dei um passo atrás...o meu Legado Earthquake ainda estava ativo por isso decidi cantar e entrar na mente da besta e dessa maneira mata-la como Hilde me tinha dito que era possível. Cantei a única música que me lembrei, a música de Lorien, da Anciã. Acho mesmo que estava a resultar porque a grande besta começou a desintegrar- se, os mogadorianos estavam totalmente a nora do que estava a acontecer, para ser sinceramente também eu não estavas a contar com isto. Pouco a pouco a besta foi transformando-se em cinzas tal como os mogadorianos, uma nova força me tinha renovado.
Estou pronta para lutar contra os monstros que se aproximavam, estou pronta para matar cada um deles, não para poder sobreviver mas sobretudo por vingança, para vingar o meu povo, a minha família e o meu planeta, para vingar tudo o que restava do meu planeta natal destruído mas ainda vivo num estado de hibernação, para vingar os dezoito lorianos que escaparam de Lorien incluindo eu e Hilde. Temos de vencer esta guerra. Concentrei-me de novo na batalha.
O lugar onde estava a besta agora era preenchida por cinzas. Os mogadorianos continuaram a avançar, disparando as luzes avermelhadas dos seus canhões, uma a uma era impedida de chegar até a mim ou a Hilde pela minha telecnesia, parei de cantar e concentrei-me apenas na minha força mental mandando ao ar vários mogadorianos, Hilde ia matando os mogadorianos que se iam aproximando demais. A cada morte de um mogadoriano íamos recuando alguns passos em direção a nossa carrinha um pouco destruída mas ainda funcional, espero.
Mais mogadorianos emergiam da floresta ao nosso redor e cada vez mais com novos canhões e novas armas prontas a ser usadas contra nós. Um mogadoriano consegui alcançar-me e espetou-me um punhal na minha perna direita, grunhi um pouco de dor mas logo apliquei uma técnica de defesa pessoal que Hilde me ensinou numa tarde de treinamento imobilizando o mogadoriano, tirei o punhal que ainda estava na minha perna e depois espetei-o bem no meio do peito do mogadoriano que me tinha atacado, ele se transformou em cinza logo a seguir.
Passei a minha atençao ao grupo de mogadorianos que se aproximava demasiado de Hilde, ela parecia ter total controlo no que estava a fazer, uma verdadeira guerreira apesar de ela estar num estado lastimoso.
Estava coberta de cinzas e sangue, a sua pele estava coberta de hematomas e tinha um ferimento grave no braço que estava constantemente a deitar sangue.
Atirei um monte de garfos que ainda restava na mochila que tinha trazido de casa, deixando-a totalmente vazia e atirando-a para o chão, alguns mogadorianos viraram cinzas e outros apenas se atrasaram ao tentar de desviar-se dos meus arremessos.
Eu e Hilde recusamos o suficiente para nos virar para a carrinha e correr alguns segundos até ela.
Hilde abriu a porta do passageiro e eu fui para a porta do condutor, felizmente Hilde tinha-me ensinado a conduzir apartir do momento em que os meus pés chegaram aos pedais. Ia para arrancar quando a verdadeira realidade me assombrou novamente. Não tínhamos as chaves, estavam dentro de casa. Parece que Hilde também percebeu e logo a sua expresao mudou.
-Um, tu consegues liga o motor!
Tentei concentrar toda a minha energia no motor, nada.
-Concentra-te no motor Um! Usa telecnesia!
Os mogadorianos iam se aproximado, tentei novamente ligar o motor ,nada, tentei de novo até que fui interrompida por um mogadoriano a saltar em direção a nossa carrinha com um punhal, tentei arremeça-lo com telecnesia mas foi tarde de mais, ele saltou para cima do carro e espetou a faca no meu coraçao abrindo um pequeno buraco no para-brisas, por alguma razão não senti nada, Hilde meteu-se á minha frente e foi ela que levou com o punhal no coração. Ela se sacrificou por mim.
Estava cheia de raiva e empurrei com toda a força que tinha o mogadoriano para fora do carro com telecnesia. Hilde ainda respirava e encostou-se para trás, o meu movimento ao empurrar o mogadoriano tinha ligado a carrinha e logo a seguir arranquei para fora da clareira que ligava a nossa cabana atropelando pelo caminho alguns mogadorianos que se metiam a frente, ainda ouvindo o respirar pesado de Hilde.
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Eu Sou A Número Um
Bilim KurguCriado apartir de Legados de Lorien A história fala da vida da número um antes de morrer ( alterei alguns factos, nomes e lugares) " Só me lembro de chegarmos a um grande descampado e de nos esperarem nove homens, cada um com uma muda de roupa e en...