Eu Sou A Número Um

Capítulo 10

Fiquei a noite toda a pensar na pequena esfera que representava Lorien, nos tons cinza que cobria a superfície, no estado do planeta antes em tons verdejantes, no brilho azul que pulsava no meio da pequena bola. Desde quando é que me tornei tão nostálgica ? pensei.
Já estou farta de pensar e não tirar nenhuma conclusão disso, ouço os grilos lá fora um barulho irritante e perturbador. Olhei para a cama do lado, nada.
Hilde não estava na cama, não dei conta dela ter ido embora. Levantei-me e fui à procura dela lá fora, nada, ela não estava aqui pelo menos que eu a visse, o pânico começou a invadir-me. Procurei mais uma vez, onde ela está? A carrinha está aqui e todo o dinheiro também, por onde é que ela anda, onde é que ela está, agora estou a ficar com medo, medo que Hilde estivesse... vi as horas quase três da manhã, voltei para dentro da cabana à procura de algum bilhete, nada novamente. Começei a chorar não me lembro de sentir tal pânico a flor da pele, gritei o nome dela várias vezes, nada. A Arca...so posso abri-la sozinha se ela já tiver morrido, se ela abrir...
Corri até ao saco e tirei de la a minha Herança rapidamente, pressionei as minhas mãos na Arca ,nada ,nenhum clique nenhum som, sorri apesar de ainda caírem lágrimas dos meus olhos, era a esperança que eu precisava.
Tentei procurar o telemóvel pre-págo de Hilde, novamente nada. Ouvi barulhos lá fora, o vento bateu ruidosamente em ramos. Outra vez os barulhos que consegui identificar como passos, fiquei apavorada, fui até á mochila e peguei num punhal lorico que pertencia a Hilde e pus as costas a mochila que continha a Arca. Espreitei pela janela, nada. Uma sombra moveu-se do outro lado da porta da cabana. A porta abriu-se. Um vulto começou a aproximar-se, o meu coração começou a bater mais rápido e mais forte. O rosto já estava mais visível Hilde, era Hilde. Corri ate ela e abracei-a.
-Um......silêncio, temos que sair daqui rapidamente, faz pouco barulho.
-O que se passa?
-Eles estão aqui, na floresta, matei alguns deles mas ainda há muitos...ouve-me com atenção tudo o que precisas de saber esta na Arca, o envelope, se me acontecer alguma coisa...-pronunciou ela.
Comecei a chorar mais mas sem barulho.
-Precisas de ser forte Um, e faças o que fizeres segue sempre o teu coração... Anda não podemos perder tempo.
-Hilde !
Ela pegou numa pequena faca de cozinha e prendeu-a nas calças em seguida tirou-me o seu punhal das minhas mãos.
-Pega em todos os talheres que conseguires e traz! Assim teremos alguma coisa para arremessar contra eles.
Assenti e fui buscar as haveres tudo o que me lembrei enchendo uma mochila que pus juntamente com a da Arca aos ombros. Hilde abaixo-se e fiz o mesmo.
-Um se a batalha estiver perdida, por favor foge, foge para longe, não importa o que me aconteça.
Lágrimas começam a sair dos meus olhos e de repente a porta e deitada a baixo, gritei. Hilde levantou-se num salto e de um momento para o outro o mogadoriano que tinha derrubado a porta transformou-se em cinzas. Outro apareceu no lugar dele e atingiu o braço de Hilde, raiva cresceu dentro de mim e atirei-o la para fora com uma explosão de telecnesia.
Hilde olhou para mim com uma expressão de orgulho mas não durou muito tempo. Ela saiu da cabana e foi lá para fora luta contra dois mogadorianos. Seguia empurrando um com telecnesia contra uma árvore mandando logo em seguida uma faca na sua direção que ao embater com o seu corpo o transformou em cinzas. Finalmente todo o treinamento a que Hilde me sujeitava estava a dar frutos. Apesar das lágrimas que escorriam do meu rosto esboçei um pequeno sorriso que logo desapareceu quando uma enorme mão me apertou o pescoço por trás. Não estava a conseguir respirar e finalmente o opositor virou-me para a sua frente, os seus olhos eram totalmente pretos sem sequer existir um espaço para vida. Ele começou a falar comigo mas eu não entendia absolutamente nada. O seu hálito assombrou imediatamente o meu nariz, se não morresse espetada com uma faca no coração de certeza que com o cheiro que saia da boca daquele mogadoriano me ia matar.
Estava quase a perder os sentidos quando uma faca foi arremessada contra ele e a sua mão logo largou o meu pescoço transformando-se imediatamente em cinzas. Olhei para Hilde tinha sido ela que mandara a faca que tinha guardado atrás das calças. A minha boca formou um Obrigado silencioso e ela assentiu. Nesse momento um mogadoriano correu até ela, Hilde estava desarmada , a única coisa que ela tinha era o treinamento de defesa pessoal que ela me ensinara, então numa expulsão de energia de telecnesia lançei o mogadoriano contra dois que vinham atrás dele, acabando por derrubar os três no chão, em seguida com telecnesia também peguei no punhal de Hilde e pus-o ao pé das suas mãos e logo ela foi a correr matar aqueles mogadorianos que eu tinha derrubado. Virei-me para atras a tempo de ver outro mogadoriano a correr na minha direção com o que parecia um canhão na mão, Hilde já me tinha falado deles, emitiam uma luz brilhante que quando carregava e era lançada nós perdíamos os sentidos e em alguns casos a vida.
Bati com o meu pé no chão com muita força criando vibrações fortes como nunca tinha criado derrubando o mogadoriano, em seguida tirei uma faca da mochila e corri até ele empurrando-a contra o seu peito, o mogadoriano transformou-se em cinzas aproveitei para pegar no canhão que antes pertencia ao mogadoriano e disparei contra um grupo de mogadorianos que vinha na minha direção matando pelo menos metade deles, disparei outra vez contra os mogadorianos restantes do grupo anterior acabando com todos eles.
Olhei para Hilde, ela parecia precisar de ajuda, corri até ela.
-Hilde! - chamei-a.
Ela pareceu perceber o meu plano e preparou-se para receber o canhão. Lancei-o para as suas mãos e quando ela apanhou começou a disparar contra o grupo de mogadorianos ao redor dela.
Começei a abrir pequenas fissuras no chão com o meu Legado para os mogadorianos caírem nele. Estava a resultar havia muito poucos mogadorianos restantes , a luta parecia ganha, quando ouvimos um grunhido ruidoso ao qual eu não podia identificar. Hilde olhou-me nos olhos e eu percebi o que estava prestes a acontecer.