Capítulo 15

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Olhei para o ecrã com as mãos a tremer e voltei a visualizar a mensagem de novo. Ninguém sabia o meu nome, a identidade que tinha adotado e nem sequer o meu número de telemóvel acabado de comprar. Na pior das hipóteses eram os mogadorianos, eles seriam assim tão bons para me encontrar logo a seguir de adotar uma nova identidade e consequentemente um novo visual, não podia ser, eles não podiam estar assim tão perto, estando eu a ser tão cuidadosa mas logo a seguir me lembrei de Hilde e eu. Éramos tão cuidadosas e mesmo assim eles encontraram-nos e mataram Hilde a sangue frio tal como mataram o meu povo.
O telemóvel vibrou. Outra mensagem apareceu.
"É o Damion".

                                                                                Alguns dias depois...

Após Damion ter descoberto o meu numero de telemóvel, temos-nos encontrado praticamente todos os dias de manhã, para ir correr. Sabia bem, ter alguém com quem treinar, apesar de as nossa motivações serem bastante distintas, afinal, quem tinha uma raça inteira à minha procura era eu.

"Pronto para a corrida de amanhã? " Perguntei-lhe.

"Eu ja nasci pronto, Maya Roberts !"
Sorri, e continuei a andar pela rua até chegar ao meu hotel .
"Porque não nos encontramos, para veres como estou pronta Maya? "
Cheguei a receção do hotel e segui direta para o meu quarto.
"O que tens em mente?"  Perguntei enviando a mensagem após chegar ao meu quarto.
Esperei algum tempo e novamente o meu telefone voltou a tocar.
"Daqui a uma hora desce para a receção, estarei a tua espera..."
Fiquei um pouco surpreendida...
Como é que sabia sequer que eu estava num hotel? Ignorei parcialmente essa minha preocupação e fui tomar banho, tentei encontrar quando acabei alguma roupa um pouco mais descontraída acabando por vestir uma camisola branca e uns calções pretos usando também um relógio branco e o meu colar lorico. Calçei uma botas de cano baixo que ficavam a condizer com os calções e atei o cabelo num rabo de cavalo. Ainda faltavam uns vinte minutos para a hora combinada com Damien por isso decidi ver o computador e pesquisar informações de novos acontecimentos mas como sempre nada encontrei. Sai do quarto de hotel e dirigi-me a receção. No preciso momento em que a porta do elevador abriu vi Damion a entrar pela porta da frente do hotel.
Ele olhou para mim e sorriu-me acabando eu por sorrir de volta apesar de estar a derreter por dentro. Dirigi-me para ele com um sorriso um pouco tímido.
-Como vais Maya? -perguntou ele.
-Bem e tu?
-Também...pronta para conhecer sítios novos?
-Como sabes que serão novos?
-Porque além de mim, mais ninguém os conhece. -ele esboçou um sorriso e dirigiu-se a porta de saída do hotel. Fiquei paralisada pensando no seu sorriso.
-Sempre vens? - ele me perguntou.
"Acordei" e fui ter com ele esboçando também eu um sorriso e saímos juntos.
Ele me levou até ao centro da cidade e para pelos vistos alugarmos uma bicicleta de dois lugares.
-Sabes andar não é?
-Com certeza- disse-lhe sorrindo. Ele pegou na bicicleta pagou ao senhor e depois começamos a pedalar.
Era ele que guiava cada vez por caminhos mais estranhos até que chegamos mesmo a sair da civilização,pedalando por entre caminhos desconhecidos por mim no meio da floresta.
-Sabes para onde estamos a ir não é?
Ele apenas olhou para trás sorrindo e voltou a por os olhos no caminho a nossa frente. Só conseguia ouvir o som dos pássaros e pelo que sei identificar um pequeno curso de água não muito longe de onde nos estamos.Pelo que também sei pelo relógio que trazia no pulso demoramos pouco mais de meia hora a chegar ainda não sei bem onde. Era um pequena clareira com uma grande árvore no meio e um pequeno riacho que corria ao seu lado onde agora o ruído da água a correr era mais forte. A árvore era alta e tinha um pequeno suporte lá em cima, uma casa na árvore parecia. Também ja tive uma mas a mudança era tão regular que mal dava para acabar de construir uma, assim pouco tempo depois Hilde desistiu apesar de eu adorar a ideia de viver no cimo de uma árvore e pelo que Hilde dizia era porque eu em Lorien também tive uma ,cor de rosa e tudo.
Afastei essas memórias da minha cabeça e voltei a concentrar-me na árvore enorme maravilhada.  Era incrível como estava tudo perfeito.
-É só uma casa na árvore! - disse ele um pouco surpreendido com a minha expressão. Desci da bicicleta e aproximei-me mais da árvore.
-Nao é só uma casa na árvore Damion. É a melhor casa na árvore que eu ja vi...e é tua!
Ele pareceu continuar sem perceber a minha expressão.  Não era bem o fato de ser uma casa na árvore. Era o fato de ele ter um sítio onde possa estar sem ninguém dar conta, um sítio só dele. Infelizmente não posso ter isso, esse conforto, se me acomodar muito num sítio eles encontram-me e matam-me. Não posso estar num sítio tranquila sem ter de olhar para cima do ombro e ver se alguém me está a seguir. Não há nada melhor que a nossa casa e o conforto que ela oferece, a minha foi destruída e a minha missão é que a casa de Damion e dos outros não o seja. Estou na Terra para o que aconteceu com Lorien não se repita os meus pensamentos foram interrompidos outra vez.
-Vamos continuar a admirar a árvore ou vamos subir? -perguntou-me ele.
Sorri.
-Acho que não me trouxes-te aqui só para admirar a tua bela casa no cimo da árvore.- respondi-lhe.
Ele deu uma gargalhada suave.
-Tens razão querida Maya. Não foi por isso que te chamei.
Ele dirigiu-se a árvore e começou a subir as pequenas escadas pegadas ao tronco.
Como ele era lindo, subi as escadas atrás dele esperando que por alguma razão alguma magia acontecesse .

Eu Sou A Número UmOnde histórias criam vida. Descubra agora